CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SP EXIGE MUDANÇA NO CURRÍCULO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA USP, UNESP E UNICAMP

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SP EXIGE MUDANÇA NO CURRÍCULO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA USP, UNESP E UNICAMP

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducaciona.com.br em 1º/06/2014

Transcrevo abaixo reportagem da Folha de São Paulo de 31/05/2014 sobre decisão do Conselho Estadual de Educação de São Paulo que impõe mudanças no currículo dos cursos de licenciatura da USP, UNESP e UNICAMP. O tema em questão merece muita reflexão porque simplesmente aumentar a carga horária de estágios e de disciplinas sobre a prática escolar, como quer o Conselho de Educação, não basta. É preciso que o curso como um todo tome como referência o trabalho da escola de educação básica em todos os seus níveis/modalidades/etapas/contextos. Além disso, é necessário que os professores dos cursos de licenciatura tenham familiaridade com o trabalho dessa escola, por diversos meios. Há docentes de cursos de licenciatura que falam “sobre” a escola, mas não a conhecem.

 

Folha de São Paulo, caderno Cotidiano, 31/05/2014

“Conselho Estadual de Educação de SP impõe mais aula prática na pedagogia de USP, Unesp e UNICAMP

O Conselho Estadual de Educação decidiu obrigar USP, Unesp e Unicamp a mudarem seus currículos dos cursos de pedagogia e licenciatura, que formam professores para o ensino básico.

O órgão exige que esses cursos deem mais atenção às atividades práticas do magistério. A norma reflete críticas de educadores e de gestores de que os professores da educação básica recebem uma formação excessivamente teórica na universidade.

O conselho impõe o aumento da carga horária para estágios e disciplinas sobre a prática escolar, além da inclusão na grade de conteúdos básicos como português.

A deliberação, de 2012, exigia que o novo modelo fosse implementado já em 2013.

As universidades pediram que a norma fosse revogada. Como não foram atendidas pelo órgão, solicitaram diversas alterações e mais prazo para implementação.

O conselho agora analisa esses pedidos, mas já começou a tomar medidas: renovou a autorização de funcionamento de um curso de licenciatura em filosofia da USP por apenas um ano, em vez dos tradicionais cinco.

O curso tem até outubro para apresentar o novo currículo, sob risco de a renovação ser negada pelo conselho. Sem autorização, não é possível conceder diplomas.

Mais 15 cursos das três universidades devem ter de passar pelo processo de reavaliação neste ano. Caso não façam a modificação, também podem ficar sem autorização.

“Compreendemos que as discussões nas universidades passam por diversos conselhos, mas a deliberação é de 2012, e elas fizeram pouco”, disse a presidente do Conselho Estadual de Educação, Guiomar Namo de Mello.

“Queremos que os professores saibam mais do conteúdo a ser ensinado e que tenham mais conhecimento de como ensinar”, completou.

O conselho é responsável pelas normas das universidades estaduais e municipais.

Tornar ou não mais práticos os cursos que formam professores é um dos principais debates no país sobre qualidade de educação.

O Saresp, exame estadual, mostra que 40% dos alunos se formam no ensino médio público sem os conhecimentos adequados em português.

Gestores como o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, e o ex-ministro Aloizio Mercadante já reclamaram publicamente do excesso de teoria na formação de docentes.

Coordenadores dos cursos rebatem as críticas e dizem que a teoria é importante para o professor refletir sobre o trabalho e corrigir ações.”

 

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