CRIAÇÃO DE CULTURA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA NAS ESCOLAS

CRIAÇÃO DE CULTURA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA NAS ESCOLAS
Benigna Maria de Freitas Villas Boas – 21/10/2013

Durante apresentação oral para cerca de 500 professores dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio, no dia 8/10/2013, durante o II Congresso de Práticas Educacionais da Rede Pública do Estado de Minas Gerais, como recebi muitas perguntas e não foi possível debater sobre todas naquele momento, estou, aos poucos, enviando minhas considerações sobre as questões surgidas. Dentre elas, uma professora da cidade de Curvelo indagou: como conscientizar e mobilizar professores e alunos sobre a importância do trabalho com o portfólio a fim de que eles adotem a cultura da avaliação formativa e transformadora? Quais as estratégias? Estas duas perguntas me dão a oportunidade de recomendar que todos os professores, coordenadores e equipe gestora da escola se informem e estudem sobre a avaliação formativa e os procedimentos que a ela se aliem. Na verdade, quase todos os procedimentos podem servir à avaliação formativa e à classificatória, dependendo de como são compreendidos e adotados. Por isso, é preciso ter clareza sobre quais objetivos se pretende atingir para, a partir disso, decidir como agir. A avaliação não é neutra: cumpre objetivos.

Ao mesmo tempo em que todos na escola se fundamentam sobre a concepção de avaliação, os princípios nos quais ela se baseia, suas funções, os procedimentos a serem adotados e para que servirão os resultados obtidos, discussões ocorrem com os pais e os alunos sobre todos esses aspectos, em busca da compreensão e contribuição de todos.

Com os educadores da escola podem ser programadas leituras seguidas de discussão no grande e em pequenos grupos. Esses educadores organizam as atividades a serem desenvolvidas com os pais e os alunos e encarregam um grupo de organizar uma agenda para implantação gradativa da avaliação formativa. Sugiro implantação gradativa porque percebo não ser fácil abandonar a avaliação classificatória que sempre fez parte da vida escolar. Por exemplo: professores me perguntam frequentemente como poderão adotá-la se têm grande número de alunos. Por meio de discussão nas coordenações pedagógicas eles poderão decidir por onde começar. Se entendem que a prova precisa ser mantida, poderão dar-lhe caráter formativo: seus resultados indicarão o que cada aluno aprendeu e o que AINDA não aprendeu para que o professor planeje os meios de trabalhar com ele para que aprenda. Não deixar nenhum aluno sem aprender é o objetivo da avaliação formativa.

Já estamos no mês de outubro. É hora de preparar o trabalho do próximo ano. Por que não encarregar os próprios professores de organizar a agenda de implantação gradativa da avaliação formativa de 2014? Por que não começar essas atividades agora, por meio da avaliação do trabalho deste ano?

 

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