GRANDES TESTES CORROMPERAM SISTEMA EDUCACIONAL TRADICIONAL

VALOR ECONÔMICO

23/03/2014

Grandes testes corromperam sistema educacional tradicional, diz Nobel

Por Luciano Máximo | Valor

BRASÍLIA – Ministros da Educação, formuladores de políticas públicas e especialistas em ensino de vários países se reúnem em São Paulo amanhã e terça-feira para ouvir o economista James Heckman, prêmio Nobel de Economia, falar sobre um tema que está no radar das políticas educacionais de governos do mundo inteiro: a importância de medir e avaliar habilidades não cognitivas ou socioemocionais – como liderança, abertura a novas experiências, otimismo, perseverança – e seus impactos na qualidade do ensino, usando modelagens econômicas e técnicas psicométricas.

No seminário “Educar para as competências do século XXI”, organizado pelo Ministério da Educação (MEC) e Instituto Ayrton Senna (IAS), Heckman e seu assistente na Universidade de Chicago Tim Kautz vão apresentar um trabalho acadêmico encomendado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que pretende mostrar que avaliações educacionais de larga escala, como o Pisa e a Prova Brasil, por exemplo, aplicadas hoje em vários países para medir a qualidade do ensino, têm um potencial limitado. Continue lendo “GRANDES TESTES CORROMPERAM SISTEMA EDUCACIONAL TRADICIONAL”

 

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Erisevelton Silva Lima

Doutor em Educação pela Universidade de Brasília – UnB

 

A sociedade, de maneira geral, parece estar cada vez mais preocupada com a criança, contudo negligencia quanto ao espaço-tempo da infância. Se a primeira é biológica e diz respeito aos elementos da vida humana e de todos os efeitos intra e extracorpóreos, a segunda é fruto da construção social que é histórica e temporal. Para Tedesco (2001), a infância tem sido cada vez mais abreviada em razão da perda da ingenuidade, aponta elementos como a TV e a internet na aceleração desses processos. Por sua vez, cumpre esclarecer que a sociedade passou e passa por transformações que se tornam mais complexas na medida em que migramos de uma sociedade agrária para outra industrial e, não por acaso, transitamos na época atual pela denominada sociedade do conhecimento. De uma forma breve e contingencial tais mudanças se deram, sobretudo, no modo de produção e nas implicações sobre as interações humanas, modificadas drasticamente pelo valor dos produtos e dos serviços que impulsionam as economias. Nesse ínterim, famílias inteiras se transformaram por meio de uma metamorfose social a qual denomino de imperativo da adaptação ao consumo. Nossas crianças e suas parcas infâncias estão isoladas, ora pelo apelo consumista e normativo, ora pelas ausências dos seus familiares cada vez mais coagidos em nome de certo padrão de consumo. Discutir avaliação em meio a esse terreno requer parcimônia e tolerância quanto ao que ainda se compreende sobre o que é aprender, ensinar e avaliar, afinal não se pode separá-los. Continue lendo “AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL”

 

TESTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SÃO DESPERDÍCIO DE DINHEIRO

Testes da educação básica são desperdício de dinheiro, diz educador americano

Por Priscilla Borges – iG Brasília | 16/03/2014 06:00

Para professor, melhor análise dos resultados evitaria que retorno fosse baixo em comparação à atual soma investida

Divulgação / Todos pela Educação

Lorin Anderson, professor da Universidade da Carolina do Sul: ‘Não podemos mais gastar tanto dinheiro com as avaliações para ela nos dar tão pouco em retorno’

As numerosas avaliações que medem o quanto crianças e adolescentes aprenderam na educação básica são hoje um desperdício. A ponderação feita por Lorin Anderson, professor emérito da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA, também tem caráter provocativo. Estudioso do tema – é mestre em psicologia educacional e PhD em Medição, Avaliação e Análise Estatística –, ele diz que os países precisam usar os resultados dos testes para aprimorar a educação de fato. Continue lendo “TESTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SÃO DESPERDÍCIO DE DINHEIRO”

 

INCOMPREENSÃO SOBRE PROGRESSÃO CONTINUADA

INCOMPREENSÃO SOBRE PROGRESSÃO CONTINUADA

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

Circula em redes sociais a seguinte publicação:

“SEJA CONTRA A APROVAÇÃO AUTOMÁTICA

Conhecida como progressão continuada:

Facilita a aprovação de todos os alunos.

Desmerece os alunos que se esforçam.

Aprova aluno que não faz nada.

Estabelece impunidade aos bagunceiros.

Inutiliza o empenho dos professores.

Desmotiva o ambiente de aprendizagem.

Não cria exemplo à dura vida em sociedade.

Faz da escola ‘depósito’ ou ‘playground’.” Continue lendo “INCOMPREENSÃO SOBRE PROGRESSÃO CONTINUADA”

 

AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO: AINDA TEMOS UM LONGO CAMINHO PARA PERCORRER

AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO: AINDA TEMOS UM LONGO CAMINHO PARA PERCORRER

 Erisevelton Silva Lima – Doutor em Educação pela Universidade de Brasília – UnB

“Eu não tenho tempo de me ocupar com essa história de afetividade, dar retorno para cada aluno, fazer uma aula diferente, eu tenho que vencer meu conteúdo e só tenho cinquenta minutos para isso” (Relato de um docente).

 

O relato acima ocorreu durante reunião com um grupo de docentes da rede privada em encontro de formação continuada. Percebe-se, claramente, que o professor, além de revelar certa angústia e indignação com o contexto em que está inserido, ainda não percebeu que o conteúdo pelo conteúdo não fará o esperado “milagre” da aprendizagem sem mediação. Com todo respeito ao meu colega é possível apostarmos noutra lógica que não seja essa, especialmente porque temos que ficar atentos a questões bem específicas. A primeira delas é a que a avaliação não acelera processos, sejam eles quais forem, ela poderá qualificá-los se for bem conduzida e com fins formativos. A segunda é que a avaliação vai acontecer, queiramos ou não, o que é grave e comprometedor é que sem planejamento e intencionalidades bem definidas estamos sujeitos ao lado ruim da avaliação informal que separa, classifica e excluí. A terceira e, não menos importante que as demais, é quanto às estratégias de ensino. Anastasiou e Alves (2003) nos revelam que toda estratégia de ensino pode ser de aprendizagem e, fatalmente, será de avaliação, ao que elas denominaram de ensinagem. Não há ensino se não houver aprendizagem, mas há avaliação mesmo que as aprendizagens não ocorram. Afinal, é ela quem faz tal constatação, mesmo que vitimada por uma miopia conceitual grave, aquela que acredita que só é válida como avaliação os erros e acertos computados em um teste ou prova. Continue lendo “AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO: AINDA TEMOS UM LONGO CAMINHO PARA PERCORRER”