JOVENS EM CONFLITO COM A LEI RELATAM PROBLEMAS AO VOLTAR PARA O AMBIENTE ESCOLAR

O texto relata problemas que os jovens enfrentam ao retornar à escola. Um deles é a avaliação informal cruel. Os professores, de modo geral, não estão preparados para praticar a avaliação que esteja a serviço das aprendizagens.

TODOS PELA EDUCAÇÃO

Jovens em conflito com a lei relatam problemas ao voltar para o ambiente escolar

24 de junho de 2015

Retorno é também um desafio para as escolas, que não sabem como lidar com esses alunos

Fonte: Revista Educação

Ainda na escola, o adolescente G.I. envolveu-se com o tráfico de drogas, pois, segundo ele, necessitava de dinheiro para ajudar a família a sobreviver. Flagrado pela polícia, ficou oito meses internado na Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), onde concluiu o segundo ano do ensino médio. Após sair do período de internação e em cumprimento de medida de liberdade assistida, o jovem precisava voltar a estudar, solicitando retorno à escola que frequentava antes de entrar em conflito com a lei. Após ter a matrícula negada, encontrou vaga em outra escola, onde permaneceu por somente cinco dias, até receber ameaças de morte da polícia. Com isso, após buscar vagas durante cinco meses, G.I. conseguiu entrar em outra instituição, onde estuda há três semanas. Hoje com 18 anos recém-cumpridos, o adolescente garante que concluirá o ensino médio em 2015, mesmo diante das dificuldades que enfrenta no cotidiano letivo. Continue lendo “JOVENS EM CONFLITO COM A LEI RELATAM PROBLEMAS AO VOLTAR PARA O AMBIENTE ESCOLAR”

 

O MELHOR DE CADA UM

O tema abaixo merece discussão aprofundada. Cabe “medir” o desempenho docente?

Por meio de e.mail, do dia 23/06/2015, recebemos de Paula Iliadis autorização da revista para publicar esta reportagem

REVISTA PESQUISA FAPESP

“O melhor de cada um

Departamento do Instituto de Química da USP desenvolve método para medir o desempenho de seus docentes

FABRÍCIO MARQUES/ pesquisa FAPESP

  1. 232 | JUNHO 2015

 

Mais de 70 docentes de um dos departamentos do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) foram submetidos recentemente a um processo de avaliação baseado em critérios como a produção científica, a capacidade individual de captar recursos para pesquisa, as orientações de alunos, supervisões de pós-doutorados e participações em bancas, além de atividades didáticas, administrativas, de cultura e de extensão em que se engajaram nos últimos cinco anos. O resultado da iniciativa é uma espécie de ranking (ver tabela), no qual os professores, todos eles vinculados ao Departamento de Química Fundamental do instituto, são identificados apenas por códigos. Seus nomes não são divulgados para o público externo – embora, dentro da instituição, a posição de todos seja mais ou menos conhecida. Nos últimos 10 anos, a avaliação foi realizada quatro vezes. Na mais recente, que tem dados de 2009 a 2014, os nove últimos docentes da lista, aqueles que tiveram as piores pontuações, foram convidados a participar de reuniões com o chefe do departamento, o professor Mauro Bertotti. Eles obtiveram um escore geral em torno de 2 pontos. A média do instituto foi de pouco mais de 6 pontos e o primeiro da lista ultrapassou os 15 pontos (ver tabela). “Reiteramos que não se tratava de punir ninguém e que o intuito da reunião era saber de que forma o departamento poderia ajudá-los a melhorar o desempenho”, conta Bertotti, que dividiu a tarefa em duas reuniões, uma com quatro professores e outra com os cinco restantes. Continue lendo “O MELHOR DE CADA UM”

 

USA: TESTES NÃO DIMINUEM DESIGUALDADE

Vale a pena acompanhar essa discussão. O Brasil precisa repensar a adoção dos testes padronizados. Têm servido a quê? Que contribuições têm trazido ao trabalho de sala de aula? O Distrito Federal não deve aderir a essa prática danosa aos estudantes e à escola como um todo.

 

“USA: testes não diminuem desigualdade

Publicado em 23/06/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Sessenta organizações educacionais e de direitos civis nos Estados Unidos enviam carta ao Senado americano.

“Nós, as organizações abaixo assinadas, nos opomos aos testes de alto impacto porque acreditamos que estes testes estão causando danos aos alunos, às escolas públicas e para a causa da equidade educacional. Os testes padronizados de alto impacto, em vez de reduzir o fosso de oportunidades, têm sido usados ​​para classificar, ordenar, etiquetar e punir os estudantes negros e latinos, e imigrantes recentes a este país.

Opomo-nos aos testes de alto impacto, porque:

Não há nenhuma evidência de que estes testes contribuam para a qualidade da educação, levem a uma maior equidade educacional em financiamento ou programas, ou ajudem a fechar as “lacunas de desempenho.” Continue lendo “USA: TESTES NÃO DIMINUEM DESIGUALDADE”

 

SÓ EDUCAÇÃO NÃO DÁ CONTA DE REDUZIR DESIGUALDADE , DIZEM ESPECIALISTAS

08/06/2015

http://temas.folha.uol.com.br/desigualdade-no-brasil/educacao/so-educacao-nao-da-conta

Só educação não dá conta de reduzir desigualdade, dizem especialistas

Zanone Fraissat/Folhapress

CAROLINA LINHARES PHILIPPE SCERB DA EDITORIA DE TREINAMENTO

A educação sempre aparece como remédio para os males do Brasil, principalmente a desigualdade social. Sem negar que mais anos de estudo melhoram a vida da população, especialistas começam, porém, a relativizar essa verdade absoluta.

“É interessante para a elite e para o governo tratar a educação como uma panaceia, porque se estabelece uma situação de inércia social. Um segmento que tem crescido muito é o de pessoas com ensino superior, que hoje supera 15% dos jovens, mas a desigualdade interna desse grupo é tremenda”, diz o economista Alexandre Barbosa, professor do IEB (Instituto de Estudos Brasileiros) da USP. Para ele, a desigualdade no Brasil é estrutural e não será solucionada exclusivamente com mais investimentos em educação.

Barbosa mostra que a diferença de renda média do trabalho entre brasileiros com ensino médio e com ensino superior caiu de R$ 1.969,47 em 1995 para R$ 1.741,41 em 2009. Continue lendo “SÓ EDUCAÇÃO NÃO DÁ CONTA DE REDUZIR DESIGUALDADE , DIZEM ESPECIALISTAS”

 

ESCOLAS DO ESTADO DE SÃO PAULO E DA PREFEITURA DE SP TERÃO PROVAS BIMESTRAIS PADRONIZADAS

Escolas do Estado e da Prefeitura de SP terão provas bimestrais padronizadas

TODOS PELA EDUCAÇÃO 16 de junho de 2015

No Município, notas vão integrar boletim estudantil e serão devolvidas aos professores em 24h; na rede paulista, haverá ampliação do exame aplicado duas vezes ao ano

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

 

O governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo vão reforçar o monitoramento dos Alunos de suas redes de Ensino e implementar modelos de provas bimestrais padronizadas para todas as Escolas. Nos dois projetos, o objetivo é proporcionar mais uma ferramenta pedagógica para o dia a dia de Professores e diretores com base no desempenho dos estudantes, mas as secretarias também poderão usar os dados para intervenções.

RelacionadasExcesso de provas tira tempo de Ensino e não garante melhoriasSite do MEC vai explicar resultados de avaliações

No Município, a avaliação começa na próxima semana e integra o projeto Mais Educação, que reformulou em 2013 o sistema educacional sob a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). A prova bimestral padronizada obrigatória será de Português, Matemática e Ciências – na primeira edição, entretanto, Ciências não será incluída. Continue lendo “ESCOLAS DO ESTADO DE SÃO PAULO E DA PREFEITURA DE SP TERÃO PROVAS BIMESTRAIS PADRONIZADAS”

 

MERCADO DE ILUSÕES

Mercado de ilusões

Publicado em 16/06/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Na ilusão de que mais provas significam melhor acompanhamento do aluno e melhores resultados, tanto a Prefeitura de São Paulo como o Estado de São Paulo vão ampliar as provas durante o ano (veja aqui e aqui). Há uma “dificuldade” com nossos dirigentes: 1) entender que ninguém melhor do que o professor, em sua atividade regular de sala de aula, sabe como está o desenvolvimento de cada aluno; 2) e que não basta identificar o problema que o aluno está tendo, mas é preciso ter condições objetivas para intervir na sua formação, ou seja, só para começar, precisa ter menos alunos em sala de aula e mais dedicação a uma mesma escola, ao invés de ser um “professor borboleta” dando uma horinha de aula aqui e outra acola em escolas diferentes, relacionando-se ao final da semana com mais de 500 alunos.

Isso para começar, porque as condições não param por aí. No entanto, preferem-se as medidas de curto prazo que, em verdade, são ilusões temporárias fadadas ao fracasso ou a melhorias pontuais sem sustentação.

Em especial o Estado de São Paulo está há anos nesta patinação geral atrás de medidas de impacto. Hoje também a Folha divulga entrevista de Maria Alice Setubal criticando a adoção de bônus para professores.

O foco na prova (com ou sem meritocracia) leva a maior gasto de tempo com esta atividade e sua conversão em uma ação destinada a “preparar para a prova” e não a ensinar. É o acompanhamento do professor (e para isso não pode ter 40 alunos) em sala que faz a diferença na identificação do problema e na atenção a ser dada ao aluno.

 

 

DIÁLOGO SOBRE AVALIAÇÃO COM PROFESSORES DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UnB

DIÁLOGO SOBRE AVALIAÇÃO COM PROFESSORES DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UnB

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

No dia 26/05/2015, a convite da Coordenação de Graduação da Faculdade de Educação da UnB, de 16 às 18h, conduzi diálogo sobre “A avaliação na educação superior e seus reflexos na educação básica”. Dos cerca de 100 professores da instituição, 18 estiveram presentes. O ponto de partida do debate foi o tratamento dado à avaliação em três documentos divulgados pelo MEC a partir de 2012: dois deles são dirigidos a professores dos anos iniciais do ensino fundamental: o que faz parte da formação continuada oferecida pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC; o outro tem o título de “Elementos conceituais e metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem (1º, 2º e 3º anos) do Ensino Fundamental. Comentei que, estranhamente, nenhum deles sequer faz menção à avaliação informal. Digo estranhamente porque esta modalidade de avaliação está fortemente presente nessa etapa de escolarização, na qual atuam professores que interagem de forma longa e duradoura com as crianças, quando elogios, broncas, rótulos, ameaças e comentários encorajadores e desencorajadores são frequentes. O documento do PNAIC é recheado de sugestões de atividades avaliativas (avaliação formal), mas não leva em conta a avaliação informal. Como são documentos orientadores e distribuídos a docentes de todo o país, difunde-se largamente a ideia de que a avaliação se realiza somente por meio de procedimentos formais, que têm dia e hora de ser aplicados. Contudo, pesquisas têm demonstrado que a avaliação informal acompanha o estudante desde o momento em que ele entra NA escola e influencia as decisões dos professores não apenas quanto aos procedimentos avaliativos que utilizarão e quanto aos resultados, mas, também, quanto à reorganização do trabalho pedagógico. Continue lendo “DIÁLOGO SOBRE AVALIAÇÃO COM PROFESSORES DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UnB”