O que a forma como se educa diz sobre violência nas escolas

JC Notícias – 11/04/2023

Escolas refletem dinâmicas de um país desigual e violento, dizem especialistas. Para eles, episódios recentes reforçam necessidade de repensar educação das novas gerações, com mais diálogo dentro e fora da sala de aula

Cada vez mais recorrentes, episódios de violência nas escolas chamam atenção para a necessidade urgente de refletir sobre a educação das novas gerações dentro e fora de sala de aula.

Especialistas ouvidos pela DW foram unânimes em afirmar que, num país desigual e com altos índices de violência, tanto na esfera pública quanto na privada, as escolas só espelham uma dinâmica que já existe na sociedade – um quadro agravado pelo cenário de radicalização política.

“A violência no Brasil ainda é colocada como solução de problemas”, explica Daniel Fatori, psicólogo e pesquisador pós-doutorando na área de saúde mental no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Como exemplo, ele cita o discurso punitivista dominante nos debates sobre segurança pública, quando o fato de policiais matarem é percebido como algo positivo. “É uma visão que ainda permanece no Brasil, e que é muito problemática.”

Leia na íntegra: Deutsche Welle

 

O que a neurociência diz sobre o uso de Chat GPT e outros algoritmos por estudantes

JC Notícias – 14/04/2023

Neurocientista Suzana Herculano-Houzel levanta questões sobre a interação com ferramenta de inteligência artificial

A neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel tem uma mensagem bem objetiva para jovens estudantes que andam encantados com as possibilidades oferecidas pelo Chat GPT, a ferramenta de inteligência artificial que escreve textos como humanos lançada no fim do ano passado pela startup americana Open AI com apoio bilionário da Microsoft. A mensagem é: passar a delegar com frequência para a máquina a prática da escrita é abrir mão de desenvolver capacidades cognitivas e oportunidades de criar seu próprio conhecimento. Isso pode significar limitar capacidades e caminhos no futuro e tornar jovens facilmente manipuláveis. “O que me preocupa nisso tudo são as decisões que tiram possibilidades da gente, que roubam futuros possíveis”, diz ela. Bióloga, neurocientista e há sete anos professora associada da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Estado americano do Tennessee, Suzana é autora de, entre outros livros, “A Vantagem Humana – Como nosso cérebro se tornou superpoderoso” (Cia das Letras, 2017).

Nesta entrevista ao Valor, ela diz que, apesar das preocupações, seria tolo e inútil imaginar que esse tipo de tecnologia possa ter seu uso restringido. “Uso consciente. Talvez isso seja melhor que a gente possa aspirar e desejar.” A seguir, os principais trechos da entrevista:

Valor: Desde o ano passado, com o lançamento do Chat GPT, mais e mais estudantes passam a interagir com a ferramenta para que ela crie e escreva por eles trabalhos, resumos, apresentações de escola e de faculdade. Qual é a implicação disso para o cérebro desses jovens?

Suzana Herculano-Houzel: Quando você delega o processo a um terceiro, você não está mais usando o seu cérebro. O ser extraordinário que gostamos de pensar que somos é o que o fazemos com o cérebro que temos e é o que fazemos ao longo da vida. A gente costuma pensar na capacidade cognitiva do adulto como se aquilo fosse criado num estalo. E não é. Leva 20 anos, pelo menos, de aprendizado, de exposição, de oportunidades, durante os quais você vai fazendo exatamente o que esses algoritmos precisam fazer: ser treinado. O algoritmo também precisa receber dados, processar, ter oportunidade de juntar informações, de ver no corpo de dados que ele usa quais palavras ocorrem juntas, quais nunca são usadas juntas. Tudo isso é aprendizado e é aprendizado que o algoritmo tem que fazer também. Então, a gente delegar uma tarefa, o processamento, para o algoritmo significa q

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Veja o texto na íntegra: Valor

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Novidades sobre o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) 2023

Cristhian Spíndola Ferreira

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou, por meio de ofício, que o SAEB 2023 seguirá os moldes das edições de 2019 e 2021, garantindo a comparabilidade da série histórica e baseando-se nas Matrizes de Referência que datam de 2001 para avaliação de Língua Portuguesa e Matemática no 5º e no 9 ano do ensino fundamental, bem como na 3ª série do ensino médio.

Para a edição de 2023, o SAEB seguirá com a aplicação dos testes de Língua Portuguesa e Matemática para o 2º ano do ensino fundamental e com a aplicação dos testes de ciências humanas e da natureza para os 9º anos, como acontece desde 2019, quando foi iniciada a implementação das novas Matrizes de Referência alinhadas à Base Nacional Comum Curricular.

Tais decisões do Inep são muito oportunas para o estudo e a pesquisa do panorama educacional brasileiro impactado pela Pandemia da COVID-19 pois, com as informações de 2019 (pré-pandemia), 2021 (durante) e 2023 (pós-pandemia) encerra-se um ciclo temporal de análise importante para a compreensão desse momento.

Esse ciclo temporal do SAEB poderá constituir-se como subsídio para avaliar a educação praticada no Brasil, elaborando e aprimorando as políticas públicas com vistas à garantia da qualidade social da educação. Entretanto, caberá aos órgãos executivos da gestão pública, nos seus diversos níveis, o consumo e a análise dessas informações para o estabelecimento de metas e ações nos planejamentos estratégicos dos mandatos governamentais que se iniciaram em 2023 e, também, com vistas ao atendimento dos objetivos traçados no Plano Nacional de Educação.

Outra informação importante do SAEB, divulgada pelo Inep, é a determinação institucional de garantir o movimento de alinhamento das Matrizes de Referência à Base Nacional Comum Curricular.

Com essas informações o Inep demonstra uma retomada das suas atribuições institucionais pautadas no trabalho técnico para atendimento à política educacional brasileira.