BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DIFERENTES PERCEPÇÕES

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DIFERENTES PERCEPÇÕES

A redefinição dos currículos

O ESTADO DE SÃO PAULO

23 Setembro 2015 | 02h 55

Encerrado o impasse político entre o ministro da Educação e o chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, com a exoneração deste último, o governo finalmente divulgou a minuta da Base Nacional Comum Curricular (BNC), que define o conteúdo das disciplinas que devem ser ensinadas nas salas de aula de todo o País, da educação infantil ao ensino médio.

Previsto pelo Plano Nacional de Educação aprovado em 2014 e elaborado por uma equipe de pedagogos e professores de diferentes universidades, o documento será submetido a consulta pública até dezembro, podendo receber sugestões de docentes, escolas, instituições e entidades do setor. No primeiro semestre de 2016, a nova versão será encaminhada ao Conselho Nacional de Educação, responsável por sua aprovação. Continue lendo “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DIFERENTES PERCEPÇÕES”

 

BNC: PERCEPÇÕES

BNC – PERCEPÇÕES

Erisevelton Silva Lima

O documento apresenta avanços quando reconhece que a escola não é a única responsável pela garantia dos direitos às aprendizagens dos estudantes (p.10), quando apresenta termos como saúde, amizade, cuidado próprio e com os demais, responsabilidade pelo convívio próprio e dos outros (p.8) etc. Vê-se destacado, de maneira inconteste, lastro do humanismo (SAVIANI, 2007) e de um currículo pós-crítico (SILVA, 2001), que poderá se tornar ou não realidade nas escolas brasileiras. O currículo prescrito sinaliza, inspira, mas nem sempre orienta práticas. Estas dependerão da formação e da concepção de ensinar, aprender e avaliar trazidas pela cultura escolar e pela cultura de cada escola. Continue lendo “BNC: PERCEPÇÕES”

 

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ENTRE CONTROVÉRSIA E RESISTÊNCIA

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ENTRE CONTROVÉRSIA E RESISTÊNCIA

Profa. Dra. Sílvia Lúcia Soares

 

A Base Nacional Comum Curricular está prevista no artigo 26 da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394) e no Plano Nacional de Educação (PNE) em sua meta 7: “fomentar a qualidade da Educação Básica, do fluxo escolar e da aprendizagem”. Entre outras medidas ela vai determinar um currículo mínimo para todos os alunos das 190 mil escolas de educação básica do país. O prazo para o documento estar finalizado é junho de 2016 e sua redação deverá impactar o planejamento das escolas, a formação inicial dos docentes, o sistema de avaliação e os materiais didáticos.

A Base Nacional Comum Curricular (BNC) envolve questões polêmicas sobre a educação, o que não deixa de gerar controvérsia e resistência sobre seu conteúdo. Entre os pontos levantados pelo Grupo de Pesquisa Interinstitucional (EMpesquisa), que agrega pesquisadores da Unicamp, da USP, da UFPR, da UFRGS, da UFMG e da UFF estão: a) a percepção de que a necessidade de uma base comum serve mais para legitimar/justificar/viabilizar as avaliações em larga escala (IDEB, Prova Brasil, ENEM); b) a racionalização da produção de materiais didáticos mais do que está voltada para algum propósito de melhoria da qualidade do ensino; c) o receio de que um currículo mínimo vire, na prática, o máximo que será trabalhado pela escola, promovendo um indesejável reducionismo educacional. Continue lendo “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ENTRE CONTROVÉRSIA E RESISTÊNCIA”

 

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Política Educacional e Base Nacional – final

Publicado em 18/09/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Ter uma base nacional comum é possível e desejável, na dependência do que queiramos fazer com ela. Se é para se ter uma referência que dê parâmetros para as escolas (combinando conteúdos e níveis de complexidade de desempenho), tudo bem. Se é para responsabilizar escolas, impor uma cultura padrão sobre outras culturas, punir ou premiar professores, trocar diretores, pagar bônus, credenciar professores, orientar grandes conglomerados empresariais a produzir material didático, privatizar, engessar a formação de professores e outras ideias já testadas em outros lugares e que destruíram por lá o sistema público de educação, então a resposta é não.

Daí porque é importante discutir, primeiro, o que é uma boa educação e ter uma política educacional que acolha tal base de forma adequada. Invertemos e vamos pagar um preço alto por isso, nos dando conta, no momento seguinte, que a política educacional não foi adequadamente definida, pois estava baseada em conceitos equivocados de pressão sobre as escolas e seus profissionais, oriundos da área dos negócios. Décadas poderão passar até que saiamos deste beco, como é o caso de outros países nesta situação. Continue lendo “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR”

 

NOVO ALUNO OU NOVO ESTUDANTE?

Novo aluno ou novo estudante?

Publicado em 12/09/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Esta semana estivemos no Educação 360, evento promovido pelas Organizações Globo. O tema de nosso debate com o Prof. Mozart Ramos Neves do Instituto Airton Senna, mediado por Antonio Gois, jornalista de O Globo, foi: “Novo aluno, velho aluno: o papel das competências socioemocionais”.

Antes de nosso debate, como cheguei antes, assisti a bela exposição do pessoal da Finlândia sobre as reformas educacionais naquele pais: coisa de dar inveja. Uma frase lapidar ante perguntas sobre avaliação que rolaram logo após sua exposição e que foi dita pela expositora: “Nós não inspecionamos nossas escolas”.

A linha geral de análise que pude desenvolver nos 20 minutos disponíveis, nem sempre de forma clara, foi a seguinte: Continue lendo “NOVO ALUNO OU NOVO ESTUDANTE?”

 

PROGRAMA POR DENTRO DOS EXAMES DO ENSINO MÉDIO: A QUEM BENEFICIA?

PROGRAMA POR DENTRO DOS EXAMES DO ENSINO MÉDIO:

A QUEM BENEFICIA?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Assim que foram divulgados os resultados do ENEM 2014, por escola, em agosto de 2015, o secretário de Educação do DF anunciou, em um canal de televisão, a criação de um teste simulado do ENEM para os estudantes da rede de ensino público. Isso aconteceu porque esses estudantes obtiveram notas baixas e a imprensa fez o ranqueamento das escolas. Eu esperava ouvir dele o anúncio de iniciativas imediatas de formulação de ações voltadas para a conquista das aprendizagens por todos os estudantes do ensino médio, etapa costumeiramente desprestigiada em todo o país.

Uma reportagem do Correio Braziliense de 11 de agosto de 2015, com o título “Escola da malandragem”, de autoria de Renato Alves, denuncia artimanhas de escolas da rede privada para alcançarem as melhores notas no ENEM. O título faz alusão a um fato inadmissível principalmente por se referir ao local de formação dos nossos adolescentes e jovens. Afirma o articulista: “em todo o país, colégios privados selecionam os alunos que acreditam ser os mais capacitados, com base nas notas deles, e os colocam em uma sala separada. Mesmo sendo no mesmo prédio, na mesma instituição, criam outras escolas, com CNPJ específico”. Esta é uma das aprendizagens com a qual convivem nossos jovens. Continue lendo “PROGRAMA POR DENTRO DOS EXAMES DO ENSINO MÉDIO: A QUEM BENEFICIA?”

 

SEATLE: SOMOS NÓS AMANHÃ

Seattle: somos nós amanhã

Publicado em 09/09/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Os professores da Associação dos Educadores de Seattle (USA) decretaram greve por unanimidade. A foto do SeattleEducation é impressionante:

Ao impormos as políticas dos reformadores empresariais aos professores de Goiás, Pará, Rio Grande do Sul, Minas, São Paulo entre outros estados, estamos apenas introduzindo políticas que nos transformarão em muitas Seattles no Brasil, uma enorme energia que poderia ser gasta de outra forma, por exemplo, na própria construção da educação pública brasileira baseando-se em princípios de responsabilização participativa. Continue lendo “SEATLE: SOMOS NÓS AMANHÔ

 

AVALIAÇÃO EM DEBATE IV – PROVINHA BRASIL: SINGULARIDADES E SIMILARIDADES

AVALIAÇÃO EM DEBATE IV

Provinha Brasil: singularidades e similaridades

Enílvia Rocha Morato Soares

 

 

 

O destaque dado aos exames externos nas últimas décadas, tomando-os como a panaceia capaz de promover a qualidade da educação, demonstrou ser positivo ao trazer à tona questões que despertam forte interesse por reflexões e debates sobre o assunto. Com o propósito de abrir espaços de discussão em torno da temática, o GEPA realizou, uma semana após o Avaliação em Debate III, o 4º encontro da série.

O Avaliação em Debate IV aconteceu no dia 03 de setembro, das 8h30 às 11h30, na sala Papirus da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e contou com a especial participação da Profa. Dra. Elisângela Teixeira Gomes Dias, que nos presenteou com a apresentação de sua pesquisa realizada recentemente no curso de Doutoramento intitulada “Provinha Brasil e Regulação: Implicações para a Organização do Trabalho Pedagógico”.

O trabalho investigativo trouxe contribuições que transitam desde a forma como são pensados e organizados os testes em larga escala, neste caso, a Provinha Brasil, até os impactos por eles causados na organização do trabalho pedagógico realizado pelos professores em sala de aula e por toda a escola. Entre os achados da pesquisa podem ser destacados: Continue lendo “AVALIAÇÃO EM DEBATE IV – PROVINHA BRASIL: SINGULARIDADES E SIMILARIDADES”

 

AVALIAÇÃO EM DEBATE III: SÍNTESE E CONTRIBUIÇÕES

AVALIAÇÃO EM DEBATE III: síntese e contribuições

Enílvia Rocha Morato Soares

Integrante do GEPA

 

O Grupo de Pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA – realizou, no dia 26 de agosto de 2015, de 8h30 às 10h30, na sala Papirus da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, mais um “Avaliação em Debate”. Este foi o terceiro encontro organizado pela equipe com o objetivo de discutir temáticas relacionadas à avalição educacional e construir entendimentos que possam contribuir para que a prática avaliativa formativa venha a constituir uma realidade na organização do trabalho pedagógico de todas as nossas escolas.

A iniciativa de reunir pessoas, de alguma forma envolvidas com a educação, para o estudo de questões que tratam da avaliação, nasceu do resultado de pesquisas realizadas pelo Grupo, que apontam a hegemonia e a naturalização de concepções avaliativas pautadas na ideia de formação centrada no ensino, e este, realizado de forma homogênea e excludente. O uso da avaliação como meio de medir conhecimentos e classificar estudantes tem sido prática comum entre aqueles que compartilham tais representações. Continue lendo “AVALIAÇÃO EM DEBATE III: SÍNTESE E CONTRIBUIÇÕES”