JC Notícias – 18/01/2021

Dossiê sobre Paulo Freire vai comemorar centenário do educador

Revista “Comunicação & Educação” recebe artigos de estudiosos da obra do autor de “Pedagogia do Oprimido” até 31 de maio

Em comemoração ao centenário do educador pernambucano Paulo Freire (1921-1997) – que se completará no dia 19 de setembro deste ano -, a revista Comunicação & Educação, ligada ao Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, planeja publicar um dossiê sobre a obra do autor de Pedagogia do Oprimido. Para isso, ela está recebendo artigos de estudiosos de Paulo Freire, que poderão fazer parte do dossiê, a ser publicado no final do ano. Os interessados devem submeter seus textos à revista – através deste link – até 31 de maio.

O dossiê tem a coordenação de três professores: Ismar de Oliveira Soares, do Departamento de Comunicações e Artes da ECA, Pablo Nabarrete Bastos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e Douglas Kellner, da Universidade da Califórnia (Ucla), nos Estados Unidos.

“Freire entendia a autêntica educação como um intenso diálogo, mediante o qual ninguém ensina ninguém e todos aprendem com todos”, afirma o professor Ismar Soares, explicando a importância do educador. Segundo Soares, o pensamento de Paulo Freire passou a ser um “divisor de águas” entre os tradicionais modelos de educação, baseados na imposição de padrões de conhecimentos e de comportamentos, e as visões construtivistas de formação humana, que valorizam o protagonismo dos sujeitos da educação – tanto o professor como o aluno. “Contudo, a polarização interessa ao momento histórico que estamos vivendo”, completa.

O pesquisador lembra a atuação de Freire como secretário de Educação do município de São Paulo, no governo da prefeita Luiza Erundina (1989-1993). “Ele deu início à introdução da informática nas escolas públicas da cidade, não sem antes advertir para o perigo do ‘cavalo de Troia’: caberia à educação apoderar-se das tecnologias para melhorar a comunicação de professores e alunos, e não a estas definir as regras do jogo para as práticas curriculares.”

O dossiê a ser publicado em Comunicação & Educação deverá ter artigos em português, espanhol e inglês – as línguas faladas na maioria dos países que hospedam os 19 Institutos Paulo Freire existentes nos cinco continentes atualmente. “A revista quer expor uma diversidade de vozes, no Brasil e no exterior, ao tratar do autor brasileiro mais traduzido em todo o mundo, com ideias de dimensão internacional”, afirma Soares, lembrando que Freire recebeu 35 títulos de Doutor Honoris Causa em 11 países da Europa e das três Américas. Uma vez aceito para publicação, o artigo original em idioma estrangeiro será traduzido para o português, e será publicado nas duas versões. Só serão avaliadas as contribuições que respeitarem as normas e indicações de publicação da revista.

Jornal da USP

 

Lançamento do Observatório da Educação Básica

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

No dia 05 de fevereiro aconteceu o lançamento virtual do Observatório da Educação Básica, da Faculdade de Educação, da Universidade de Brasília (UnB), com a presença da professora Márcia Abrahão, Reitora da UnB, da deputada distrital Arlete Sampaio, da diretora da Faculdade de Educação, Professora Liliane Machado e de coordenadores e professores da Faculdade de Educação da UnB.

Como professora e pesquisadora da educação básica e professora dos cursos de Pedagogia, mestrado e doutorado em Educação da Faculdade de Educação da UnB, me foram concedidos 5 minutos de fala, quando agradeci por considerar a oportunidade de singular importância.

Iniciei dando parabéns à professora Edileuza pela brilhante iniciativa de criação do Observatório.

Segue a minha manifestação:

“Originalmente, observatório é um serviço de observações astronômicas ou metereológicas, ou um mirante. No nosso caso, não é nada disso, porque não vamos simplesmente observar ou lançar nosso olhar para a educação básica, do alto de um mirante que, simbolicamente, seria a UnB.

Uma das nobres funções da UnB e, de modo especial, da Faculdade de Educação e dos cursos de licenciatura, lembrando que função significa o que é próprio de, é desenvolver ações conjuntas com a educação básica. Vocês podem até dizer que isso já é feito. Será da forma conveniente? Lembremo-nos de que a universidade não se impõe, mas toma a iniciativa de aproximar-se para conhecer, discutir, contribuir para a formulação das ações necessárias e, sobretudo, aprender.   

Este Observatório engrandecerá o trabalho da UnB e fortalecerá a formação de professores para o enfrentamento de problemas como o que estamos vivenciando: a pandemia do coronavírus.  

O Observatório será mais um meio de a universidade aproximar-se das escolas. Não de forma convencional, quase a distância, mas para criar efetivo diálogo e encontro de professores formadores e estudantes em formação com os que atuam nas escolas.

Por último, quero expressar meu desejo de que o Observatório proponha pesquisas que envolvam pesquisadores da UnB e equipes das escolas, sobre temas por elas selecionados. Isto porque as costumeiramente desenvolvidas incluem as equipes das escolas como colaboradoras, o que as coloca em segundo plano. O fortalecimento do trabalho das escolas requer que as suas equipes sejam protagonistas. Será o diferencial do Observatório.

Antes de me despedir, quero dizer que trago os cumprimentos dos colegas do Grupo de Pesquisa em Avaliação do Trabalho Pedagógico (GEPA), com o desejo de sucesso ao Observatório.

Obrigada”.