A militarização das escolas

A terra é redonda

12/06/2024

Por ERIK CHICONELLI GOMES*

A implementação das escolas cívico-militares está inserida em um contexto político específico, marcado por uma agenda conservadora que busca reforçar valores tradicionais e hierárquicos

Como historiador, não posso deixar de refletir sobre as implicações históricas e sociais das escolas cívico-militares no Brasil, especialmente em um contexto de crescente militarização da educação.

A história da militarização na educação brasileira não é um fenômeno recente. Desde a Ditadura militar (1964-1985), temos visto tentativas de inserir valores militares na formação educacional dos jovens. A Constituição de 1988, em seu espírito democrático, não menciona a atuação dos militares na política educacional, uma escolha deliberada para afastar resquícios autoritários. No entanto, as recentes movimentações políticas buscam reviver práticas que deveriam estar relegadas ao passado.

O Plano Nacional de Educação e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que são marcos da educação democrática no Brasil, também não contemplam essa abordagem militar. Isso evidencia que a inclusão das escolas cívico-militares é uma anomalia, uma tentativa de inserir um modelo ultrapassado e autoritário em um sistema que deveria prezar pela liberdade e pelo pensamento crítico.

Custos elevados e ineficiência

As escolas cívico-militares têm um custo por aluno três vezes maior do que as escolas públicas convencionais. Para embasar a afirmação de que as escolas cívico-militares têm um custo por aluno significativamente maior do que as escolas públicas convencionais, podemos citar algumas fontes oficiais.

Segundo informações apresentadas pelo Ministério da Educação (MEC),[i] o custo das escolas cívico-militares é, de fato, elevado. O programa que institui essas escolas, chamado Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), foi detalhado em diversos documentos e reportagens. Por exemplo, a reportagem da Agência Brasília[ii] destaca que o investimento necessário para manter essas escolas é consideravelmente maior devido à necessidade de pagar pelos serviços adicionais dos militares da reserva, além dos custos comuns das escolas regulares.

Além disso, o levantamento realizado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal mostra que o modelo cívico-militar envolve custos adicionais com a infraestrutura necessária para acomodar as atividades militares e o pagamento de gratificações aos militares que atuam nessas instituições.

Em um país com enormes desigualdades sociais e educacionais, essa escolha parece mais um desperdício de recursos do que um investimento efetivo na educação. Segundo a deputada Andrea Werner (PSOL), “A escola cívico militar custa o dobro por aluno que as escolas regulares e não entrega o dobro de resultados positivos”.[iii]

Além do custo, a eficiência dessas escolas é questionável. O modelo de ensino militar não é necessariamente adequado para a formação integral dos estudantes. A disciplina rígida e o enfoque na obediência podem sufocar a criatividade e o pensamento crítico, habilidades essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens em uma sociedade democrática.

Ideologização do ensino

A expansão das escolas cívico-militares é também um movimento ideológico. O governo de Jair Bolsonaro, ao instituir o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, promoveu uma visão de mundo que privilegia a ordem e a disciplina militares em detrimento da diversidade e da liberdade de pensamento. Esse movimento pode ser interpretado como uma tentativa de doutrinação, buscando formar cidadãos que aceitem passivamente a autoridade e não questionem as estruturas de poder.

Historicamente, regimes autoritários sempre buscaram controlar a educação para moldar as mentes das futuras gerações. As escolas cívico-militares representam um retrocesso nesse sentido, indo contra os princípios democráticos que deveriam nortear a educação pública no Brasil.

O impacto na qualidade da educação

A análise da qualidade da educação em diferentes países revela disparidades significativas no investimento e nos resultados educacionais. Países como Luxemburgo, Suíça e Noruega, que ocupam posições de destaque no cenário educacional global, possuem sistemas educacionais robustos e inclusivos. Nesses países, o foco está no desenvolvimento integral do aluno, promovendo um ambiente que valoriza a diversidade, a criatividade e o pensamento crítico.

Esses investimentos são direcionados para a capacitação contínua dos professores, a melhoria das infraestruturas escolares e a elaboração de currículos que fomentam a inclusão e a inovação pedagógica.

Em Luxemburgo, o investimento por aluno na educação básica ultrapassa os 26.370 dólares, enquanto na Suíça e na Noruega os valores são de 17.333 e 16.008 dólares, respectivamente.[iv] Esses investimentos resultam em sistemas educacionais que priorizam o desenvolvimento holístico do estudante, abordando não apenas o desempenho acadêmico, mas também o bem-estar emocional e social dos alunos.[v]

Países como Finlândia, Canadá e Nova Zelândia são exemplos notáveis de sistemas educacionais inclusivos que priorizam o bem-estar dos alunos e o desenvolvimento integral. Na Finlândia, o sistema educacional é amplamente reconhecido por sua abordagem centrada no aluno, onde o foco está na personalização da aprendizagem e no apoio individualizado. Professores altamente qualificados e continuamente capacitados são a pedra angular desse sistema, que também valoriza a igualdade de oportunidades e a inclusão de todos os estudantes.

No Canadá, a diversidade cultural é celebrada dentro das salas de aula, e o currículo é desenhado para refletir as várias comunidades que compõem o país. A inclusão de tecnologias educacionais é uma prática comum, permitindo que os alunos desenvolvam habilidades para o século XXI. Além disso, a participação ativa da comunidade escolar é incentivada, criando um ambiente colaborativo que apoia o crescimento acadêmico e pessoal dos estudantes.

A Nova Zelândia também se destaca pela sua abordagem inclusiva. O sistema educacional neozelandês é conhecido por seu compromisso com a equidade e a justiça social, proporcionando suporte adicional a estudantes de grupos minoritários e com necessidades especiais. A educação na Nova Zelândia promove a participação ativa dos estudantes na tomada de decisões sobre sua própria aprendizagem, fomentando um senso de responsabilidade e autonomia.

A escolha por um modelo militarizado agrava as desigualdades no sistema educacional brasileiro. Em vez de promover a igualdade de oportunidades, esse modelo tende a criar uma educação dual, onde os recursos são desviados para um segmento específico, deixando a grande maioria das escolas públicas em situação de vulnerabilidade. A falta de investimentos adequados em capacitação de professores, infraestrutura e currículos inclusivos impede que o sistema educacional brasileiro avance em direção a um modelo mais equitativo e de qualidade.

Desafios da política de militarização

A implementação das escolas cívico-militares está inserida em um contexto político específico, marcado por uma agenda conservadora que busca reforçar valores tradicionais e hierárquicos. No entanto, essa abordagem confronta-se com os princípios democráticos estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e pela própria Constituição Federal de 1988, que promovem uma educação voltada para a cidadania, a pluralidade e o respeito aos direitos humanos.

Historicamente, os regimes autoritários têm utilizado a educação como ferramenta de controle social e doutrinação. A militarização das escolas, além de aumentar os custos, representa uma tentativa de moldar o pensamento das novas gerações conforme uma ideologia específica, que privilegia a obediência cega e a conformidade em detrimento da autonomia e do pensamento crítico. Este movimento é preocupante, pois pode resultar na formação de cidadãos menos preparados para lidar com as complexidades de uma sociedade plural e democrática.

Enquanto países bem-sucedidos adotam práticas que promovem a inclusão, a diversidade e o pensamento crítico, o Brasil parece retroceder ao implementar um modelo que enfatiza a disciplina rígida e a obediência.

A resistência a esse modelo não vem apenas de setores progressistas da sociedade civil, mas também de especialistas em educação, que defendem a valorização dos profissionais da educação e a adoção de políticas públicas que fortaleçam a educação inclusiva e de qualidade. A exclusão dos militares da educação, defendida por diversos pesquisadores e entidades, baseia-se no entendimento de que a formação cidadã deve ser pautada pela liberdade, pela diversidade e pelo respeito aos direitos humanos.

As experiências internacionais demonstram que os sistemas educacionais mais bem-sucedidos são aqueles que investem na formação contínua dos professores, na inclusão de tecnologias educacionais e na participação ativa da comunidade escolar na gestão das instituições. Portanto, a adoção de um modelo militarizado no Brasil vai na contramão das melhores práticas educacionais observadas ao redor do mundo.

Educadoras como Sueli Carneiro e Bell Hooks têm postulado a importância de uma educação inclusiva que valorize a diversidade e a equidade. Sueli Carneiro,[vi] uma renomada intelectual e ativista brasileira, destaca a necessidade de uma educação antirracista e inclusiva que reconheça e valorize as diferenças. Ela argumenta que a educação deve ser um espaço de emancipação e transformação social, onde todos os estudantes, independentemente de sua origem, têm a oportunidade de alcançar seu pleno potencial.

Bell Hooks,[vii] por sua vez, enfatiza a pedagogia do amor e da inclusão, defendendo que a educação deve ser uma prática de liberdade que capacite os estudantes a pensar criticamente e a questionar as estruturas opressivas. Para Bell Hooks, a educação deve ser um processo participativo e democrático, onde a voz de cada aluno é ouvida e respeitada.

Estas perspectivas são fundamentais para entender os desafios e as oportunidades do sistema educacional brasileiro. A militarização das escolas não só ignora esses princípios, mas também perpetua um modelo autoritário que sufoca a criatividade e o pensamento crítico. Para avançar, o Brasil precisa adotar políticas educacionais que promovam a inclusão, a diversidade e a igualdade, seguindo os exemplos bem-sucedidos de outros países e as lições de educadoras visionárias.

Conclusão

Diante dos fatos apresentados, é imperativo questionar a real necessidade e eficácia das escolas cívico-militares. Este modelo não só onera os cofres públicos, mas também ameaça os princípios democráticos que devem nortear a educação brasileira. Como historiador, reitero a importância de uma educação que promova a liberdade de pensamento e prepare os cidadãos para participarem ativamente de uma sociedade democrática e plural. A história nos mostra que a educação é um poderoso instrumento de transformação social, e devemos garantir que ela seja utilizada para promover a inclusão, a igualdade e a justiça social.

A militarização da educação brasileira representa um retorno a práticas autoritárias que contrariam os avanços democráticos conquistados nas últimas décadas. Ao observar exemplos internacionais de sucesso, como os sistemas educacionais da Finlândia, Canadá e Nova Zelândia, percebemos que a qualidade da educação está intrinsecamente ligada à promoção de ambientes inclusivos e ao investimento contínuo na formação de professores. Esses países demonstram que a educação de qualidade é alcançada através da valorização da diversidade e da implantação de políticas educacionais que atendem às necessidades de todos os estudantes, independentemente de sua origem socioeconômica.

Além disso, é crucial considerar a perspectiva de educadoras como Sueli Carneiro e Bell Hooks, que defendem uma educação antirracista e inclusiva. Sueli Carneiro ressalta a importância de uma educação que reconheça e valorize a diversidade cultural e étnica do Brasil, promovendo a equidade e combatendo as desigualdades estruturais. Bell Hooks, por sua vez, enfatiza a pedagogia do amor e da inclusão, propondo uma educação que capacite os estudantes a pensar criticamente e a se engajar ativamente na construção de uma sociedade mais justa. Essas visões são fundamentais para redefinir a educação no Brasil, afastando-se de modelos autoritários e adotando práticas que promovam a liberdade, a criatividade e a igualdade.

Portanto, a adoção de um modelo educativo que valorize a inclusão, a diversidade e o pensamento crítico é essencial para o desenvolvimento de uma educação de qualidade no Brasil. Ao direcionar recursos para a capacitação de professores, a melhoria das infraestruturas escolares e o desenvolvimento de currículos inclusivos, o Brasil pode avançar em direção a um sistema educacional que verdadeiramente prepare seus estudantes para enfrentar os desafios de uma sociedade democrática e plural.

*Erik Chiconelli Gomes é pós-doutorando na Faculdade de Direito na USP.

Notas


[i] Ministério da Educação. ‘Manual das Escolas Cívico-Militares’. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/mec-apresenta-os-resultados-do-programa-nacional-das-escolas-civico-militares.

[ii] Agência Brasília. ‘DF tem 15 escolas cívico-militares, saiba como funciona o modelo’. Disponível em:

(https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2022/04/17/df-tem-15-escolas-civico-militares-saiba-como-funciona-o-modelo.

[iii] WERNECK, Andrea. “A escola cívico-militar custa o dobro por aluno que as escolas regulares e não entrega o dobro de resultados positivos”. PM agride estudantes em votação de escolas cívico-militares. ICL Notícias. Disponível em: https://iclnoticias.com.br/pm-agride-estudantes-votacao-escolas-militares/.

[iv] Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Education at a Glance 2023: OECD Indicators. OECD iLibrary, 2023. Disponível em: https://www.oecd-ilibrary.org/education/education-at-a-glance-2023_69096873-en

[v] OECD. Education at a Glance 2023. Disponível em: https://www.oecd.org/education/education-at-a-glance/

[vi] CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

[vii] hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

 

SP: Estado cria prova de recuperação semestral obrigatória

Publicado em 06/06/2024 por Luiz Carlos de Freitas

Militarização das escolas, exames bimestrais, provas de recuperação obrigatórias, Saresp, IDEB, simulados, plataformização das escolas e suas telas sem limites, gestão privada de escolas etc, instituem um verdadeiro massacre da juventude. Neste ritmo, não tardaremos a assistir a volta da reprovação nas escolas.

Cada vez mais uma combinação de pressão em vários aspectos da vida (estética, social, econômica, escolar, familiar), com mais meritocracia, concorrência e consequente segregação está adoecendo a juventude. Na base deste processo, está uma sociedade que comercializa todas as relações sociais e organiza a vida a partir da busca pelo lucro incessante. Como afirma Huws, a comunicação entre as pessoas foi sequestrada e agora só se processa se mediada por uma empresa de tecnologia que cobra por esta mediação.

O papel da escola está reduzido a “ensinar” um punhado de competências e habilidades na “idade certa” e a fazer com que se saiam bem nos exames e simulados de forma a gerar mais dinheiro do FUNDEB e dos governos, prêmios e elogios para as redes escolares e para as escolas. O magistério é cada vez mais precarizado e chamado a deixar de lado aquele prazer de ver seu aluno avançar e crescer, e subtitui-lo por pensar sua atuação em base a salários adicionais obtidos a partir do desempenho de seus estudantes nos exames.

Os sinais de saturação da juventude são evidentes e estão vindo dos consultórios dos psicólogos, das escolas (há um aumento das agressões ao magistério e entre os estudantes) e de outras fontes e que estão sendo processados equivocadamente com adição de mais pressão ainda.

Jonathan Haidt “demonstra como a “infância baseada no brincar” entrou em declínio na década de 1980 e foi substituída pela “infância baseada no celular”, acompanhada por uma hiperconectividade que alterou o desenvolvimento social e neurológico dos jovens e tem causado privação de sono, privação social, fragmentação da atenção e vício.”

Veja aqui.

Antes ainda, em 2021, Michel Desmurget, em “A fábrica de cretinos digitais” também advertia: “Por que os grandes gurus do Vale do Silício proíbem seus filhos de usar telas? Você sabia que nunca na história da humanidade houve um declínio tão acentuado nas habilidades cognitivas? Você sabia que apenas trinta minutos por dia na frente de uma tela são suficientes para que o desenvolvimento intelectual da criança comece a ser afetado?”

Veja aqui.

O que governos, pais e professores estão dispostos a fazer para proteger a juventude do excesso de telas, da meritocracia e da competição nas escolas e de pressões desnecessárias e nocivas em seu interior? Ou vamos continuar acreditando que estas são “habilidades necessárias para o século XXI”?

Em relação ao magistério é fundamental que as lutas dos sindicatos incorporem não apenas os interesses diretos do magistério, mas incluam a defesa dos interesses formativos da juventude. É urgente que se debatam outras finalidades educativas para as escolas, para além de disciplinar ou treinar estudantes para que se saiam bem nas avaliações, no Saresp ou no IDEB.

 

SP: Estado cria prova de recuperação semestral obrigatória

Publicado em 06/06/2024 por Luiz Carlos de Freitas

Militarização das escolas, exames bimestrais, provas de recuperação obrigatórias, Saresp, IDEB, simulados, plataformização das escolas e suas telas sem limites, gestão privada de escolas etc, instituem um verdadeiro massacre da juventude. Neste ritmo, não tardaremos a assistir a volta da reprovação nas escolas.

Cada vez mais uma combinação de pressão em vários aspectos da vida (estética, social, econômica, escolar, familiar), com mais meritocracia, concorrência e consequente segregação está adoecendo a juventude. Na base deste processo, está uma sociedade que comercializa todas as relações sociais e organiza a vida a partir da busca pelo lucro incessante. Como afirma Huws, a comunicação entre as pessoas foi sequestrada e agora só se processa se mediada por uma empresa de tecnologia que cobra por esta mediação.

O papel da escola está reduzido a “ensinar” um punhado de competências e habilidades na “idade certa” e a fazer com que se saiam bem nos exames e simulados de forma a gerar mais dinheiro do FUNDEB e dos governos, prêmios e elogios para as redes escolares e para as escolas. O magistério é cada vez mais precarizado e chamado a deixar de lado aquele prazer de ver seu aluno avançar e crescer, e subtitui-lo por pensar sua atuação em base a salários adicionais obtidos a partir do desempenho de seus estudantes nos exames.

Os sinais de saturação da juventude são evidentes e estão vindo dos consultórios dos psicólogos, das escolas (há um aumento das agressões ao magistério e entre os estudantes) e de outras fontes e que estão sendo processados equivocadamente com adição de mais pressão ainda.

Jonathan Haidt “demonstra como a “infância baseada no brincar” entrou em declínio na década de 1980 e foi substituída pela “infância baseada no celular”, acompanhada por uma hiperconectividade que alterou o desenvolvimento social e neurológico dos jovens e tem causado privação de sono, privação social, fragmentação da atenção e vício.”

Veja aqui.

Antes ainda, em 2021, Michel Desmurget, em “A fábrica de cretinos digitais” também advertia: “Por que os grandes gurus do Vale do Silício proíbem seus filhos de usar telas? Você sabia que nunca na história da humanidade houve um declínio tão acentuado nas habilidades cognitivas? Você sabia que apenas trinta minutos por dia na frente de uma tela são suficientes para que o desenvolvimento intelectual da criança comece a ser afetado?”

Veja aqui.

O que governos, pais e professores estão dispostos a fazer para proteger a juventude do excesso de telas, da meritocracia e da competição nas escolas e de pressões desnecessárias e nocivas em seu interior? Ou vamos continuar acreditando que estas são “habilidades necessárias para o século XXI”?

Em relação ao magistério é fundamental que as lutas dos sindicatos incorporem não apenas os interesses diretos do magistério, mas incluam a defesa dos interesses formativos da juventude. É urgente que se debatam outras finalidades educativas para as escolas, para além de disciplinar ou treinar estudantes para que se saiam bem nas avaliações, no Saresp ou no IDEB.