“Reprovação sem trauma?”

“Reprovação sem trauma?”

Benigna Villas Boas

O título acima é o de uma reportagem do Correio Braziliense de 29 de setembro de 2018. Surpreendeu-me o entendimento de um professor de que a “reprovação deve ser tratada pelos pais como um fenômeno natural”. Não é bem assim. A escola não foi feita para reprovar o estudante, mas para fornecer os meios para que ele aprenda. Esta é a sua função. A reprovação não pode ser considerada um fato natural. Tem de ser evitada pela escola a todo custo, desde o primeiro dia de aula. Essa palavra não deve ser usada como ameaça. Não faz sentido. A palavra-chave é aprendizagem, para a qual todos os esforços convergem, dos estudantes, seus familiares e profissionais da escola.

Acompanho há anos o hábito de reportagens tratarem da reprovação e da “recuperação” quando o final de ano se aproxima. Isso reforça o entendimento social de que o que importa é “passar de ano” e ter notas boas. Não costumo ler publicações no início do ano letivo alertando as famílias para que acompanhem o trabalho da escola de seus filhos e participem dos esforços para que aprendam e não tenham a nota como objetivo. Ela é apenas uma decorrência do trabalho.

Dedicar um espaço em reportagens de final de ano sobre reprovação é reforçar o que não queremos que aconteça. Portanto, pensemos nos recursos e possibilidades de aprendizagem durante todo o ano escolar.

 

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