Apologia do desastre

JC Notícias – 21/01/2019

Apologia do desastre

“Desde o início do século passado, nossos principais indicadores educacionais contam uma história de melhoria constante, mas em ritmo insuficiente. Negar que os avanços ocorreram em nada contribui para o diagnóstico do muito que ainda precisa ser feito”

Pior do que está, não fica. O quadro atual da educação brasileira é tão desastroso que qualquer mudança deve ser celebrada, pois, na pior das hipóteses, ao menos estaríamos tentando algo novo. Esse foi o argumento utilizado por alguns leitores após minha coluna da semana passada, em que critiquei a inexperiência de parte da nova equipe do MEC. É um pensamento que se assemelha à ladainha do “nunca antes na história desse país”, repetida à exaustão pelo ex-presidente Lula, mas usada agora com sinal invertido.

O problema principal dessa narrativa é que ela não corresponde aos fatos. No início da década de 80, o IBGE mostrava que 21% dos adultos brasileiros eram analfabetos e 35% das crianças e jovens de 4 a 17 anos estavam fora da escola. Em 2017, esses percentuais caíram, respectivamente, para 7% e 4%.

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