Avaliação em debate II
Evento realizado pelo GEPA no dia 26/09/2014
Avaliação: um dos saberes indispensáveis ao desenvolvimento profissional docente
No dia 26 de setembro de 2014, na sala Papirus da FE/UnB, de 8h30 às 10h30, o Grupo de Pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA – promoveu o Avaliação em debate II, sobre o tema “Avaliação: um dos saberes indispensáveis ao desenvolvimento profissional docente”. Estiveram presentes 47 pessoas: professores e estudantes de graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação da UnB; professores da Secretaria de Estado e Educação do DF; diretores e coordenadores pedagógicos de escolas da Secretaria de Estado e Educação do DF; professores dos vários campi do Instituto Federal de Educação de Brasília; professores de cursos de licenciatura de instituições particulares do DF; pedagoga com atuação na Escola de Formação de Magistrados; representantes de outros grupos de pesquisa; integrantes do GEPA.
Como o evento tinha o propósito de pôr em discussão um tema relacionado à avaliação, foi adotada a seguinte dinâmica de trabalho: cada integrante do GEPA se encarregou de convidar um determinado número de participantes, que recebeu com antecedência o texto “da avaliação da aprendizagem à avaliação institucional: aprendizagens necessárias”, de Mara R. L. De Sordi e Menga Ludke, para que servisse de base para as discussões. Além disso, foram encaminhadas, a título de sugestão, questões norteadoras do debate.
Os convidados receberam o folder do evento, no qual constavam os seus objetivos: a partir do texto de apoio, analisar como vem se desenvolvendo a formação de professores e demais educadores para a prática da avaliação; refletir sobre a necessidade de os cursos de licenciatura se aproximarem do trabalho pedagógico realizado nas escolas de educação básica com vistas à formação dos futuros docentes para conviverem com os três níveis da avaliação.
A opção pela realização de um evento com o formato anunciado se deu porque o GEPA tem constatado que simplesmente assistir a palestras não tem feito com que os professores pratiquem a avaliação que favoreça a conquistas das aprendizagens pelos estudantes. O número de pesquisas sobre o processo avaliativo em escolas tem aumentado consideravelmente. Contudo, os seus resultados nem sempre são conhecidos porque a aprendizagem da avaliação ainda não tem merecido atenção na programação dos cursos de licenciatura. Por isso, como o principal objetivo do GEPA é promover o debate sobre temas relacionados à avaliação, o grupo entendeu ser pertinente a discussão a partir da leitura de um texto porque os participantes entrariam em contato com as contribuições de autores. Este objetivo foi alcançado, como apontam os depoimentos de parte dos participantes, por escrito, como avaliação da atividade: discussão rica sobre avaliação da aprendizagem e da avaliação institucional e suas contribuições para a profissionalização docente; escuta sensível – compartilhamentos interessantes… vontade de continuar estudando – praticando sempre; foi excelente o momento. Muito importante para o crescimento profissional e para que ocorram mudanças significativas no lócus da escola; ótimo texto, condizente com o momento que estou vivendo como professora da licenciatura. Colocar o tema da aprendizagem da avaliação na pauta de formação docente é fundamental; o ouvir, de forma acolhedora e reflexiva, as tantas experiências, olhares e “resmungos”. Isso me fez crescer; a importância do debate suportado por referências bibliográficas embasando as reflexões através da saída do senso comum; o texto levanta pontos importantes ao trazer a aprendizagem da avaliação para o centro das relações, possibilitando condições de discussão e posicionamento frente à avaliação; a realidade educacional está em pleno movimento, mas a “pessoa” do professor PRECISA rever sua ética para revigorar seu papel social de “SER/ESTAR PROFESSOR” – individual/coletivo; consonância entre experiências vividas… A avaliação é um processo complexo que também é responsabilidade do Formador Superior.
Como sugestões para outros eventos apontaram-se as seguintes: mais debates assim para promover e difundir conhecimento sobre avaliação e formação docente; trabalhar com a profissionalização docente; controlar o tempo da fala para que alguns não monopolizem a fala; foco no texto e nas perguntas propostas, talvez a mediadora pudesse fazer as inscrições por temas ou bloco de perguntas; ocorram mais vezes; os principais aspectos abordados sejam registrados e disponibilizados aos participantes e canal de comunicação do grupo de pesquisa; um coordenador do debate para marcar o tempo de fala de forma a propiciar uma maior participação do grupo; trazer experiências inovadoras utilizadas pelos professores da Rede sobre avaliação para que sejam discutidas; desdobrar mais o tema; vamos alterar a dinâmica do encontro? – Selecionar partes do texto de apoio e debater como o autor chegou a tal afirmação e porquê; façamos por grupos: Educação superior, Educação Básica; divulgação das informações coletadas pelo grupo de estudo para que possamos tornar mais rico nosso conhecimento; um novo momento em que se possa discutir “como” a universidade pode criar espaços para debater a avaliação – apresentação de alunos de graduação; manter a dinâmica de estratégias de discussão propostas pelo grupo; ampliar a discussão. Talvez analisar experiências à luz da teoria; aumentar o tempo de duração para 4 horas – adorei participar, quero mais tempo.
Como temas para outros, encontros foram indicados: A avaliação no ensino superior – desafio a ser superado. A formação do docente no ensino superior. Avaliação: qualidade social e qualidade total da avaliação em larga. Autoavaliação. Perspectivas discentes sobre a avaliação e práticas pedagógicas nas situações de ensino. Avaliação na formação de professores. Avaliação formativa e adaptações curriculares. Como provocar na escola a importância das avaliações. Descolonização do poder através do currículo e avaliação. Mercantilização da avaliação. Avaliação somativa – como pensá-la? Sintetizar como a avaliação pode ser importante instrumento de organização dos problemas apresentados na gestão. Alterar a avaliação e o que se compreende sobre ela se reflete nas relações nos espaços escolares? Índices de qualidade. Autoavaliação: um processo de melhoria para nossas ações no contexto escolar. Práticas avaliativas nos anos iniciais. Avaliação Institucional (ampliar); Aprendizagens sobre avaliação (ampliar); Resistências sobre a avaliação formativa. Aprofundar a relação da Avaliação Institucional e a escola que temos e a escola que queremos. Avaliação e intersubjetividade: a formação docente voltada para a heteroavaliação. Avaliação para a aprendizagem. Avaliação em Educação Matemática. Avaliação Institucional Participativa – como, para quê e o que fazer frente aos resultados. Inclusão da avaliação educacional para deficientes físicos. Os (de)usos do Estado e das escolas dos resultados das avaliações de larga escala na educação básica. Avaliação e o desenvolvimento discente.
O grande interesse dos participantes pela discussão sobre o tema e outros relacionados à avaliação foi revelado pelo oferecimento de variedade de informações sobre o evento e pelos pedidos de realização de outros. Quando se promovem palestras nem sempre o interesse é demonstrado de forma tão contundente como foi possível perceber no Avaliação em debate II. O diferencial é que o formato adotado possibilitou aos participantes lerem um texto que eles poderão usar em outros momentos envolvendo outras pessoas e participarem de uma discussão sobre o mesmo. Observou-se que o GEPA propiciou uma rica oportunidade de formação continuada. O desafio que se coloca ao grupo é o de dar continuidade a atividades desse gênero para que a chama por ele acesa não se apague.
Cabe destacar a responsabilidade, o zelo, a competência e o comprometimento dispensados ao tema avaliação e à qualidade do trabalho da escola pública pelos integrantes do GEPA, que não conta com recursos financeiros. Suas atividades são organizadas pelos seus membros.
