Benigna Maria de Freitas Villas Boas
Ontem, 17/08/2022, o Conselho de Educação do DF realizou a XVII Conferência de Educadores do DF, abordando o tema “Os 60 anos de participação na educação do DF”. Na ocasião foi entregue o Diploma Jubileu de Diamante a educadores/as que prestaram serviços à Educação Distrital. Fui uma delas. Mas não é sobre isso que quero falar.
Durante o evento, foi lançado o ebook Conselho de Educação do DF e realizada a premiação do concurso de desenhos que o ilustram. Participaram do certame estudantes de escolas públicas e privadas. Aqueles cujos desenhos fazem parte do livro foram convidados. Os três primeiros lugares receberam prêmio em dinheiro. Um fato merece reflexão. Um dos estudantes que tiveram seus desenhos selecionados justificou sua ausência pelo fato de ter prova no mesmo horário e de seu professor não tê-lo liberado. Não conheço detalhes da situação, mas o argumento causa preocupação: qual o significado da prova para esse mestre e para a escola? É o principal recurso de avaliação? O estudante não poderia fazê-la em outro momento? Ou ser avaliado por outros meios? Não seria enriquecedor para o estudante o seu comparecimento? Será que isso não foi considerado? Como em situações de avaliação o estudante está aprendendo, a que conclusões ele poderá ter chegado por meio da decisão do seu professor? Obediência? Desconsideração da sua iniciativa e conquista? Avaliação é aprendizagem. Quem aprende avalia e quem avalia aprende. Não nos esqueçamos disso.
Enguita, no livro A face oculta da escola (Artes Médicas, 1989, p. 203), afirma: “ Na escola aprende-se a estar constantemente preparado para ser medido, classificado e rotulado; a aceitar que todas nossas ações e omissões sejam suscetíveis de serem incorporadas a nosso registro pessoal; a aceitar ser objeto de avaliação e inclusive desejá-lo”.