CRIANÇA FARÁ PROVA DE ALFABETIZAÇÃO

JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO
11/06/2013
CRIANÇA FARÁ PROVA DE ALFABETIZAÇÃO
Crianças do 3.º ano do ensino fundamental terão de fazer uma prova que vai avaliar a alfabetização em todo o País. O Ministério da Educação (MEC) formalizou ontem a criação da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), que deverá conferir, a partir deste ano, a qualidade e a eficiência do ciclo do 1.º ao 3.º ano do ensino fundamental das escolas públicas de forma censitária.

“Entendemos ser extremamente importante a avaliação porque vai permitir ao Brasil avançar na meta de alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade. A avaliação será fundamental para que gestores possam colocar em prática as ações do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic)”, disse, em nota, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa.
A prova estava prevista no Pnaic, publicado em julho, que já falava em uma “avaliação externa universal do nível de alfabetização ao final do 3.º ano do ensino fundamental”.

Segundo o Estado apurou, a avaliação será feita já a partir deste ano, com estudantes de escolas públicas que estiverem concluindo o 3.º ano do ensino fundamental. Uma nova portaria, regulamentando a ANA, deverá ser publicada nas próximas semanas. Ainda não foram divulgadas previsões de gastos.

A criação de uma prova nacional para medir o grau de alfabetização de crianças foi antecipada pelo próprio ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em março. Na época, Mercadante comentou que o novo exame seria uma ampliação da Provinha Brasil, que avalia o estágio de alfabetização de estudantes do 2.º ano do fundamental. “A Provinha Brasil é amostral. Nós faremos um exame nacional para ver a qualidade da alfabetização”, disse Mercadante.

Críticas. A criação “desnecessária” de mais uma avaliação é uma das críticas levantadas pelo professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse. “Além da Provinha Brasil, existem também outras provas no âmbito dos Estados. E as crianças muito pequenas não têm autonomia para participar de uma avaliação externa.”
Já o caráter censitário – mais custoso aos cofres públicos – é visto com ressalvas pela diretora executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz. “A avaliação poderia ser amostral. Com a Prova ABC (que avaliou crianças em 2011 e 2012), comprovamos que é possível monitorar o nível de alfabetização dos alunos.”
O consultor Alexandre Oliveira, sócio-fundador da Meritt Informação Educacional, ainda alerta para a demora – que pode chegar a dois anos – no recebimento dos resultados de algumas avaliações externas pelas escolas. “Em menos de um ano após a prova, já daria para serem divulgados os primeiros resultados.” / COLABOROU DAVI LIRA

 

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