Benigna Maria de Freitas Villas Boas
Nos Estados Unidos estão sendo realizados estudos sobre o uso da inteligência artificial para oferecimento de feedback a professores sobre sua atuação junto aos estudantes. Pesquisas mostram que receber esse feedback da sua própria atuação, por meio de um observador de inteligência artificial, possibilita aos mestres se engajarem mais intensamente no trabalho junto aos estudantes durante as aulas e, mais regularmente, reconhecerem seus avanços e encorajarem sua participação.
O novo estudo desenvolveu-se durante um curso online com estudantes adultos. Contudo, os pesquisadores consideram ser possível usar esse formato de feedback em atividades com estudantes de diferentes cursos. A sua contribuição consiste em oferecer aos professores feedback mais consistente do que a ajuda que lhes poderia ser repassada por orientadores do seu trabalho.
Considerações éticas estão sendo analisadas, como: o feedback não deve ter caráter punitivo. Outro aspecto de caráter ético se refere a quem for acessá-lo, pelo fato de as ações dos professores ficarem expostas. Sobre esta última consideração, salienta-se que a ferramenta poderá ser útil para novos professores, que ainda não têm muita experiência. Contudo, as gravações poderão conter enganos que eles não deveriam ver, comenta o texto. Outra situação que merece atenção é a possibilidade de o conteúdo da gravação estar fora de contexto. Por isso, são necessárias orientações claras para quem for usar a ferramenta.
A ferramenta de inteligência artificial em questão tem a “chance de oferecer feedback mais regularmente e a um custo menor”, dizem os seus idealizadores. Porém, entendem que ela não é desprovida de falha, como qualquer outra referente à inteligência artificial que analisa a linguagem humana.
Considero que o feedback assim proposto pode contribuir para a formação continuada de professores. Para isso requer discussão aprofundada.
Education week, 14/06/2023
Tradução livre