“JUNTOS FAZEMOS HISTÓRIA”

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – mbboas@terra.com.br

Vi a frase acima inscrita no alto muro de uma escola da rede privada. Abaixo apareciam vinte fotos grandes e coloridas do que pareciam ser estudantes da escola. Todos estavam sorridentes. O paredão podia ser visto por quem passava pela rua ao lado. Se minha percepção está correta, fiquei pensando: a escola não tem apenas vinte estudantes. Por que estes a representam de forma tão vibrante? Por que a necessidade de apresentar à comunidade em geral situação dessa natureza? O que essa escola entende por educação e formação do cidadão? Qual o seu compromisso com a formação da cidadania? Quais seriam os critérios de escolha desses vinte estudantes para serem expostos à comunidade que circunda a escola? Seriam os que obtiveram melhores notas? Ou os que nela estão matriculados há mais tempo? Fatos dessa natureza me intrigam porque parecem demonstrar a necessidade da escola de continuar produzindo a exclusão. Justamente a instituição criada para promover as aprendizagens de todos os estudantes se revela de maneira excludente. A bela história da escola é construída por todos os que nela atuam: estudantes, professores, gestores, pais, servidores. Esta parece ser uma das aprendizagens que os estudantes estão constituindo e que seus pais estão reforçando: é natural que a escola seja seletiva e excludente. Esta mensagem está sendo transmitida a quem vê o muro da escola.

 

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