O GEPA na pandemia: tocando em frente

Enílvia Rocha Morato Soares

            As adversidades decorrentes da grave crise sanitária e humanitária causada pela pandemia da Covid-19 afetaram drasticamente a vida em todo o mundo, impulsionando diferentes mudanças, entre elas, no modo como são estabelecidas as relações sociais e profissionais entre os sujeitos. Com o GEPA não poderia ser diferente.

            Perplexo e amedrontado com as primeiras notícias do surto pandêmico no início de 2020, e em atendimento às orientações médicas que recomendavam o isolamento social, o GEPA suspendeu seus encontros, até então realizados presencialmente, optando por aguardar informações mais seguras a respeito do inusitado momento que estávamos vivendo. Ao longo desse ano, os trabalhos do GEPA se voltaram à produção do livro “Avaliação em livros: 1960 a 2020” (no prelo), resultado de uma pesquisa que buscou analisar, década a década, livros que abordam, de alguma forma, a avaliação educacional. Iniciada em anos anteriores, a construção da obra estendeu-se até o final de 2021.

            Embora produtivo e gratificante, o trabalho com o livro não pareceu suficiente para suprir as necessidades do GEPA. Primeiro por não envolver todos os componentes. Segundo porque os estudos comumente realizados nos encontros se mostraram cada vez mais necessários, dada a grande quantidade de informações que transitavam (e transitam) regularmente, demandando criterioso exame. Além disso, é sabido que a organização e o fortalecimento do Grupo dependem, em grande parte, das interações que nessas reuniões se estabelecem.

            Ainda sob as restrições impostas pela pandemia, porém, um pouco mais tranquilos com o início de processo de vacinação, reiniciamos, em 2021, os encontros da forma como foi possível, ou seja, virtualmente. Uma experiência desafiadora para alguns de nós, cuja familiaridade com esse formato era ainda incipiente.

Sem desconsiderar a riqueza das relações interpessoais possibilitadas pela proximidade física, os encontros on-line apresentaram vantagens, como favorecer a participação de colegas mesmo estando eles fora de Brasília ou em trânsito, e facilitar a organização de seus horários, uma vez que dispensa o deslocamento. Porém, o mais importante foi viabilizar o retorno do diálogo síncrono entre os integrantes do Grupo e, em decorrência, dos estudos coletivos. O destaque foi a análise realizada no segundo semestre, do livro Por uma Didática da Educação Superior, organizado pelas professoras Ilma Passos Alencastro Veiga e Rosana César de Arruda Fernandes. Publicado em 2021, o livro foi considerado, pelo GEPA, uma importante contribuição para professores, em especial aos que atuam no nível da educação ao qual o livro se destina.

Analisada a partir de diferentes olhares, a leitura se torna enriquecida e aprofundada. As observações do Grupo em relação aos textos representam, em grande medida, o posicionamento de professores da rede pública e privada, de pesquisadores e estudiosos da avaliação interessados na construção de uma educação de qualidade socialmente referenciada. Isso porque o grupo é composto por representantes desses segmentos, o que torna relevantes seus pontos de vista. É a percepção de quem, de fato, pensa e faz educação.   Como parte indissociável da abordagem didática tratada no livro, a avaliação formativa foi sempre o ponto de destaque das análises, apontada como meio de possibilitar caminhos nessa direção.

 Perspectivas para 2022 se revestem de esperanças. Encontros presenciais serão retomados sem, no entanto, abrirmos mão dos virtuais e das vantagens por eles propiciadas. Não duvidamos das dificuldades que certamente serão enfrentadas rumo à conquista de melhorias no campo educacional e social. Mais do que nunca o GEPA deverá se fortalecer em defesa de uma avaliação promotora de aprendizagens. Sigamos juntos nessa direção!

 

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