O que aprendemos com uma escola que busca ser antirracista

JC Notícias – 15/10/2024

“Em um País com tanta desigualdade, políticas de inclusão podem trazer uma oportunidade para a sociedade inteira se desenvolver e reduzir barreiras históricas”, comentam Leticia Lyle, cofundadora da Camino Education e da Cloe e diretora da Camino School, e Vítor Del Rey, presidente do Instituto Guetto e professor da Fundação Dom Cabral, em artigo para o Nexo

A tarefa de construir, manter e aprimorar espaços de convivência ética, diversa e inclusiva tem se tornado um desafio cada vez mais urgente. Quando esses espaços são escolas, o peso das decisões parece triplicar, especialmente diante do compromisso social de formar cidadãos para o mundo em que vivemos. É interessante perceber que, para atingir esse objetivo, dimensões como o caráter antirracista da escola, parecem se tornar prioritárias. Não se trata de ser uma escola de excelência ou inclusiva, inovadora ou antirracista. Precisamos trabalhar no território do “e”, pois a excelência e a inovação passam, no mundo de hoje, inevitavelmente, pela capacidade de um ambiente educacional ser inclusivo e antirracista.

Para isso, inúmeros esforços precisam ser empreendidos. Construção coletiva de conhecimento, publicação e geração de recursos didáticos, compartilhamento de boas práticas e de aprendizagens coletivas são fundamentais. A representatividade precisa fazer parte de toda a escola, dos estudantes à equipe docente, da gestão à curadoria de recursos, para garantir um programa curricular e formativo que contemple e expanda o trabalho proposto na Lei 10.116 e sustentar uma comunidade de famílias engajadas em apoiar nosso projeto, que se percebem representadas e pertencentes a essa construção.

Transformações significativas não vêm fácil. Os sistemas respondem: quando você insere um material ou mesmo uma formação sobre o tema do antirracismo, por exemplo, as aprendizagens sobre relações raciais na escola são exponenciais, mas com elas, também crescem os números de conflitos, conversas e mediações. Para que uma escola antirracista exista, esses desafios precisam ser encarados como oportunidades para aprender, colocando toda a nossa comunidade no lugar de estudantes. Para que isso aconteça, os desafios precisam ser encarados com a magnitude que têm.

Veja o texto na íntegra: Nexo

 

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