MÉTODO QUE AUMENTA A PARTICIPAÇÃO DO ALUNO

 

Jornal da Ciência, 1º de maio de 2015

IF/USP adota método de ensino que aumenta a participação do aluno em sala de aula

Em instituições onde já é aplicada, como o MIT e as universidades de Harvard e de Yale, a “aprendizagem ativa” diminuiu em um terço os índices de repetência Não é de hoje que professores e especialistas em educação percebem que os alunos tendem a render pouco em aulas expositivas. Com a popularização da internet e das novas tecnologias digitais, que possibilitam a esses estudantes o ingresso em um mundo com abundância de informação sem precedentes, os desafios do professor em sala de aula só aumentam. Por isso, o Instituto de Física da USP (IF/USP) adotou com os alunos ingressantes os preceitos da chamada “aprendizagem ativa”: um conjunto de práticas que faz do estudante o protagonista no processo de aprendizado. Essas práticas já são adotadas no MIT, em Yale e em Harvard, entre outras instituições de renome.

Diversas metodologias estão reunidas sob o guarda-chuva da “aprendizagem ativa”. No IF, a escolhida foi o SCALE-UP (student-centered active learning environment with upside-down pedagogies), desenvolvida por Robert Beicher na Universidade Estadual da Carolina do Norte e adotada em mais de 200 instituições. Por enquanto, ela é empregada com as turmas ingressantes, nas disciplinas Física I e II – primeiro e segundo semestres, respectivamente. Continue lendo “MÉTODO QUE AUMENTA A PARTICIPAÇÃO DO ALUNO”

IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

 

Jornal da Ciência, 1º de maio de 2015

Abertas inscrições para o IV Congresso Internacional de Avaliação Educacional

O evento da Universidade Federal do Ceará será de 5 a 7 de novembro, em Fortaleza

O Núcleo de Avaliação Educacional (NAVE) do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da UFC realizará de 5 a 7 de novembro, em Fortaleza, o IV Congresso Internacional de Avaliação Educacional. O evento ocorrerá no Hotel Oásis Atlântico Imperial (Av. Beira Mar, 2500, Meireles). O prazo para submissão de trabalhos nas modalidades comunicações orais e pôsteres vai até o dia 6 de junho, enquanto para participação como ouvinte e nos minicursos segue até 10 de outubro, no site do evento: www.nave.ufc.br/vi_ciae.

Sob coordenação geral do Prof. Raimundo Hélio Leite, ex-Reitor da UFC e diretor do NAVE, o encontro objetiva promover a troca de experiências com instituições nacionais e internacionais que realizam estudos e pesquisas na área da avaliação educacional. Caberá à Profª Bernadete Angelina Gatti, da Fundação Carlos Chagas, fazer a conferência de abertura sobre “Avaliação Institucional em escolas: novas veredas e contribuições”, no dia 5 de novembro, às 10h; e ao Prof. Mario Rueda Beltrán, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), ministrar a conferência de encerramento, intitulada “Os desafios da Avaliação Educacional para a docência na Ibero-América”, no dia 7 de novembro, às 10h50min. Continue lendo “IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL”

CIDADES COM FRACO DESEMPENHO DE ENSINO PODERÃO SOFRER INTERVENÇÃO FEDERAL

 

O ministro Janine Ribeiro, ao tomar posse, encontrou já elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República um plano de intervenção federal nas escolas que apresentam fraco desempenho de ensino. A intenção de adoção da meritocracia faz parte do plano. Irá o novo ministro submeter-se à Secretaria de Assuntos Estratégicos?

 

Cidades com fraco desempenho de ensino poderão sofrer intervenção federal, diz Mangabeira Unger
Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos detalha plano pedido por Dilma. “Temos que socorrer redes defeituosas”, diz.
por Antônio Gois
17/04/2015 6:00 / Atualizado 17/04/2015 12:05
O ministro Roberto Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em seminário em abril de 2015 sobre os Brics – Saulo Cruz/ Divulgação SAE Continue lendo “CIDADES COM FRACO DESEMPENHO DE ENSINO PODERÃO SOFRER INTERVENÇÃO FEDERAL”

DAVID BERLINER’S VIEW ON THE TEACHING PROFESSION

 

Education in two worlds, by Gene Glass, 14 Apr 2015

David Berliner’s Views on the Teaching Profession

Posted: 14 Apr 2015 11:14 AM PDT

Asked recently about his views on teacher associations, David Berliner, Regents’ Professor Emeritus at Arizona State University, had this to say:

When a profession as large and necessary to society as teaching is insulted by state and federal Secretaries of Education, judged negatively by the nation’s presidents and governors, see their pensions cut, receive salaries that do not keep up with inflation, often cannot afford to live in the communities they work in, cannot always practice their profession in ways that are ethical and efficacious, are asked to support policies that may do harm to children, are judged by student test scores that are insensitive to instruction and more often reflect social class differences rather than instructional quality, see public monies used to support discriminatory charter and private schools, yet still have a great deal of support from the parents of the children they teach, then there is a strategy for making teachers’ lives better. It is called unionization. The reasons for unionization could not be plainer. New and veteran teachers should band together and close down school systems of the type I have described. It will be difficult, of course, and some teachers will no doubt be fired and jailed. But if teachers do not fix this once noble profession, America may well lose its soul, as well as its edge.

The Teacher Educator, 50, (1), 2-3.

TESTES: NOVAS FORMAS DE LUTA

 

Testes: novas formas de luta

Publicado em 10/04/2015 por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas

Grande quantidade de pais americanos estão optando por impedirem seus filhos de serem objeto de testes de alto impacto nas escolas. A lei americana (opt out) permite que os pais determinem às escolas de seus filhos que não os incluam nos testes de larga escala. Em lugares como Colorado, Flórida, Nova Jersey e Nova York a retirada é significativa. O movimento é nacional.

O problema que isso acarreta é que a lei americana No Child Left Behind exige que cada escola inclua nos testes pelo menos 95 por cento de seus alunos, ou então o distrito ou estado poderia enfrentar sanções, implicando em perda de acesso a recursos federais. A exigência é extensiva proporcionalmente aos subgrupos de pobreza e raciais.

Alguns estados e escolas estão próximos de não atingir o limiar da exigência de 95% de presença devido ao movimento anti-teste “opt out”. O estado do Colorado já pediu ao governo federal que flexibilize a exigência, temendo não atingí-la.

Eis aí um movimento interessante. O primeiro passo, no Brasil, é garantir leis que permitam aos pais impedirem que seus filhos sejam envolvidos nos testes, sem retaliação por parte das escolas. Em seguida, é mobilizar os pais para que retirem seus filhos dos exames. Podemos comprometer o desenho da avaliação se conseguimos reduzir o número de alunos em cada turma que se dispõem a fazer o exame.

Os pais precisam ser envolvidos nesta luta e para isso, temos que mostrar a eles os efeitos nefastos que os testes de alto impacto acarretam a seus filhos.

Os únicos exames e testes válidos são aqueles planejados e aplicados pelos próprios professores para conhecerem o desempenho de seus alunos na sua classe.

 

INCOMPREENSÕES SOBRE O IDEB

 

INCOMPREENSÕES SOBRE O IDEB

Lei obriga que escolas em Maceió divulguem Ideb para pais de alunos

Todos pela Educação 08 de abril de 2015

Objetivo é informar qualidade das instituições de ensino. Lei foi promulgada no Diário Oficial do Município no dia 7/4/2015

Com o objetivo de informar aos pais sobre a qualidade das escolas em que os filhos estudam, o presidente da Câmara dos Vereadores de Maceió, Kelmann Vieira (PMDB) promulgou, nesta terça-feira (7/4/2015), a Lei nº 6.373 que exige que as instituições de ensino divulguem o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb).

De acordo com a publicação do Diário Oficial do Município (DOM), as escolas públicas e privadas localizadas em Maceió são obrigadas a divulgar e colocar à disposição de pais, mães ou responsáveis de alunos as classificações no Ideb.

A divulgação levará em conta a posição da escola em nível nacional e em Alagoas. De acordo com a publicação, as escolas têm o tempo máximo de 60 dias para iniciarem o cumprimento da lei, contados a partir desta terça.

Já em relação a forma escolhida para divulgação, as escolas devem comunicar ao Conselho Municipal de Educação, que ficará responsável por fiscalizar o cumprimento da lei, inclusive definindo critérios para a melhoria da qualidade de ensino das instituições que forem classificadas com o Ideb insatisfatório.

Avaliação O Ideb é um indicador geral da Educação nas redes privadas e públicas. Foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação: rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho na Prova Brasil, em uma escala de 0 a 10.

 

 

ENTREVISTA DE LUIZ CARLOS DE FREITAS SOBRE INDICADORES EDUCACIONAIS

 

Entrevista de Luiz Carlos de Freitas sobre indicadores educacionais

 

“Para que sejam úteis, indicadores têm que ser associados à política que mobilize escolas na utilização e análise dos dados”

Professor da Unicamp, Luiz Carlos de Freitas analisa portal do INEP e questiona política de cobranças sobre as escolas

“Para que sejam úteis, indicadores educacionais têm que ser associados a uma política que mobilize o interior da cada escola na utilização e análise dos dados, criando mecanismos de mediação nas próprias escolas. Ao invés disso, servem apenas como forma de pressão pública sobre a escola”, constatou o professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos de Freitas.

Ao avaliar o novo portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que pretende explicitar às escolas alguns de seus índices e o contexto social em que estão inseridas, o professor avaliou que, apesar de o acesso a dados contextuais poder contribuir com a maior capacidade de análise do desempenho geral da escola, deve-se evitar uma avaliação que reúna informações que responsabilizem a unidade de educação por seus resultados. Continue lendo “ENTREVISTA DE LUIZ CARLOS DE FREITAS SOBRE INDICADORES EDUCACIONAIS”

GAMING DO GATO E RATO

 

Gaming do gato e rato

Publicado em 06/03/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Rogério Cerqueira Leite escreve hoje (6-03-15) na Folha de São Paulo sobre “Lixo acadêmico, causas e prevenção”. Para ele, “critérios que levam em conta citações em artigos acadêmicos ensejaram artifícios para ludibriar sistemas de avaliação”.

Ele não é contra tais critérios, e credita os problemas a algumas causas que identifica como: “1. O pagamento de “pedágio” [que] se estabelece quando um pesquisador consegue, por mérito ou oportunismo, apoderar-se de um meio de produzir dados. Com o que afluem outros pesquisadores ao seu laboratório e, como pagamento, incluem em artigos o nome do “dono da bola”; 2. “O compadrio” (…) ou seja, “o acordo de cavalheiros entre membros de grupos para compartilhar autorias. O número de publicações e de citações é assim multiplicado”; e 3. O “franciscanismo” (dar para receber), intra ou inter, dependendo se a burla ocorre entre membros de uma ou de mais instituições.” Continue lendo “GAMING DO GATO E RATO”

HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS EM QUESTÃO

 

RJ: habilidades socioemocionais em questão

Carlos Eduardo Rodrigues defendeu sua dissertação de mestrado com o título: AS HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS COMO A NOVA FÊNIX DAS AVALIAÇÕES EM LARGA ESCALA? no Centro de Ciências Humanas e Sociais da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO, sob orientação de Claudia Fernandes.  Abaixo segue o resumo do trabalho.

 “Estamos vivenciando um período marcado por novas narrativas sobre o que conta como “boa” educação (BALL e MAINARDES, 2011). Nesse contexto, sob a insígnia da “renovação”, as habilidades socioemocionais ou não-cognitivas – aquelas que designam os comportamentos, as atitudes e as características de personalidade que não estariam diretamente ligadas ao domínio das disciplinas escolares – têm sido defendidas como a solução para trazer à educação o que lhe estaria faltando. A importância que se tem atribuído às habilidades socioemocionais pode ser evidenciada através da recente iniciativa da OCDE de encomendar ao Instituto Ayrton Senna (IAS) a confecção de um instrumento de avaliação em larga escala que fosse capaz de aferir essas habilidades. A avaliação desenvolvida, aplicada a estudantes da rede pública do Rio de Janeiro, pretendeu medir conscienciosidade, amabilidade, estabilidade emocional, abertura a novas experiências e extroversão. Movidos por uma profunda desconfiança de que fosse possível mensurar aspectos tão complexos por meio de uma avaliação em larga escala, propusemo-nos a investigar por que, por meio de que atores e com base em que argumentos tem se pretendido institucionalizar no Brasil a avaliação em larga escala das habilidades socioemocionais dos alunos. Tratar do tema avaliação em larga escala obrigou-nos a reconhecer que estávamos diante de um fenômeno complexo, marcado por ambiguidades, contradições e disputas ideológicas. Adotamos, pois, como arcabouço teórico-metodológico a Análise do Discurso de linha francesa e, mais especificamente, a proposta de Charaudeau (2014), pois que esta enfatiza o caráter intersubjetivo da linguagem, reconhecendo-a como o espaço do debate e do embate. A análise de nosso corpus, composto basicamente por relatórios e pela transcrição de dois vídeos, permitiu-nos afirmar que a OCDE, o principal desses atores, tem orientado sua atuação através dos três mecanismos de governança apontados por Jakobi e Martens (2010): a produção de ideias, a avaliação de políticas e a geração de dados; e por meio de pelo menos dois dos modos de governança concebidos Woodward (2009), quais sejam o cognitivo – que passa pela circulação de ideias – e o normativo – observável a partir do compartilhamento de um conjunto de valores. Para legitimar seus anseios em relação ao desenvolvimento tanto das habilidades socioemocionais nos jovens quanto de um instrumento para aferi-las, a OCDE convocou o Professor James Heckman – o qual manteve certa independência de posição – e alguns outros atores que se apresentaram apenas como reprodutores da visão da OCDE, dentre os quais mencionamos o IAS, os ministros da educação de diversos países e, em especial, o MEC do Brasil. Esse projeto de governança educacional global tem se assentado nas expectativas do que o mercado de trabalho vem definindo como perfil desejado para os indivíduos que emprega e no anseio de instituir formas de controle para assegurar que tais expectativas sejam atendidas. Nesse contexto comprometido com os interesses do mercado de trabalho, os quais não se confundem com os propósitos democráticos da educação, o suposto “renascimento” que as habilidades socioemocionais poderiam representar não contemplam uma verdadeira renovação, mas antes representam permanência, manutenção.”

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JOVENS FORA DA ESCOLA NO BRASIL

 

11/03/2015 13h09 – Atualizado em 11/03/2015 16h50

Cerca de 1,7 milhão de jovens estão fora da escola no Brasil, diz Unicef

Unicef divulgou os principais desafios do ensino médio no país. Violência, gravidez e trabalho precoce são os principais problemas.

Tábata Poline Do G1 MG

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (11) em Belo Horizonte aponta os principais desafios para a educação do ensino médio no Brasil, onde cerca de 1,7 milhão de adolescentes de 15 a 17 anos ainda está fora da escola. A publicação foi elaborada pelo Observatório da Juventude da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

De acordo com o estudo, os principais fatores apontados pelos jovens para justificar o abandono dos estudos são violência familiar e no entorno da escola, gravidez precoce e trabalho. Fatores como organização e infraestrutura da escola, falta de diálogo entre alunos e professores e desmotivação dos educadores também foram apontados. Continue lendo “JOVENS FORA DA ESCOLA NO BRASIL”