Avaliação na educação infantil segundo a Lei nº 12.796

 

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Está em vigor desde o dia 04 de abril de 2013 a Lei nº 12.796, que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no que se refere a alguns aspectos da educação infantil. Uma das mudanças refere-se à avaliação na educação infantil.

Artigo 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I – avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;
II – carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;
III – atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral;
IV – controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas;
V – expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. Continue lendo “Avaliação na educação infantil segundo a Lei nº 12.796”

A meritocracia avança perigosamente nas escolas

 

Tomamos conhecimento de um convite para a formação do 1º Ninho das Cobras de uma escola de ensino fundamental no DF. O convite traz data, horário e local para a constituição do referido “ninho”. Sem identificação do/a professor/a responsável, da escola e dos alunos, apresentamos o teor do convite:

“Data: 27/03/2013 – 14 horas – no refeitório da escola.
XXX, professor de XXX e coordenador do Projeto Ninho das Cobras das 5as séries A,B, C, D, E e F, do XXX, tem o prazer de convidar os pais dos alunos cobras, os alunos cobras, os seus ex-alunos e hoje professores, A e B, a CRE XXX na pessoa da professora XXX, a direção da XXX, o professor C, a direção do XXX e demais professores dessas turmas para: Entrega das medalhas, dos diplomas comemorativos, da premiação aos alunos Cobras(o melhor de cada fila), Sucuris(o melhor de cada sala) e grande Sucuri o melhor de todas as turmas. Segue abaixo a relação das cobras por turma: Continue lendo “A meritocracia avança perigosamente nas escolas”

Escolas empobrecidas: sem História nem Geografia

 

Carta na Escola

Carta Capital
Educação
15.02.2013 12:52
Escolas empobrecidas: sem História nem Geografia

A escola vive uma profunda crise de legitimidade*. O mundo mudou, ficou complexo, novas demandas surgiram. Os estudantes na escola também são outros, diversos na origem e nos interesses. Os professores carecem de condições para um trabalho digno. A sociedade alterou suas expectativas referentes à escola e, assim, criou-se um complicado jogo de múltiplas contradições e, para essa complexidade, não cabem respostas e políticas simplistas. Continue lendo “Escolas empobrecidas: sem História nem Geografia”

Reprovação, repetência e evasão: a mesma coisa?

 

Erisevelton Silva Lima
Doutor em educação e professor da SEDF

Nada melhor que a pergunta para movimentar o estado das coisas, nada pior que respostas para camuflar a dialética da vida. Foi em uma conversa dessas, de que gosto muito, com docentes das áreas específicas, que um deles fez esta provocação em meio ao desabafo. Assim disse o professor: “Ando meio cansado de ler algumas coisas que chegam à minha escola sobre o pedagógico e sobre educação, tudo igual, tudo!!! Você não acha? Por exemplo não aguento mais ouvir falar em reprovação, repetência e evasão, para mim é tudo igual, você não acha?”

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Formação da biblioteca da Escola Classe Vila Buritis

 

Acompanhada da Professora Edileuza, coordenadora da Regional do Recanto das Emas, e da professora Vanessa, da mesma coordenadoria, estive hoje na Escola Classe Vila Buritis para entregar 125 livros de literatura para a constituição da biblioteca desta instituição. A sala de leitura da escola está sendo utilizada como sala de aula. Os professores terão de criar meios de levar os livros até os alunos para que sejam usados. Fiquei feliz porque proporcionei o começo de uma biblioteca.

Benigna Villas Boas

Avaliação escolar, violências e fatalidades: esta relação infelizmente existe!

 

Erisevelton Silva Lima
Doutor em educação e professor da SEDF

Dia 13 de Setembro de 2012 em uma sala de aula de uma escola particular localizada em Santos-SP um adolescente de 15 anos, primeiro ano do ensino médio, e sua professora de inglês envolveram-se em um episódio lamentável. Após o aluno tomar das mãos da professora o diário de classe para apagar as notas por discordar da pontuação recebida em um trabalho, a situação fugiu ao controle da docente que, vexada, diante da sua classe, envolveu-se em confronto físico com o estudante rolando pelo chão diante da turma. Tudo era filmado por meio de um aparelho celular. As imagens e a narrativa do ocorrido foram manchete em diversos jornais e constam de reportagem na Folha UOL Educação de 21-09-2012.

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MAS O QUE É MESMO ESSA TAL DE AVALIAÇÃO FORMATIVA?

 

Erisevelton Silva Lima
Doutor em educação e professor da SEDF

Charles Hadji, em sua obra Avaliação Desmistificada (Ed. Artmed, 2001), ajuda-nos a compreender que a avaliação formativa é aquela cuja intenção é a inclusão do estudante no processo de ensino; ele é avaliado para continuar aprendendo. Não é o instrumento ou o procedimento que define essa avaliação, assevera Hadji, trata-se de intenção encorajadora cujo propósito é garantir as aprendizagens de todos no percurso escolar. Ela é formativa e informativa a cada dia, a cada semana e a cada mês porque vai trazendo elementos do ensino e da aprendizagem para que professores e estudantes se percebam nessas informações e delas retirem o melhor proveito.

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AVALIAÇÃO FORMATIVA E USO DE PROVAS: UM DESCOMPASSO?

 

Elisângela T. Gomes Dias
Doutoranda em Educação. Integrante do GEPA. Professora da SEDF

“Com esse tipo de avaliação formativa nas escolas, sem ter prova, os alunos não ficarão despreparados para fazer concursos públicos ou vestibular por conta do ‘medo’ da prova?” A pergunta foi dirigida à professora Benigna de Freitas Villas Boas, após sua fala sobre os desafios da avaliação na organização da escolaridade em ciclos, na aula inaugural do ano letivo de 2013 da Secretaria de Educação do DF. É possível percebermos alguns equívocos nesse questionamento e que são recorrentes quando se discute a necessidade de romper com a avaliação classificatória para dar espaço a práticas de avaliação formativa.

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PROGRESSÃO CONTINUADA: DÁ FORMATO PRÓPRIO À EDUCAÇÃO DA CADA ESTUDANTE

 

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – mbboas@terra.com.br

O trabalho com ciclos requer a adoção da progressão continuada, um recurso pedagógico que possibilita o avanço contínuo dos estudantes de modo que: não fiquem presos a grupos ou turma; progridam sem interrupções, lacunas ou percalços; não repitam o que já sabem.

A progressão continuada pode ser desenvolvida por meio dos seguintes mecanismos:
– pela recomposição de turmas ao longo do ano letivo;
– pelo avanço dos estudantes de um ano a outro, durante o ano letivo, se os resultados da avaliação assim indicarem.

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SÉRIES OU CICLOS?

 

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – mbboas@terra.com.br

O regime seriado é nosso velho conhecido. Todos nós estudamos segundo sua organização e até temos dificuldade de aceitar outra lógica de funcionamento da escola. Nesse regime os estudantes são agrupados pelo seu nível de aprendizagem (séries). Cada série costuma ter várias turmas que iniciam o ano letivo juntas, desenvolvem as mesmas atividades e ao mesmo tempo. Todos os estudantes de uma mesma série passam pelo mesmo processo avaliativo. Várias escolas adotam a “semana de provas” para que estas sejam iguais para todos os estudantes, aplicadas ao mesmo tempo e os professores tenham seu trabalho facilitado. Como fica o estudante nesse formato de trabalho escolar? Costuma-se dizer que a escola existe em função dele. Será verdade? Em um dos encontros que tenho tido com professores da rede pública de ensino do DF, inconformada com a intenção da SEDF de ampliar o trabalho com ciclos, uma professora me disse: “se adotamos o regime seriado há tanto tempo por que mudá-lo agora? Não é isso que vai fazer os alunos aprenderem”. Esta pergunta pode ser o ponto de largada da SEDF para preparar suas equipes para a compreensão da organização da escolaridade por meio de ciclos.

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