Erisevelton Silva Lima
Doutor em educação e professor da SEDF
Nada melhor que a pergunta para movimentar o estado das coisas, nada pior que respostas para camuflar a dialética da vida. Foi em uma conversa dessas, de que gosto muito, com docentes das áreas específicas, que um deles fez esta provocação em meio ao desabafo. Assim disse o professor: “Ando meio cansado de ler algumas coisas que chegam à minha escola sobre o pedagógico e sobre educação, tudo igual, tudo!!! Você não acha? Por exemplo não aguento mais ouvir falar em reprovação, repetência e evasão, para mim é tudo igual, você não acha?”
É nessas horas que a gente reflete sobre o quanto precisa, em fração de segundos, pensar em conjunto sobre coisas que antes só havíamos pensado em separado. Então apresentei para o professor o que minha percepção na área de educação e, mais especificamente, sobre a avaliação me permitiu compreender. A reprovação consta no dicionário Aurélio como ato ou efeito de reprovar, discordar, não aceitar como apto ou digno. Em termos escolares é o ato administrativo que corrobora a sentença proferida pela avaliação classificatória na organização seriada. A repetência que se tornará adjetivo ou rótulo (repetente) se aplicará ao aluno que volta a cursar a mesma série ou disciplina escolar por força do ato burocrático causado pela reprovação. Contudo há algo a considerar: o mais cruel desses episódios se revela por meio da evasão escolar. O estudante, infelizmente, pode evadir sem nem ao menos repetir a série ou ano, veja o caso daquele que assim o faz diante do resultado ou da reprovação. Há, também, aquele que desanimado pelas inúmeras repetências acaba evadindo da escola como maneira de evitar o doloroso processo da não aprendizagem. Portanto, a reprovação pode obrigar a repetir e depois causar a evasão, bem como a reprovação pode levar direto à evasão sem que haja repetência.
Infelizmente nos acostumamos com esses termos e naturalizamos suas existências. Você que acompanha este Blog deixe sua opinião. Como podemos colaborar com a construção de uma escola cuja finalidade seja a aprendizagem e não a ameaça velada que existe por traz da reprovação e da repetência?
Professor, diante de tanta tristeza por parte de alguns alunos desmotivados, com dificuldades na aprendizagem, a escola que pensasse em uma grande evolução educacional, faria algo inovador para ajudar a todos esse seres humanos dotados de inteligência não treinada ainda, de forma correta, para que todos pudessem se animar e se sentirem valorizados, por exemplo: criar grupos de estudos em sala, valorizando cada um, mostrando apenas suas qualidades, inclusive físicas, seria um começo, assim o aluno poderia se sentir mais a vontade diante dos colegas de sala, porque muitos que não demonstram interesse em estudar, um dos motivos é a vergonha, a autoestima baixa por se acharem feios, sem qualidade, etc…
Outro ponto importante seria um conjunto de perguntas sobre seu ambiente familiar de forma cuidadosa, e assim o professor participaria um pouco da vida de cada um e com certeza saberia melhor sobre lidar com certas situações e agiria de uma maneira diferenciada para incentivá-los aos estudos.
Estimada Marisa obrigado por sua participação em nosso blog. Percebo em sua escrita a sensibilidade de alguém que esteve na condição de mãe e ou profissional da escola e conseguiu perceber com singela clareza que grandes revoluções são feitas por meio de pequenos atos, há muito que se aproveitar em seu relato, obrigado. Erisevelton.
Hoje percebo que muitos professores estão desmotivados e infelizmente os professores que cursam faculdade muita vezes não levam a sério sua vida acadêmica .Concluo, com isso que o maior prejudicado é o aluno que fica a mercê de educadores despreocupados com o seu aprendizado.Muitas vezes fala-se que falta formação continuada para os professores, muitos fazem essa formação, mas na pratica não a exercem. O que a educação precisa é de profissionais capacitados e que queiram ser realmente educadores que acreditem na capacidade dos seus alunos e que busquem junto com eles melhoras no ensino aprendizagem.O nosso País não precisa de diplomados precisa sim de pessoas que acreditam que por meio da educação possamos mudar nossas vidas. A reprovação tem que deixar de existir nas escolas e para isso a escola e o professor tem que dar condições dignas para que o aluno consiga concluir com sucesso seu aprendizado.
Edina obrigado por contribuir com suas reflexões em nosso blog. Sua ultima frase é primorosa: A reprovação tem que deixar de existir nas escolas e para isso a escola e o professor tem que dar condições dignas para que o aluno consiga concluir com sucesso seu aprendizado. Mais uma vez obrigado, abço prof Erisevelton
olá …
Falarmos de reprovação e evasão são temas bastante complexos. É uma visão muito simplista dizer que a a escola e os professores precisam dar condições dignas para que o aluno consiga concluir com sucesso seu aprendizado. Por outro lado temos uma geração de alunos atualmente que não querem estudar e às vezes é muito complicado para o professor sozinho despertar isso. Como professora atuante percebo que aqueles alunos que desde a infância houve um estímulo familiar em relação aos estudos, leitura, eles se destacam dos demais. Não adianta nada o professor em sala de aula fazer de tudo para que o aluno entenda a importãncia de aprender de adquirir conhecimento se ele chega em casa, não vê os pais lerem, estudando, tendo conversas positivas sobre os estudos. Fora que além de tudo isso, o professor precisa dar aula para salas de 40 á 45 alunos em que nem consegue circular pela sala, dialogar com seus alunos, não poder chamá-lo pelo nome.
Infelizmente esse tema é muito amplo e requer um reflexão de diversos lados que os envolve
Olá Claudia acredito que vc deve ser professora e está correta em seus argumentos, o nosso texto não discutiu mesmo toda essa complexidade que vc bem aponta em seu relato, ele apenas diferencia os termos que muitas vezes são usados como sinônimos e que infelizmente ainda há quem pense que são responsabilidades únicas dos docentes. Nosso interesse é discutir e ampliar o entendimento para evitar equívocos aligeirados como vc muito bem aborda, os problemas educacionais não são apenas pedagógicos lembra-nos Luiz Carlos de Freitas da Unicamp e penso que seja aqui que se fundamenta sua crítica. Abço prof Eri
Primeiramente quero dizer que gostei muito do texto e da forma como vc conceituou bem os termos. Infelizmente quando aparecem no debate educacional, estes termos sempre provocam uma incômoda sensação de culpa em todos, e se perde um tempo enorme em busca de um culpado. Enquanto isso gerações inteiras tem se perdido enquanto travamos debates que não levaram a lugar algum e a qualidade da educação brasileira se escoa pelo ralo. A culpa paralisa e impede a ação coletiva para pensar em soluções no intuito de diminuir ou exterminar o problema. Talvez seja a culpa o motivo de tanta depressão entre nós, profissionais da educação. Talvez seja mesmo isso o que querem que façamos.