RESUMO CRÍTICO SOBRE AS DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: APRENDIZAGEM, INSTITUCIONAL E EM LARGA ESCALA

Este resumo crítico foi elaborado como atividade da disciplina Avaliação na Educação Básica, do Programa de Pós-graduação em Educação da UnB, ministrada pela professora Dra. Benigna Maria de Freitas Villas Boas no primeiro semestre letivo de 2014

ALUNA: SIMONE MOURA GONÇALVES DE LIMA

DATA: 15/07/14

Resumo Crítico:

DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL PARA A REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DF

A escola precisa estar organizada pedagogicamente para atender às necessidades de aprendizagens dos estudantes que recebe. Isso requer que todos os seus profissionais e sua comunidade escolar estejam envolvidos em um processo educativo que promova a avaliação formativa. Esta é uma concepção que realiza o enfrentamento do fracasso escolar a partir de ações planejadas para o acompanhamento e continuidade do percurso educativo de todos os estudantes.

Foi com o objetivo de concretizar a prática da avaliação formativa nas escolas públicas da rede de ensino do DF que estas Diretrizes de Avaliação Educacional foram elaboradas. Além de apresentar e discutir procedimentos e instrumentos avaliativos que podem ser desenvolvidos em cada etapa da educação básica, estas Diretrizes indicam a possibilidade de se articular os três níveis da avaliação (aprendizagens, institucional e em larga escala) de modo que se garanta as aprendizagens de todos dentro da escola. O que, sem dúvida, transforma este documento numa referência para a organização do trabalho pedagógico de cada instituição escolar da rede. Promove o diálogo com cada educador e deve ser discutido nas coordenações pedagógicas, nas reuniões do Conselho Escolar e com as famílias, e especialmente, no encontro cotidiano com os estudantes, corresponsáveis pelo processo de aprendizagem.

Este é um documento que inova em aspectos importantes, entre os quais se destaca a inclusão de orientações sobre como as famílias podem ser incluídas no processo avaliativo na perspectiva formativa, estando envolvidas nos aspectos pedagógicos da organização da escola e não apenas presentes em datas festivas. Em relação ao dever de casa, discute-se como pode ser utilizado em benefício das aprendizagens dos estudantes, como um recurso pedagógico que estimule a reflexão, a criatividade, levando em conta o nível de cada um.

Em tópicos específicos do documento são analisados o potencial formativo da prova, da autoavaliação, do Conselho de Classe e da avaliação informal. Sobre a prova, ainda o instrumento avaliativo mais utilizado, especialmente nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, vale considerar que não deve ser utilizada como único recurso avaliativo. Em destaque são considerados outros recursos que merecem consideração das equipes pedagógicas e dos docentes por estimularem o desenvolvimento de outras habilidades necessárias aos estudantes. Alguns exemplos são a avaliação por pares, o portfólio e os registros reflexivos.

Em relação à autoavaliação, o documento destaca o valor de seu uso como recurso que contribuirá para valorizar o que pensam os estudantes, envolvendo-os ativamente com seus processos individuais de aprendizagem. Sobre a avaliação informal, tão presente no cotidiano escolar, somos alertados de que, sem reflexão, seu uso pode comprometer a construção de práticas avaliativas formativas, quando são emitidos juízos de valor que classificam, rebaixam e comparam negativamente estudantes entre si. Sendo assim, aponta-se a possibilidade do uso da avaliação informal para identificar fragilidades e potencialidades de cada um, sem comparações com outros, para favorecer as aprendizagens.

No mesmo sentido é apresentado o Conselho de Classe, que tem seu uso formativo quando se constitui em espaço de planejamento e avaliação de todo o trabalho pedagógico e de retomada do projeto político-pedagógico de cada unidade escolar no intuito de construir coletivamente estratégias de intervenção que resolvam as dificuldades dos estudantes.

Além de discutir aspectos específicos da avaliação para as aprendizagens, o documento aumenta sua relevância quando aborda a avaliação institucional e a avaliação em larga escala. A avaliação institucional pode promover a mediação entre os três níveis da avaliação quando a coordenação pedagógica e o conselho de classe se constituem em espaços para analisar e reorganizar os dados emanados de avaliações externas e os resultados das avaliações realizadas em sala de aula. Este nível depende do envolvimento e da participação de todos os profissionais que atuam na escola, além dos próprios alunos e de suas famílias.

Sobre a avaliação em larga escala, é apresentada a finalidade do Sistema Permanente de Avaliação Educacional, pensado para a rede pública do DF e que propõe o acompanhamento do desempenho escolar dos estudantes para reorientar políticas públicas e subsidiar cada escola na avaliação de seu trabalho pedagógico com vistas a melhorar a qualidade do trabalho docente.

Cada escola terá a oportunidade de conhecer o conteúdo deste documento. Nele se podem encontrar ainda todas as informações necessárias sobre a recuperação contínua e a dependência, de acordo com os aspectos legais, além de ser discutido também o lugar da ética em qualquer prática avaliativa.

Esta é, sem dúvida, uma leitura obrigatória para todos que atuam na rede pública de ensino do DF. Este precisa ser um documento vivo dentro das escolas, de fácil acesso para consulta, revisto sempre que necessário e presente na elaboração dos projetos político-pedagógicos. Temos a tarefa coletiva de concretizar a avaliação formativa nas relações que se estabelecem dentro da escola como compromisso com a educação emancipadora e estas Diretrizes cumprem o papel de nos auxiliar neste propósito.

 

2 respostas para “RESUMO CRÍTICO SOBRE AS DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: APRENDIZAGEM, INSTITUCIONAL E EM LARGA ESCALA”

  1. As Diretrizes de Avaliação Educacional 2014-2016 se tornaram, de alguma forma, minha maneira de dizer obrigado a SEEDF por investir no meu doutoramento por quatro anos com o afastamento para estudos, em minha tese analiso, critico e proponho o que hoje se tornou, com ajuda dos meus colegas da rede, e não por acaso com o olhar e as mãos doces e firmes da professora Benigna no documento que agora temos. Ainda há muito o que ser feito, é fato, temos um GEPA maravilhoso e ávido por acertar e levar, no discurso e na prática, os efeitos formativos da avaliação em quaisquer setor ou função que ocupemos na vida pessoal e profissional. A avaliação formativa é, mais que uma teoria ou uma concepção, uma questão de postura epistemológica diante da elaboração ou da reelaboração do conhecimento. A meu ver reside na função formativa a paciência pedagógica de aprender e avaliar ao mesmo tempo em que se avalia, ensina e se aprende, ou seja, não se dissociam aprendizagem, ensino e avaliação. O novo documento traz para o diálogo avaliativo os pais, os estudantes, os orientadores educacionais, os gestores escolares em um cenário, anteriormente comum, aos docentes. Invistamos agora na formação, não é ela que tudo pode resolver, mas ignorá-la ou deixar de praticá-la não tornará viável o sonho de avaliar para as aprendizagens como assevera a professora Benigna Villas Boas. Agradeço, imensamente, a professora Edileuza Fernandes da Silva por haver acreditado em mim e me incumbido de coordenar o grupo de trabalho que produziu nossas Diretriizes de Avaliação. Abço Prof Erisevelton S Lima, (Eri)

     
  2. Em tempo: Do retorno do meu doutoramento em fevereiro de 2012 para cá, ja realizei uma média de tres visitas com palestras nas 14 regionais de ensino com o tema da avaliação formativa, ou seja, cerca de 42 palestras envolvendo, aproximadamente, 5. 400 ouvintes só no DF, ainda é pouco, sei que meus amigos e amigas do GEPA tem feito muito e não podemos parar, bom final de semana para todas e todos, abço Prof Eri

     

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