Vivemos tempos de avaliação (melhor dizendo: de provas). Parece que o trabalho com os alunos se realiza em função de provas internas e externas à escola. Essa situação é preocupante. Mais um tipo de prova se anuncia: agora é a vez da avaliação de competências não cognitivas, no Rio de Janeiro. A atuação de psicólogos está invadindo o espaço escolar. Quais serão as consequências disso?
VALOR ECONÔMICO
08/08/2013 – 00:00
Rio testa novo tipo de avaliação educacional
Por Luciano Máximo
“A primeira avaliação educacional de larga escala para medir o impacto de competências não cognitivas no processo de aprendizagem na escola será aplicada no mês que vem pela primeira vez no Brasil – e no mundo – para 55 mil alunos da rede pública do Rio de Janeiro. A prova, piloto, tem como objetivo levantar dados de características comportamentais dos alunos, como disciplina/responsabilidade, sociabilidade, estabilidade emocional, cooperação, abertura a novas experiências, e cruzá-los com informações de outros mecanismos mais tradicionais de aferição da qualidade da educação (Ideb, Enem, Pisa). Os resultados servirão para orientar políticas públicas do setor no país e no exterior.
A prova, piloto, tem como objetivo levantar dados de características comportamentais dos alunos, como disciplina/responsabilidade, sociabilidade, estabilidade emocional, cooperação, abertura a novas experiências, e cruzá-los com informações de outros mecanismos mais tradicionais de aferição da qualidade da Educação (IDEB, Enem, PISA). Os resultados servirão para orientar políticas públicas do setor no país e nos exterior.
A novidade é fruto de uma parceria entre o Instituto Ayrton Senna (IAS), que conduz projetos para ajudar a qualificar a educação pública brasileira em mais de mil cidades brasileiras, e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pela aplicação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), principal mecanismo hoje para aferir a qualidade da educação mundial, cujo maior foco é a parte cognitiva, como capacidade de raciocínio, de interpretação de conteúdos, de fazer relações entre diferentes assuntos.
Segundo a psicóloga Viviane Senna, presidente do IAS, estudos sobre competências não cognitivas são comuns no campo da psicologia e, nos últimos anos, têm se mostrado bastante eficazes para apontar aspectos qualitativos relacionados ao aprendizado de crianças e jovens, como índice de conclusão dos estudos e até ganhos salariais futuros. Mas são estudos feitos em pequena escala, com grupos de pessoas.
Viviane contou que, de acordo com uma pesquisa encomendada pelo IAS, as escolas brasileiras já perseguem as habilidades não cognitivas como no dia a dia, mas não é algo sistematizado, que faça parte da gestão escolar, do plano de aula do professor. Segundo esse levantamento, que perguntou aos gestores educacionais qual a missão das escolas, 68% das respostas estavam relacionadas com as habilidades não cognitivas, como pensamento crítico, postura ética e responsável.
“Na verdade, os educadores já trabalham isso hoje, mas de uma maneira informal, invisível, mas eu acho que é preciso explicitar isso [tornar parte da gestão e do currículo], entender a importância para conseguir resultados”, diz Viviane, que identifica a estimulação desse tipo de competência em escolas do Japão.
“Na pré-escola, o Japão está dando brinquedos grandes demais para crianças na pré-escola. Para quê? Para estimulá-las a brincar juntas. Perceberam que o perfil de pessoas para trabalhar numa nova configuração global vai ser de gente que precisa saber trabalhar em equipe, que saiba cooperar para atingir um objetivo, então o Japão já está instalando esse tipo de competência nas crianças já desde a pré-escola, isso é intencional, não é por acaso”, afirma Viviane.
Os resultados da prova que será aplicada nas escolas públicas do Rio de Janeiro serão divulgados em março do ano que vem num encontro, em São Paulo, de ministros da Educação dos 34 países da OCDE, que tem interesse em replicar a experiência”.
Gostaria que me informasse como fazer parte desse grupo de pesquisa, sou formadora do Centro de Formação dos profissionais em Educação da Rede Municipal de Educação de Goiânia e professora convidada da PUC-GO, tenho interesse em participar dessa discussão acerca da avaliação de aprendizagem.
Olá, Suelena, os integrantes do GEPA são professores da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e da Secretaria de Educação do DF que vêm desenvolvendo pesquisas sobre avaliação. Como sou professora do Curso de Mestrado e Doutorado em Educação, ofereço disciplinas que tratam da avaliação e oriento dissertações e teses sobre este tema, todos os meus orientandos fazem parte do grupo, assim como um grande número de ex-orientandos. Se você tem interesse em acompanhar algumas das discussões que fazemos nos nossos encontros e tem possibilidade de vir a Brasília para participar, envie seu e.mail e você será convidada. Como professora da PUC – GO você atua em cursos de licenciatura? Em quais disciplinas/atividades?
Abraço,
Benigna Villas Boas
mbboas@terra.com.br