SEDF promove aula inaugural do ano letivo de 2013: primeiras impressões

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A Secretaria de Educação do DF promoveu aula inaugural do ano letivo de 2013 no Centro de Convenções de Brasília, no dia 7/2/2013. Centenas de profissionais da educação estiveram presentes. Participei da mesa-redonda pela manhã e à tarde. Apresentei o tema Desafios da avaliação na organização da escolaridade em ciclos. Pela manhã compareceram professores da educação infantil e ensino fundamental, assim como outros profissionais da educação das Coordenadorias Regionais de Ensino e das escolas. À tarde compareceram professores do ensino médio. Dando início à discussão, afirmei que os ciclos não são simples agrupamentos de anos ou séries.

Constituem uma maneira flexível de organização da escolaridade levando em conta a conquista das aprendizagens pelos estudantes. Flexibilidade e conquista de aprendizagens são imprescindíveis ao trabalho desenvolvido por meio de ciclos. Para que isso aconteça, os tempos da escola e os tempos dos estudantes assumem outra dimensão. Os tempos da escola não se resumem ao horário rígido das aulas, ao mero cumprimento dos dias letivos e a atividades desenvolvidas igualmente por todos os estudantes em uma semana, um mês, bimestre ou ano letivo. Também os espaços de aprendizagem são ampliados: ultrapassam a sala de aula e a escola. Os espaços são reais e virtuais.

Completando esse breve panorama, expus que a padronização, o regime seriado, a rigidez, a constituição de turmas fixas e o funcionamento burocrático da escola dão lugar a equipes de estudantes que se renovam. Isso porque lhes será benéfico interagir com diferentes professores e colegas.

Como reação às ideias acima, recebi muitas perguntas por escrito de professores ansiosos por compreendê-las. Eis algumas delas:

“Na prática, como funcionaria o remanejamento de alunos ao longo do ano? Como ficariam os diários de classe e demais registros? Quais critérios devem ser usados nessa reenturmação?”

“O que significa recomposição de turmas ao longo do ano letivo? Em que momento do ano essa recomposição poderá ocorrer? Como fica o conteúdo não vivenciado nessa recomposição?”

“O aluno poderá ser promovido em qualquer tempo do ano letivo para o ano seguinte do ciclo? Como será feita a documentação legal dessa criança?”

“Desejo receber informação sobre a legalidade da promoção do aluno durante o ano letivo”.

Como se percebe, os professores manifestaram suas inquietações. Não houve reações contrárias à ampliação dos blocos ou a tornar o trabalho pedagógico mais flexível. Os professores clamam por suporte ao desenvolvimento do seu trabalho. Esse apoio pode ser feito oferecendo-lhes condições adequadas de trabalho e formação continuada para que sua atuação seja condizente com as necessidades sociais atuais. A preocupação com diários de classe pode ser um indicador de que exigências burocráticas lhes estejam sendo impostas. Este aspecto merece atenção por parte da SEDF.

Como a SEDF se propõe a dar continuidade ao trabalho com ciclos, o que requer fundamentação teórica aprofundada e conhecimento de como outros sistemas de ensino têm vivenciado essa sistemática, torna-se necessário que as dúvidas acima e outras que ainda poderão surgir sejam discutidas nas coordenações pedagógicas, momentos privilegiados de encontro das equipes das escolas.

 

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