Benigna Maria de Freitas Villas Boas
Um dos programas “Encontro com Fátima Bernardes” do mês de maio discutiu o tema bullying no ambiente de trabalho. Um rapaz que já atuou no setor de vendas de uma empresa estava presente e deu depoimento sobre o que ocorria em seu ambiente de trabalho. Afirmou que sempre que um vendedor iniciava o dia de trabalho e relatava nada ter vendido no dia anterior era obrigado a assinar o seguinte Termo de Incompetência: “Eu, fulano de tal, me sinto incompetente por não ter conseguido vender no dia ______.” O mesmo rapaz afirmou que os vendedores da empresa em que atuara ouviam com frequência dos seus chefes a seguinte ameaça: “Quem não vender está na rua. Vocês estão ouvindo isso, seus burros?”
Reflexões: estariam as práticas avaliativas escolares contribuindo para a criação de situações desse tipo? Seriam elas inspiradoras das relações estabelecidas nos ambientes de trabalho? É preciso considerar que o processo de avaliação desenvolvido pela escola (de educação básica e superior) envolve práticas formais e informais. Estas últimas ocorrem pela forte interação de professores e estudantes durante o trabalho escolar por meio de ações de caráter encorajador ou desencorajador. Vale a pena pensar sobre as possíveis consequências desses atos.