Um terço de professores tem formação deficiente
17 de maio de 2016
Pesquisa do movimento Todos Pela Educação mostra que docentes dão aula sem a licenciatura na área em que atuam
Fonte: Jornal Metro Campinas (SP)
Três em cada 10 professores do Ensino Fundamental em Campinas dão aula sem que possuam licenciatura na área em que atuam, segundo mostra o levantamento do movimento TPE (Todos Pela Educação) com base em dados do censo escolar do MEC/Inep (Ministério da Educação) divulgado ontem.
A pesquisa – que leva em conta os números de 2014 – mostrou que o maior problema se dá nos cursos de Língua Estrangeira, onde apenas 37,5% dos professores possuem a formação específica. Em seguida, aparecem os professores de Filosofia, com 47,7% e História (65,5%).
A falta de uma formação específica atinge todas as áreas, segundo a pesquisa. Na disciplina de Matemática, apenas 66% dos professores possuem a licenciatura na área e quase 20% dos professores de Português ministram aula sem a especialização.
A superintendente do movimento Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, diz que o problema tem impacto direto no conteúdo apresentado e no desenvolvimento dos alunos. “Se tivéssemos uma bala de prata – aquela que resolveria os problemas da Educação – eu diria que essa bala seria a formação do professor”, diz a superintendente, que é economista e mestre em polícias públicas.
No Ensino Médio, as distorções são ainda mais graves em determinados setores. Entre os professores de Física apenas 20% tinham licenciatura na área e, em Língua Estrangeira, apenas 26% dos profissionais tinham feito esse tipo de especialização.
De acordo com a pesquisa, somente 38% dos professores de Química tinham a formação profissional adequada. A pesquisa mostrou ainda que apenas metade dos cerca de dois milhões de professores existentes hoje no Brasil, tem a formação adequada exigida pelo PNE (Plano Nacional de Educação). Mostrou também que 1/3 deles têm contratos temporários.
Alejandra Velasco diz que os problemas da educação são de vários níveis e exigem soluções diferentes. Ela lembra que os índices têm melhorado nos últimos anos, mas sugere mudança no currículo e ampliação do horário de aula.