Vale a pena acompanhar essa discussão. O Brasil precisa repensar a adoção dos testes padronizados. Têm servido a quê? Que contribuições têm trazido ao trabalho de sala de aula? O Distrito Federal não deve aderir a essa prática danosa aos estudantes e à escola como um todo.
“USA: testes não diminuem desigualdade
Publicado em 23/06/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas
Sessenta organizações educacionais e de direitos civis nos Estados Unidos enviam carta ao Senado americano.
“Nós, as organizações abaixo assinadas, nos opomos aos testes de alto impacto porque acreditamos que estes testes estão causando danos aos alunos, às escolas públicas e para a causa da equidade educacional. Os testes padronizados de alto impacto, em vez de reduzir o fosso de oportunidades, têm sido usados para classificar, ordenar, etiquetar e punir os estudantes negros e latinos, e imigrantes recentes a este país.
Opomo-nos aos testes de alto impacto, porque:
Não há nenhuma evidência de que estes testes contribuam para a qualidade da educação, levem a uma maior equidade educacional em financiamento ou programas, ou ajudem a fechar as “lacunas de desempenho.”
Os testes de alto impacto tornaram-se intrusivos nas nossas escolas, consumindo quantidades enormes de tempo e recursos, e produziram o estreitamento do ensino concentrando-o na preparação para o teste.
Muitos destes testes nunca foram validados ou demonstraram ser confiáveis e/ou livres de preconceitos raciais e étnicos de forma independente.
Testes de alto impacto estão sendo usados como arma política para afirmar que um grande número de estudantes está fracassando, e com isso fechar as escolas públicas nas comunidades, e demitir professores, tudo para atrapalhar e privatizar o sistema público de educação.
O alegado benefício dos testes anuais como determina a lei foi mostrar as lacunas de desempenho e, e ao fazê-lo, fechá-las. No entanto, depois de mais de uma década de testes de alto impacto, isso não aconteceu. Em vez disso, milhares de escolas de comunidades predominantemente pobres e de minorias – as âncoras das comunidades – têm sido fechadas.
Como afirmou o Seattle NAACP recentemente, “a utilização dos exames padronizados para rotular as pessoas negras e os imigrantes como fracos – enquanto diminuem o financiamento sistematicamente em suas escolas – tem uma história longa e ruim. É verdade que precisamos medidas de responsabilização, mas isso deve começar pelos políticos prestando contas do financiamento total da educação e acabando com a lacunas de oportunidade. … O uso de testes de alto impacto tornou-se parte do problema, ao invés de uma solução. “