MEC QUER MUDAR LICENCIATURA E ESTUDA RESIDÊNCIA

MEC quer mudar licenciatura e estuda residência

29 de outubro de 2015

Ideia é tornar programas das graduações mais próximos da realidade da sala de aula

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

Após lançar a proposta de base curricular comum para o Ensino básico, o Ministério da Educação (MEC) já discute o documento que norteará os currículos de todos os cursos de licenciatura e de Pedagogia do País. Esse texto deve ir a consulta pública até o fim do ano que vem. A pasta também retoma a discussão sobre criar uma residência para os Professores, nos moldes do que existe na área médica. Continue lendo “MEC QUER MUDAR LICENCIATURA E ESTUDA RESIDÊNCIA”

 

OBAMA E O FUTURO DA [NOSSA] AVALIAÇÃO- I

OBAMA e o futuro da [nossa] avaliação – I

Publicado em 27/10/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

O educadores estão tentando entender o movimento da administração Obama ao propor seu Testing Action Plan. Poucos acham que estão de fato ante um “mea-culpa” sobre o uso excessivo da avaliação nos Estados Unidos e outros entendem como um plano destinado a bancar a emergência de uma nova geração de avaliação acoplada à aprendizagem e às bases de dados destinada a alimentar mais ainda a privatização da educação americana.

A primeira medida central nesta caminhada foi a construção da Base Nacional Curricular, lá conhecida como Common Core. Ao padronizar a educação de maneira detalhada, ela permite que se ampliem as possibilidades de terceirização da educação, pois especificam com mais detalhes o retorno esperado da iniciativa privada. Mas não é só isso. Continue lendo “OBAMA E O FUTURO DA [NOSSA] AVALIAÇÃO- I”

 

OBAMA E O FUTURO DA [NOSSA] AVALIAÇÃO – FINAL

OBAMA e o futuro da [nossa] avaliação – final

Publicado em 27/10/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Como registramos em post anterior, o documento do Conselho das Grandes Cidades americanas sobre avaliação levou à reação de Obama que anunciou mudanças na política de avaliação das escolas nos Estados Unidos que segundo os analistas procurarão resolver estes problemas. Para alguns, de fato, a encenação se deve à proximidade das eleições americanas. Mas para outros há mais em jogo: a emergência de uma nova geração de sistemas de avaliação.

Diz Obama no documento:

“Em muitas escolas, há testes desnecessários e sem clareza suficiente quanto aos propósitos de seu uso na tarefa de avaliar os alunos, consumindo muito tempo de instrução e criando tensão indevida para educadores e estudantes. A Administração tem alguma responsabilidade por isso, e estamos empenhados em ser parte da solução.

Ninguém se propôs a criar situações onde os alunos passam muito tempo fazendo testes padronizados ou onde os testes são redundantes ou deixam de fornecer informações úteis. No entanto, estes problemas estão ocorrendo em muitos lugares – efeitos não intencionais de políticas que visam fornecer informações mais úteis para educadores, famílias, estudantes e formuladores de políticas e para garantir a atenção ao progresso da aprendizagem de alunos de baixa renda e de minorias, estudantes aprendizes do inglês, alunos com deficiência e membros de outros grupos que têm sido tradicionalmente pouco atendidos.

Estes objetivos estão certos, mas o apoio correto para a sua implementação tem sido inadequado, inclusive da parte desta Administração. Nós nos concentramos no incentivo para os Estados assumirem esses desafios e proporcionar-lhes flexibilidade. Um dos resultados dessa abordagem é que não temos prestado assistência suficientemente clara para a maneira de abordar cuidadosamente os testes e avaliação.” Continue lendo “OBAMA E O FUTURO DA [NOSSA] AVALIAÇÃO – FINAL”

 

OBAMA QUER DETER POLÍTICA DE TESTES

Obama quer deter política de testes

Publicado em 24/10/2015 por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas

FAIRTEST e a Badass Teacher Association reagiram hoje em notas onde comentam a declaração do Governo Obama a favor da diminuição dos testes usados nos Estados Unidos. No entanto, ela foi recebida com desconfiança em um clima em que Hillary Clinton está sendo alçada a candidata dos democratas para as próximas eleições. As organizações e ativistas querem medidas concretas. Continue lendo “OBAMA QUER DETER POLÍTICA DE TESTES”

 

MEC INICIA BASE NACIONAL COMUM (CURRICULAR) DA FORMAÇÃO

MEC inicia Base Nacional (Curricular) da Formação

O Ministério da Educação deu início ao processo de reforma curricular dos cursos de formação de professores, com vistas a adequá-los à BNCC – base nacional comum curricular da educação básica, ainda em consulta pública. Tomamos conhecimento de que convites a docentes do ensino superior estão em curso, com o objetivo de compor a comissão nacional que elaborará, certamente, a base nacional curricular de/para todas as licenciaturas, recuperando a proposta de currículo mínimo, ultrapassada na década de 90.

Em agosto deste ano, dois meses após a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada de Professores pelo CNE , o MEC finalizou o processo de consulta pública sobre a política nacional de formação de profissionais da educação básica, cujo objetivo primordial era o de construir um novo decreto em substituição ao Decreto 6.755 de 2009.  que instituiu a Politica Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério da Educação Básica.

As entidades da área – ANFOPE, ANPAE, ANPED, CEDES e FORUMDIR – se posicionaram de forma coletiva frente as proposições da minuta de decreto sob consulta pública, sugerindo alterações e propondo mecanismos abertos e transparentes para a sistematização e socialização das contribuições recebidas.

Nesse documento, que pode ser acessado aqui, as entidades reafirmaram o compromisso com os princípios e objetivos do Decreto 6.755 de 2009, indicando a necessidade de que sejam mantidos particularmente no que tange ao fomento, financiamento e apoio às Instituições de Ensino Superior públicas.

É portanto com estranheza e preocupação que recebemos a informação de que o MEC deflagra um processo fechado, à semelhança daquele instituído para elaborar a BNCC da Educação Básica, contrariando os principais postulados da política nacional de formação dos profissionais da educação básica e se colocando na contramão do estabelecido tanto pelas CONAEs 2010 e 2014, quanto pelo Conselho Nacional de Educação, nas Diretrizes Nacionais para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica no que tange a gestão coletiva e democrática da politica educativa e dos processos formativos dos profissionais da educação.

Já nos confrontamos em outros momentos históricos com a tentativa de imposição de reformas no âmbito da educação superior bem como reformas curriculares para as licenciaturas. Não foi sem muita luta que fomos vitoriosos ao barrarmos proposições do MEC e do CNE que pretendiam alterar o lócus da formação – regulamentando a criação dos Institutos Superiores de Educação em substituição e oposição ao fortalecimento das Faculdades e Centros de Educação no interior das Universidades. A criação dos Cursos Normais Superiores em substituição aos cursos de pedagogia para a formação dos professores da educação infantil e séries iniciais em nível pós-médio/superior mereceu rechaço nacional, especialmente com a promulgação do famigerado Decreto 3.276 de 6 de dezembro de 99, assinado no contexto do amplo e polêmico debate sobre a politica de formação, que estabeleceu exclusividade/preferência aos cursos normais superiores na formação de professores para educação infantil e séries iniciais.

No quadro atual, em que os debates sobre a Base Nacional Comum Curricular para a educação básica ganham prioridade nas ações do MEC, é importante que os educadores reafirmem suas posições em defesa da Universidade como lócus de formação dos profissionais da educação, da base comum nacional para todos os cursos de formação de professores, a defesa do curso de pedagogia como o espaço institucional de formação dos professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, entre outras posições históricas do movimento dos educadores materializados nos Documentos Finais de todas as CBEs, CONEDs, CONEB, CONAEs 2010 e 2014.

A concepção sócio histórica de educador – em oposição a formação de caráter técnico instrumental com ênfase no ensino dos conteúdos da BNCC da Educação Básica – , encontra-se consolidada na concepção de base comum nacional em permanente atualização pela ANFOPE desde a década de 90. Ao reafirmá-la, sinalizamos nossa posição contrária a qualquer forma de reducionismo dos percursos formativos propostos pelos currículos escolares – tanto de estreitamento curricular na educação básica quanto de rebaixamento da formação superior nas licenciaturas -, com matrizes formativas que tenderão a focalizar exclusivamente a formação geral, formação na área do saber e didática específica, articulada à BNCC, tal como expressa a Estratégia 15.6 do PNE.

Neste momento em que o conjunto dos profissionais e trabalhadores da educação, pautam as principais reivindicações que movimentarão os educadores  nas manifestações no Dia do Professor, conclamamos os educadores, docentes universitários, estudantes de licenciaturas e pedagogia e professores e profissionais da educação básica, a se inserirem na luta por uma política nacional de formação e valorização profissional construída de forma ampla, democrática e plural, com a participação ativa dos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente, que vêm sendo desmobilizados pelo MEC.

E, em seu conteúdo, que esteja comprometida com a transformação radical das atuais condições  perversas que marcam o trabalho docente na educação básica, incompatíveis com os esforços que fazemos para tornar as licenciaturas  cursos de graduação plena de formação de professores, à luz da pedagogia e das ciências da educação e sintonizadas com os anseios e necessidades de todos os sujeitos que fazem da escola pública de educação básica o lugar da educação integral e emancipadora.

No próximo post abordaremos as principais questões envolvidas no processo de adequar os currículos das licenciaturas à BNCC da Educação Básica.

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CARTA DE GRAMADO FINEDUCA

FINEDUCA divulga carta

Os membros da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), reunidos em Assembleia Geral, em seu III Encontro, em Gramado/ RS vêm a público, fazer um balanço sobre as mudanças ocorridas no campo educacional, desde seu último encontro, em 2013, em especial nas políticas de financiamento, bem como expressar suas prioridades para o próximo biênio, em sua constante luta por uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras.

Acesse aqui a íntegra da carta.

 

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DIFERENTES PERCEPÇÕES

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DIFERENTES PERCEPÇÕES

A redefinição dos currículos

O ESTADO DE SÃO PAULO

23 Setembro 2015 | 02h 55

Encerrado o impasse político entre o ministro da Educação e o chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, com a exoneração deste último, o governo finalmente divulgou a minuta da Base Nacional Comum Curricular (BNC), que define o conteúdo das disciplinas que devem ser ensinadas nas salas de aula de todo o País, da educação infantil ao ensino médio.

Previsto pelo Plano Nacional de Educação aprovado em 2014 e elaborado por uma equipe de pedagogos e professores de diferentes universidades, o documento será submetido a consulta pública até dezembro, podendo receber sugestões de docentes, escolas, instituições e entidades do setor. No primeiro semestre de 2016, a nova versão será encaminhada ao Conselho Nacional de Educação, responsável por sua aprovação. Continue lendo “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DIFERENTES PERCEPÇÕES”

 

BNC: PERCEPÇÕES

BNC – PERCEPÇÕES

Erisevelton Silva Lima

O documento apresenta avanços quando reconhece que a escola não é a única responsável pela garantia dos direitos às aprendizagens dos estudantes (p.10), quando apresenta termos como saúde, amizade, cuidado próprio e com os demais, responsabilidade pelo convívio próprio e dos outros (p.8) etc. Vê-se destacado, de maneira inconteste, lastro do humanismo (SAVIANI, 2007) e de um currículo pós-crítico (SILVA, 2001), que poderá se tornar ou não realidade nas escolas brasileiras. O currículo prescrito sinaliza, inspira, mas nem sempre orienta práticas. Estas dependerão da formação e da concepção de ensinar, aprender e avaliar trazidas pela cultura escolar e pela cultura de cada escola. Continue lendo “BNC: PERCEPÇÕES”

 

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ENTRE CONTROVÉRSIA E RESISTÊNCIA

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ENTRE CONTROVÉRSIA E RESISTÊNCIA

Profa. Dra. Sílvia Lúcia Soares

 

A Base Nacional Comum Curricular está prevista no artigo 26 da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394) e no Plano Nacional de Educação (PNE) em sua meta 7: “fomentar a qualidade da Educação Básica, do fluxo escolar e da aprendizagem”. Entre outras medidas ela vai determinar um currículo mínimo para todos os alunos das 190 mil escolas de educação básica do país. O prazo para o documento estar finalizado é junho de 2016 e sua redação deverá impactar o planejamento das escolas, a formação inicial dos docentes, o sistema de avaliação e os materiais didáticos.

A Base Nacional Comum Curricular (BNC) envolve questões polêmicas sobre a educação, o que não deixa de gerar controvérsia e resistência sobre seu conteúdo. Entre os pontos levantados pelo Grupo de Pesquisa Interinstitucional (EMpesquisa), que agrega pesquisadores da Unicamp, da USP, da UFPR, da UFRGS, da UFMG e da UFF estão: a) a percepção de que a necessidade de uma base comum serve mais para legitimar/justificar/viabilizar as avaliações em larga escala (IDEB, Prova Brasil, ENEM); b) a racionalização da produção de materiais didáticos mais do que está voltada para algum propósito de melhoria da qualidade do ensino; c) o receio de que um currículo mínimo vire, na prática, o máximo que será trabalhado pela escola, promovendo um indesejável reducionismo educacional. Continue lendo “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: ENTRE CONTROVÉRSIA E RESISTÊNCIA”

 

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Política Educacional e Base Nacional – final

Publicado em 18/09/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Ter uma base nacional comum é possível e desejável, na dependência do que queiramos fazer com ela. Se é para se ter uma referência que dê parâmetros para as escolas (combinando conteúdos e níveis de complexidade de desempenho), tudo bem. Se é para responsabilizar escolas, impor uma cultura padrão sobre outras culturas, punir ou premiar professores, trocar diretores, pagar bônus, credenciar professores, orientar grandes conglomerados empresariais a produzir material didático, privatizar, engessar a formação de professores e outras ideias já testadas em outros lugares e que destruíram por lá o sistema público de educação, então a resposta é não.

Daí porque é importante discutir, primeiro, o que é uma boa educação e ter uma política educacional que acolha tal base de forma adequada. Invertemos e vamos pagar um preço alto por isso, nos dando conta, no momento seguinte, que a política educacional não foi adequadamente definida, pois estava baseada em conceitos equivocados de pressão sobre as escolas e seus profissionais, oriundos da área dos negócios. Décadas poderão passar até que saiamos deste beco, como é o caso de outros países nesta situação. Continue lendo “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR”