NOVO ALUNO OU NOVO ESTUDANTE?

Novo aluno ou novo estudante?

Publicado em 12/09/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Esta semana estivemos no Educação 360, evento promovido pelas Organizações Globo. O tema de nosso debate com o Prof. Mozart Ramos Neves do Instituto Airton Senna, mediado por Antonio Gois, jornalista de O Globo, foi: “Novo aluno, velho aluno: o papel das competências socioemocionais”.

Antes de nosso debate, como cheguei antes, assisti a bela exposição do pessoal da Finlândia sobre as reformas educacionais naquele pais: coisa de dar inveja. Uma frase lapidar ante perguntas sobre avaliação que rolaram logo após sua exposição e que foi dita pela expositora: “Nós não inspecionamos nossas escolas”.

A linha geral de análise que pude desenvolver nos 20 minutos disponíveis, nem sempre de forma clara, foi a seguinte: Continue lendo “NOVO ALUNO OU NOVO ESTUDANTE?”

 

PROGRAMA POR DENTRO DOS EXAMES DO ENSINO MÉDIO: A QUEM BENEFICIA?

PROGRAMA POR DENTRO DOS EXAMES DO ENSINO MÉDIO:

A QUEM BENEFICIA?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Assim que foram divulgados os resultados do ENEM 2014, por escola, em agosto de 2015, o secretário de Educação do DF anunciou, em um canal de televisão, a criação de um teste simulado do ENEM para os estudantes da rede de ensino público. Isso aconteceu porque esses estudantes obtiveram notas baixas e a imprensa fez o ranqueamento das escolas. Eu esperava ouvir dele o anúncio de iniciativas imediatas de formulação de ações voltadas para a conquista das aprendizagens por todos os estudantes do ensino médio, etapa costumeiramente desprestigiada em todo o país.

Uma reportagem do Correio Braziliense de 11 de agosto de 2015, com o título “Escola da malandragem”, de autoria de Renato Alves, denuncia artimanhas de escolas da rede privada para alcançarem as melhores notas no ENEM. O título faz alusão a um fato inadmissível principalmente por se referir ao local de formação dos nossos adolescentes e jovens. Afirma o articulista: “em todo o país, colégios privados selecionam os alunos que acreditam ser os mais capacitados, com base nas notas deles, e os colocam em uma sala separada. Mesmo sendo no mesmo prédio, na mesma instituição, criam outras escolas, com CNPJ específico”. Esta é uma das aprendizagens com a qual convivem nossos jovens. Continue lendo “PROGRAMA POR DENTRO DOS EXAMES DO ENSINO MÉDIO: A QUEM BENEFICIA?”

 

SEATLE: SOMOS NÓS AMANHÃ

Seattle: somos nós amanhã

Publicado em 09/09/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Os professores da Associação dos Educadores de Seattle (USA) decretaram greve por unanimidade. A foto do SeattleEducation é impressionante:

Ao impormos as políticas dos reformadores empresariais aos professores de Goiás, Pará, Rio Grande do Sul, Minas, São Paulo entre outros estados, estamos apenas introduzindo políticas que nos transformarão em muitas Seattles no Brasil, uma enorme energia que poderia ser gasta de outra forma, por exemplo, na própria construção da educação pública brasileira baseando-se em princípios de responsabilização participativa. Continue lendo “SEATLE: SOMOS NÓS AMANHÔ

 

AVALIAÇÃO EM DEBATE IV – PROVINHA BRASIL: SINGULARIDADES E SIMILARIDADES

AVALIAÇÃO EM DEBATE IV

Provinha Brasil: singularidades e similaridades

Enílvia Rocha Morato Soares

 

 

 

O destaque dado aos exames externos nas últimas décadas, tomando-os como a panaceia capaz de promover a qualidade da educação, demonstrou ser positivo ao trazer à tona questões que despertam forte interesse por reflexões e debates sobre o assunto. Com o propósito de abrir espaços de discussão em torno da temática, o GEPA realizou, uma semana após o Avaliação em Debate III, o 4º encontro da série.

O Avaliação em Debate IV aconteceu no dia 03 de setembro, das 8h30 às 11h30, na sala Papirus da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e contou com a especial participação da Profa. Dra. Elisângela Teixeira Gomes Dias, que nos presenteou com a apresentação de sua pesquisa realizada recentemente no curso de Doutoramento intitulada “Provinha Brasil e Regulação: Implicações para a Organização do Trabalho Pedagógico”.

O trabalho investigativo trouxe contribuições que transitam desde a forma como são pensados e organizados os testes em larga escala, neste caso, a Provinha Brasil, até os impactos por eles causados na organização do trabalho pedagógico realizado pelos professores em sala de aula e por toda a escola. Entre os achados da pesquisa podem ser destacados: Continue lendo “AVALIAÇÃO EM DEBATE IV – PROVINHA BRASIL: SINGULARIDADES E SIMILARIDADES”

 

AVALIAÇÃO EM DEBATE III: SÍNTESE E CONTRIBUIÇÕES

AVALIAÇÃO EM DEBATE III: síntese e contribuições

Enílvia Rocha Morato Soares

Integrante do GEPA

 

O Grupo de Pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA – realizou, no dia 26 de agosto de 2015, de 8h30 às 10h30, na sala Papirus da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, mais um “Avaliação em Debate”. Este foi o terceiro encontro organizado pela equipe com o objetivo de discutir temáticas relacionadas à avalição educacional e construir entendimentos que possam contribuir para que a prática avaliativa formativa venha a constituir uma realidade na organização do trabalho pedagógico de todas as nossas escolas.

A iniciativa de reunir pessoas, de alguma forma envolvidas com a educação, para o estudo de questões que tratam da avaliação, nasceu do resultado de pesquisas realizadas pelo Grupo, que apontam a hegemonia e a naturalização de concepções avaliativas pautadas na ideia de formação centrada no ensino, e este, realizado de forma homogênea e excludente. O uso da avaliação como meio de medir conhecimentos e classificar estudantes tem sido prática comum entre aqueles que compartilham tais representações. Continue lendo “AVALIAÇÃO EM DEBATE III: SÍNTESE E CONTRIBUIÇÕES”

 

PERNAMBUCO: ATRASO PEDAGÓGICO INÉDITO

Pernambuco: atraso pedagógico inédito

Publicado em 23/08/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

É surpreendente que um dos Estados destacados do nordeste (que nos brindou com um dos mestres mais respeitados mundialmente, Paulo Freire) esteja sendo vítima de um grave atraso pedagógico que marcará gerações de professores e estudantes. O site da Secretaria da Educação do Estado de Pernambuco divulgou um novo sistema de controle da atividade didática do professor e de registro de frequência dos alunos. Trata-se da recriação de procedimentos de controle que já se julgavam superados desde que o tecnicismo pedagógico perdeu força ainda nos anos 70. Chamam-no de “Sistema de Fortalecimento das Aprendizagens”:

“A ação de Fortalecimento das Aprendizagens tem como principal objetivo apoiar os estudantes do ensino fundamental, anos finais, e do ensino médio da Rede a fim de que os mesmos melhorem seu desempenho escolar e superem as principais dificuldades referentes à aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática. Continue lendo “PERNAMBUCO: ATRASO PEDAGÓGICO INÉDITO”

 

FALTA DE VERBA CANCELA A ANA

Falta de verba cancela a ANA

Publicado em 19/08/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Preferiram cancelar a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) que tem formato censitário (ou seja, é aplicada a todas as escolas) a fazê-la amostral (ou seja aplicada a um grupo de escolas menor mas representativo). Seria muito mais barato. As avaliações da educação básica não precisam ser censitárias (e caras) para orientar política pública. Basta que se façam avaliações amostrais e pode-se perfeitamente, com isso, ter uma ideia adequada de como está o desenvolvimento da educação básica.

Ocorre que em seu formato amostral, não se pode fazer rankings de escolas e nem controlar as escolas uma a uma, com políticas de responsabilização. Para este propósito, só fazendo avaliação censitária. E como a opção é pelo controle, então não se aceitam avaliações amostrais no INEP. Por falta de verbas, o governo preferiu cancelar a avaliação e ficar sem nenhum parâmetro, a ter uma avaliação amostral. O INEP, órgão que deveria assessorar o MEC nestas decisões, preferiu não abrir precedentes e ser fiel à sua opção pelas políticas de responsabilização verticais. Continue lendo “FALTA DE VERBA CANCELA A ANA”

 

PREPARANDO PARA TESTES

Preparando para testes

Publicado em 19/08/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

Um dos efeitos dramáticos dos exames externos sobre a escola (ENEM, Prova Brasil, etc.) é o tempo roubado do ensino e destinado ao treinamento para provas. O aspecto formativo cede espaço (e dinheiro) para simples treino com finalidade de se sair bem nos testes. Os testes medem mais esta preparação do que o próprio conhecimento do aluno – além, é claro, de seu posicionamento social.

Como relatam duas reportagens, nas escolas particulares isso já é realidade. Em uma delas se lê que estas escolas contratam corretores externos para analisar as redações escolares de seus alunos.

“O Colégio Pentágono, em Perdizes, zona oeste da capital, é um dos que contratam corretores externos para tornar a análise mais próxima do que acontece no exame real. “Quando o próprio professor avalia, há um vínculo afetivo com o aluno. Se chamamos uma pessoa de fora, a correção fica mais isenta”, explica o diretor pedagógico, Cláudio Giardino”. Continue lendo “PREPARANDO PARA TESTES”

 

WHY I AM NO LONGER A MEASUREMENT SPECIALIST

Why I Am No Longer a Measurement Specialist

 

Posted: 17 Aug 2015 04:00 PM PDT by Gene V Glass

 

I was introduced to psychometrics in 1959. I thought it was really neat.

By 1960, I was programming a computer on a psychometrics research project funded by the Office of Naval Research. In 1962, I entered graduate school to study educational measurement under the top scholars in the field.

My mentors – both those I spoke with daily and those whose works I read – had served in WWII. Many did research on human factors — measuring aptitudes and talents and matching them to jobs. Assessments showed who were the best candidates to be pilots or navigators or marksmen. We were told that psychometrics had won the war; and of course, we believed it.

The next wars that psychometrics promised it could win were the wars on poverty and ignorance. The man who led the Army Air Corps effort in psychometrics started a private research center. (It exists today, and is a beneficiary of the millions of dollars spent on Common Core testing.) My dissertation won the 1966 prize in Psychometrics awarded by that man’s organization. And I was hired to fill the slot recently vacated by the world’s leading psychometrician at the University of Illinois. Psychometrics was flying high, and so was I. Continue lendo “WHY I AM NO LONGER A MEASUREMENT SPECIALIST”

 

PAIS RESISTEM AOS TESTES

Nova York: pais resistem aos testes

Publicado em 17/08/2015 por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas

Carolyn Thompson informa que cerca de 20% dos estudantes do terceiro ao oitavo ano de escolaridade do Estado de Nova York recusaram-se a fazer os testes estaduais de Inglês e Matemática. A informação é da Secretaria da Educação do Estado que divulgou os resultados da última avaliação realizada. As pontuações tiveram apenas um ligeiro aumento no desempenho global dos estudantes.

Em números, foram 900 mil alunos que fizeram o teste e 200 mil que se recusaram a fazer o teste, valendo-se da lei “opt out” que permite que os pais determinem se os filhos devem ou não realizar testes de larga escala. O resultado dos “opt outs” foi considerado um sucesso para os movimentos de resistência aos testes dentro dos Estados Unidos que consideram que há excessiva dependência de testes no estado.

No ano anterior, houve apenas 5% de “opt outs” o qual saltou, agora, para 20%. Continue lendo “PAIS RESISTEM AOS TESTES”