Novo livro sobre avaliação

Este mês foi publicado o livro: Freitas, L. C.; Malavasi, M. M. S; Sordi, M. R. L.; Mendes, F. S. C. V. e Almeida, L. C. Avaliação e Políticas Públicas Educacionais: ensaios contrarregulatórios em debate. Campinas: Leitura Crítica. 2012.

O livro é produto de seminário organizado pelo LOED da Faculdade de Educação da UNICAMP em agosto de 2011 e financiado pelo Programa Observatório da Educação.

Nele encontra-se um debate sobre avaliação e políticas públicas com a participação de 12 especialistas da área e várias contribuições à construção de formas de avaliação participativa em contraposição à responsabilização verticalizada que está em voga em muitas redes de ensino.

 

Currículo e avaliação

O currículo é importante porque é “um mapa rodoviário. Sem um mapa rodoviário, você vai dirigir em círculos e não chegará a parte alguma […] Não ter currículo, como geralmente é o caso das escolas americanas, deixa as escolas à mercê daqueles que demandam um regime de habilidades básicas e nenhum conteúdo. Não ter currículo é deixar as decisões sobre o que importa para os livros didáticos, que funcionam na prática como o nosso currículo nacional. Não ter currículo no qual basear uma avaliação é apertar ainda mais o estrangulamento da responsabilização baseada em testes, testando apenas habilidades genéricas, não o conhecimento ou a compreensão”.
Diane Ravitch. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Porto Alegre: Sulinas, 2011, p. 264.

 

Para que servem os testes padronizados

“Os testes são necessários e úteis. Mas os testes devem ser suplementados pelo juízo humano. Quando definimos o que importa na educação apenas pelo que nós mensuramos, estamos em sérios problemas. Quando isso acontece, tendemos a esquecer que as escolas são responsáveis por moldar caráter, desenvolver mentes sãs em corpos saudáveis (mens sana in corpore sano) e formar cidadãos para nossa democracia, não apenas ensinar habilidades básicas. Nós até mesmo esquecemos de refletir sobre o que queremos dizer quando falamos em boa educação.

Certamente temos mais em mente do que meramente letramento e cálculo. E quando nós usamos os resultados dos testes, com todas as suas limitações, como meios rotineiros de demitir educadores, distribuir bônus e fechar escolas, então distorcemos o propósito da escolarização de uma vez só”.

Diane Ravitch. Vida e morte do grande sistema educacional americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Porto Alegre: Sulina, 2011, p. 190.

 

If I were the Secretary of Education, I would …

Trecho retirado do blog de Diane Ravitch, professora e pesquisadora de educação na Universidade de Nova York. O blog apresentou a pergunta: O que você faria se fosse Ministro da Educação? Uma professora do 4º ano da escola elementar escreveu:

“If I were the Secretary of Education, I would take all the money being spent on testing and use a good portion of it to hire aids, reading specialists, nurses, librarians, and all the other support staff needed to truly serve the needs of a school. School boards would consist of teachers and parents. Our education system would promote supporting a student’s strengths, instead of making school a place of failure. I would have industry work with our schools to help train high school students for job readiness when they leave school. I would fund higher education so people graduating from college would not bestrapped with a great debt. I would invite working education models like Finland to come and share what works with us. The NCLB and RTT would be disbanded. I would sever all ties with Pearson. There would be no Federal funding for Charter or online schools. I wish this could happen. I’m sick of the reformers. I can’t believe Obama is letting it go on and on.

Sincerely, Fed Up Fourth Grade Teacher”

 

O GEPA em ação

Integrantes do GEPA serão palestrantes no evento Verão Pedagógico no Recanto das Emas: outra escola é possível, no DF. A professora Dra. Benigna Maria de Freitas Villas Boas falará sobre Organização escolar em ciclos na esteira da avaliação formativa, no dia 13/3; a professora mestra e doutoranda Elisângela Gomes Dias falará sobre Ciclos progressivos de aprendizagens: repensando a organização do trabalho pedagógico, no dia 27/3, pela manhã e à tarde; a professora mestra e doutoranda Maria Susley Pereira falará sobre Ciclos progressivos de aprendizagens: repensando a organização do trabalho pedagógico, no dia 27/3, à noite.

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Os novos ciclos na educação do Distrito Federal

Maria Susley Pereira

A reprovação e o abandono escolar são situações com as quais a educação brasileira convive há muito tempo e estão presentes desde os primeiros anos de escolaridade dos alunos. No entanto, muito além desses dois efetivos problemas, enfrentamos um ainda mais complexo: muitos alunos seguem sua trajetória escolar com resultados inexpressivos em suas aprendizagens, resultando no que se tem chamado de “fracasso escolar”, mas que é possível ser denominado de um “fracasso da escola”, que produz a exclusão dentro dela mesma quando permite que o aluno ali permaneça sem aprender, inclusive contribuindo para o crescimento do fenômeno da defasagem série/idade.

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Dilma pede apoio de professor americano para garantir Pacto

A presidenta da República, Dilma Rousseff, convidou o professor norte-americano Salman Khan para desenvolver pesquisas educacionais e materiais pedagógicos específicos para serem usados no processo do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.

O programa, lançado em novembro do ano passado, é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios para assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade ao final do terceiro ano do ensino fundamental.

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Currículo em Movimento para a Educação Básica

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Segundo informações contidas no site da SEDF (acesso em 16/01/13), “o Primeiro Ciclo (Educação Infantil) está voltado às crianças de 0 a 3 anos (creche) e 4 e 5 anos; o Segundo Ciclo (Ensino Fundamental I) engloba o Bloco I (BIA – 6,7 e 8 anos) e o Bloco II (4º e 5º anos); o Terceiro Ciclo (Ensino Fundamental II) vai do 6º ao 9º anos e o Quarto Ciclo (Ensino Médio) passa a ter a organização semestral, compreendendo os Blocos I e II, que agrupam as disciplinas por área de conhecimento”.

Segundo o mesmo site, o “primeiro Ciclo terá implantação imediata. O Segundo Ciclo terá implantação imediata em cinco Regionais de Ensino (Recanto das Emas, Santa Maria, São Sebastião, Núcleo Bandeirante e Guará). Nas demais Regionais a implantação será por adesão das escolas, sendo que o prazo para adesão é até sexta (18). O Terceiro Ciclo será implantado apenas nas escolas que aderirem e apresentem as condições para implantação (13 escolas inicialmente). O Quarto Ciclo terá implantação imediata nas 63 escolas, das 86 que ofertam o ensino médio, que detém as condições necessárias estabelecidas pela Subsecretaria de Planejamento e Avaliação (SUPLAV).”

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Ciclos, seriação e escola de anos finais

Erisevelton Silva Lima

Discutir o assunto da organização da escola em ciclos com os professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental e a comunidade escolar, especialmente no Distrito Federal, por mais difícil e acalorado que seja o debate, é menos complicado se compararmos com outras etapas da educação básica, sem retirar a complexidade do tema, é claro. A escola de anos iniciais, historicamente, foi laboratório de inúmeras experiências que mexeram com a organização do seu trabalho pedagógico. Essas experiências suscitaram amadurecimento e crítica sobre a temática.

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Escola em ciclos ou ciclos na escola?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A organização do trabalho escolar em forma de ciclos teve início no Brasil de forma tímida. Um ou mais ciclos têm convivido com o regime seriado em uma mesma escola. Este é o caso do Distrito Federal, onde o Bloco Inicial de Alfabetização – BIA – constituído pelos três primeiros anos do ensino fundamental, funciona desde 2005 em escolas convencionais. O que se observa é que o BIA nem sempre é bem compreendido, principalmente pelo fato de as crianças não serem reprovadas enquanto o cursam.

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