A MÉTRICA NA EDUCAÇÃO

 

http://revistaeducacao.uol.com/textos

Acesso em 13/08/2014

 

Políticas Públicas

 

Agosto/2014

Meritocracia | Edição 208

A métrica da educação

 

No momento em que os Estados Unidos rediscutem suas políticas meritocráticas no campo educacional, o Brasil atrela resultados à cobrança de desempenho dos professores. Mas, afinal, qual o impacto dessas ações para o ensino-aprendizagem?

Cristina Charão Colaborou Lia Segre

 

Regina Miyeko Oshiro, professora de história na Escola Estadual Moacyr Campos (SP)

Em 2001, o então presidente americano Geor­ge W. Bush aprovava a lei No Child Left Behind (NCLB ou Nenhuma Criança Deixada para Trás), que instituía a primeira grande política de meritocracia do país. Começava a era das métricas para aferição de “avanço anual” dos alunos, e a consequente responsabilização dos atores educacionais por esse desempenho. Hoje, nos Estados Unidos, a utilização desses resultados para avaliar o trabalho docente sofre duras críticas. No Brasil, diversos estados possuem políticas de bonificação de professores por mérito, e o recém-sancionado Plano Nacional da Educação (PNE) incluiu menção a “políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb”. Em meio à discussão americana sobre um processo que dura mais de uma década, e a tendência brasileira por adotar políticas meritocráticas, a questão que se coloca é: como medir o desempenho dos professores? E, sendo essa a base para políticas de “reconhecimento”, elas surtem efeito no processo de ensino-aprendizagem?

De forma geral, no Brasil e no resto do mundo as políticas têm sido desenhadas com dois traços centrais: a mensuração do mérito do docente associada ao desempenho dos estudantes, especialmente através de testes padronizados, e a remuneração variável – ou pagamento de bônus por desempenho. Com isso, pesquisadores críticos ao método argumentam que as ações de cunho meritocrático carregam consigo também a noção de responsabilização do professor pelos resultados alcançados pelos alunos. Em outros termos: quando se associa o mérito do educador ao resultado obtido pelo aluno está se afirmando que o educador é o responsável direto por este resultado. Continue lendo “A MÉTRICA NA EDUCAÇÃO”

UNIFICAR E INTERNACIONALIZAR AS LUTAS PARA BARRAR A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

 

Fonte: clipping da ADUNB, DE 10/08/2014

 

Unificar e internacionalizar as lutas para barrar a mercantização da Educação

Esta foi a síntese da mesa que debateu “Conjuntura, lutas sociais e educação”, na abertura do Encontro Nacional de Educação, no sábado pela manhã

A conferência que abriu os trabalhos do Encontro Nacional de Educação (ENE), no sábado (9), pela manhã tinha como objetivo subsidiar os grupos de debates que aconteceriam à tarde. A mesa com o tema “Conjuntura, lutas sociais e educação” foi composta pela professora mexicana Maria Luz Arriaga, pelo professor do Instituto Federal de São Paulo, Valério Arcary, e pelo professor da UFRJ, Roberto Leher.

A mediação feita pela presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, elencou os eixos centrais que permeariam a mesa e todas as discussões do Encontro: privatização e mercantilização, financiamento, precarização das condições de trabalho, acesso e permanência, democratização da educação, passe livre e transporte público. “Esse Encontro foi aprovado nas entidades nacionais e a partir das discussões e acúmulos feitos pela base. O nosso objetivo central e construir a unidade com os movimentos populares em defesa da educação pública”, disse Marinalva. Continue lendo “UNIFICAR E INTERNACIONALIZAR AS LUTAS PARA BARRAR A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO”

LIVRO “BUILDING A BETTER TEACHER” (CONSTRUINDO UM PROFESSOR MELHOR)

 

LIVRO “BUILDING A BETTER TEACHER” (CONSTRUINDO UM PROFESSOR MELHOR)

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

Acaba de ser lançado nos Estados Unidos o livro “Building a Better Teacher” (Construindo um Professor Melhor), resultado de um trabalho de seis anos da jornalista Elizabeth Green, que acompanhou professores em salas de aula ao redor do mundo e mapeou as experiências mais bem-sucedidas em seu país na área de formação de educadores. Levando em conta o contexto americano, Green ressalta que o debate em relação à qualificação docente é polarizado por dois extremos que cometem esse mesmo erro. De um lado estão os defensores de políticas de avaliação docente, como os integrantes da Fundação Bill Gates e o economista Eric Hanushek. Segundo este último, por meio da identificação de bons e maus professores e da demissão dos piores, seria possível dar um salto de qualidade na educação. Continue lendo “LIVRO “BUILDING A BETTER TEACHER” (CONSTRUINDO UM PROFESSOR MELHOR)”

CAMPINAS: PROFESSORES QUESTIONAM

 

Campinas: professores questionam

Publicado em 09/08/2014 por Luiz Carlos de Freitas no Blog do Freitas

COLETIVO DE EDUCADORES DA REDE MUNICIPAL DE  CAMPINAS

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO

A LUTA POR UMA ESCOLA PÚBLICA DE QUALIDADE É DE TODOS!

No início do ano 2013, a Prefeitura de Campinas assinou um convênio com a organização FALCONI/COMUNITAS, que prevê a implantação de um modelo de gestão empresarial na rede municipal de ensino de Campinas.

Nós, do Coletivo de Educadores, somos contra este convênio e a atuação de consultoria privada na gestão de nossas escolas!

Não queremos isso para a nossa rede! Então, o que nós queremos?

Queremos uma educação pública de qualidade para todos e gerida pelo poder público. E isso significa:  – Escolas com estrutura física bem cuidada; com laboratórios de informática com equipamentos novos e acesso à internet em todos os computadores; com biblioteca funcionando em todos os períodos; salas de aula bem cuidadas, com iluminação e ventilação adequadas;  – Escolas com quadro completo de funcionários e professores; -  Escolas com professores com boa formação, com bons salários e com tempos adequados para prepararem e planejarem suas aulas; -  Escolas com gestão democrática, que possibilita a participação de toda a comunidade na gestão e tomada de decisões sobre o projeto da escola;  – Escolas com material didático e pedagógico de qualidade que contribua para a aprendizagem de todas as crianças; -  Escolas onde os alunos são respeitados e tem garantido o seu direito de aprender. Continue lendo “CAMPINAS: PROFESSORES QUESTIONAM”

A AVALIAÇÃO E O DESCOMPASSO ENTRE A IDADE-ANO ESCOLAR: PRODUZINDO E TENTANDO CORRIGIR PREJUÍZOS

 

A AVALIAÇÃO E O DESCOMPASSO ENTRE IDADE-ANO ESCOLAR:

PRODUZINDO E TENTANDO CORRIGIR PREJUÍZOS

Enílvia Rocha Morato Soares

Professora da Secretaria de Educação do DF

Doutoranda em Educação na UnB

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br

09/08/2014

 

Estudos recentes que tratam da avaliação afirmam ser esta uma prática que tem na aprendizagem seu par indissociável. Considerando que a escola constitui espaço em que o ato de avaliar é legalmente instituído e, também por isso, potencialmente realizado, o esperado seria que as aprendizagens ocorressem na mesma proporção. No entanto, dados recentes quanto ao número elevado de reprovações, baixos índices de desempenhos nos exames externos e crescente aumento de estudantes com idade defasada em relação ao ano em curso comprovam não ser tão harmônica assim essa parceria. Continue lendo “A AVALIAÇÃO E O DESCOMPASSO ENTRE A IDADE-ANO ESCOLAR: PRODUZINDO E TENTANDO CORRIGIR PREJUÍZOS”

PROFESSORES TEMPORÁRIOS: DESCOMPROMISSO COM AS APRENDIZAGENS DOS ESTUDANTES E DESQUALIFICAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

 

PROFESSORES TEMPORÁRIOS: DESCOMPROMISSO COM AS APRENDIZAGENS DOS ESTUDANTES E DESQUALIFICAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Publicado em http://gepa-avaliacaoeducacionalcom.br

Uma reportagem do Bom Dia Brasil do dia 28 de julho, segunda-feira, destaca o número alarmante de professores temporários em escolas de educação básica da rede pública de ensino em vários estados do país. No Distrito Federal há 6.500 professores temporários; na Bahia, 4.500; no Piauí, 4.507; somente na cidade de Teresina, 1.500. O estado da Bahia tem 36.564 professores e um déficit de 10.000. Mesmo lançando mão dessa estratégia, os dirigentes educacionais não conseguem manter nas escolas o número necessário de professores.

O fato de os estados e municípios estarem recorrendo largamente a essa prática demonstra o descompromisso dos governantes com a escola pública e o seu despreparo para o trabalho que executam. Em uma instituição em Brasília, até hoje não houve aula de História, afirmou um estudante frente às câmeras de TV.

No estado de Alagoas o sistema de ensino lança mão de monitores, principalmente para disciplinas da área de Exatas. Monitores não são professores e não podem substituí-los. Continue lendo “PROFESSORES TEMPORÁRIOS: DESCOMPROMISSO COM AS APRENDIZAGENS DOS ESTUDANTES E DESQUALIFICAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE”

COLE APROVA MOÇÃO DE REPÚDIO

 

COLE aprova moção de repúdio

O Congresso de Leitura promovido na UNICAMP pela Associação de Leitura do Brasil aprovou a seguinte moção.

 Moção de repúdio à atuação da empresa de consultoria privada Falconi junto à Rede Municipal de Ensino de Campinas

A assembleia geral da ALB – Associação de Leitura do Brasil – vem a público manifestar o seu repúdio ao ataque à educação pública representado pela parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Educação de Campinas e a empresa Falconi – Consultores de Resultados. O convênio tem por objetivo a transferência do modelo de gestão empresarial para o serviço público.

O plano de trabalho da Falconi junto às escolas da Rede Municipal prevê a realização de diagnósticos dos problemas das unidades, a definição de metas, o acompanhamento das ações dos educadores para a consecução das metas, a padronização de procedimentos identificados como exitosos. Em tal modelo os indicadores de qualidade se restringem as variáveis do âmbito interno das escolas e a seus sujeitos, silenciando sobre as responsabilidades do poder público. Negando a complexidade do processo educativo escolar, o choque de gestão privada elege como principal indicador de qualidade os índices de desempenho dos alunos em testes de avaliação padronizados. O modelo sustenta a imposição de metas definidas por técnicos sem a participação da comunidade escolar, metas estas que não contemplam quaisquer indicadores que não possam ser mensuráveis.

Na lógica da gestão privada são descartados princípios caros à história da Rede Municipal de Ensino de Campinas tais como a gestão democrática e a formação humana concebida de forma ampla. Os valores do mercado – eficiência, produtividade, competitividade – substituem os valores que sustentam a esfera pública e dos direitos: participação, solidariedade, co-responsabilidade na qualificação do espaço público.

Os educadores da Rede Municipal de Campinas vêm se empenhando no fortalecimento do caráter público da educação oferecida na Rede Municipal através do trabalho coletivo de construção dos projetos político pedagógicos nas unidades, das diretrizes curriculares das diferentes modalidades de ensino, da avaliação institucional participativa. A qualificação da educação pública também se dá através da participação dos docentes em várias frentes de formação continuada e na luta pela implementação da Lei do Piso, mediante a instituição de uma jornada condizente com as atribuições docentes. Essa história e o amplo leque de variáveis envolvidas na construção de uma escola pública de qualidade social são desqualificados pela Falconi quando a empresa propõe um projeto de trabalho sustentado na ideia de que a solução para os problemas educacionais restringe-se à simples aplicação de um modelo de gestão de resultados. Estudos acadêmicos e as experiências de várias redes de ensino têm demonstrado que parcerias como a firmada entre a empresa Falconi e a Secretaria Municipal de Educação de Campinas representam a abertura dos serviços públicos aos interesses do mercado, resultando num grave ataque à educação pública.

É por todo o exposto que, reunidos em assembleia geral, repudiamos a parceria em questão.

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ALFABETIZAÇÃO “PRÉ-FABRICADA”

 

19º. COLE: alfabetização “pré-fabricada”

Publicado em 26/07/2014 por Luiz Carlos de Freitas em Blog do Freitas

A décima nona versão do Congresso de Leitura promovido pela Associação de Leitura do Brasil na Unicamp que encerrou no dia de ontem criticou em uma de suas atividades a “alfabetização pré-fabricada”. O renomado educador Ezequiel Theodoro da Silva da Faculdade de Educação da UNICAMP afirmou que:

“Você tem uma série de prescrições e disciplinamento de metodologias pré-fabricadas para alfabetizar e os resultados não são os melhores. Segundo Ezequiel quando o professor recebe uma carga como cartilhas e metodologias prontas ele se torna um mero repetidor de conteúdos.”

Cartilhas e apostilas têm se tornado cada vez mais frequentes nas redes de ensino contribuindo para a desqualificação dos professores que passam a ser dependentes de tais materiais. Sua proliferação se dá a partir da transferência do pensamento empresarial para a educação, baseado na padronização de processos. O produto mais visível disso são as apostilas e a constante ênfase nos processos de gestão.

 

POSSIBILIDADES DA AVALIAÇÃO FORMATIVA PARA A ESCOLA DE ANOS FINAIS

 

POSSIBILIDADESDA AVALIAÇÃO FORMATIVA PARA

A ESCOLA DE ANOS FINAIS

Simone Moura Gonçalves de Lima

Professora de História da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, especialista em Avaliação e Coordenação Pedagógica pela Universidade de Brasília e mestranda pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília

 

Trabalhando o sal

Pra ver a mulher se vestir

E ao chegar em casa

Encontrar a família a sorrir

Filho vir da escola

Problema maior é o de estudar

Que é pra não ter meu trabalho

E vida de gente levar…

(Canção do Sal – Milton Nascimento e Fernando Brant)

RESUMO:

Este artigo discute as especificidades da organização pedagógica da escola de anos finais, os desafios e as possibilidades de concretização das práticas avaliativas na perspectiva formativa. Apresenta os preceitos formativos há anos já garantidos pela legislação vigente e a realidade vivenciada pela escola. Analisa a avaliação em seus três níveis. Defende o espaço/tempo da coordenação pedagógica como capaz de promover a avaliação formativa quando se organiza para o estudo e reflexão dos avanços e fragilidades pedagógicas vivenciadas pelo grupo e aponta a necessidade de construir o compromisso coletivo para buscar os caminhos possíveis para garantir as aprendizagens de todos.

Palavras-chave: Avaliação formativa. Escola de anos finais. Coordenação Pedagógica.

 

INTRODUÇÃO:

O trecho da letra da canção acima retrata o sonho que a educação escolar ainda pode representar para muitas famílias das classes populares: a possibilidade de melhoria das condições de vida para seus filhos. A universalização do acesso à escola pública no Brasil deveria ter representado a concretização deste sonho, entretanto, muitos estudantes não conseguem permanecer na escola aprendendo. A reprovação e a evasão na educação pública continuam deixando os índices de rendimento escolar abaixo das expectativas dos que pensam as políticas públicas para a educação básica, assim como daqueles que atuam dentro da escola como educadores, especialmente quando nos referimos aos anos finais do Ensino Fundamental, correspondentes do 6º ao 9º anos. As concepções e práticas docentes têm indicado muito mais a permanência das desigualdades sociais através das desigualdades de aprendizagens dentro do ambiente escolar. Continue lendo “POSSIBILIDADES DA AVALIAÇÃO FORMATIVA PARA A ESCOLA DE ANOS FINAIS”

HOMEWORK, SLEEP AND THE STUDENT BRAIN

 

HOMEWORK, SLEEP, AND THE STUDENT BRAIN

Glenn Whitman

Director, The Center for Transformative Teaching and Learning

http://edutopia.org/blog, 23/07/2014

At some point, every parent wishes their high school aged student would go to bed earlier as well as find time to pursue their own passions — or maybe even choose to relax. This thought reemerged as I reread Anna Quindlen’s commencement speech, A Short Guide to a Happy Life. The central message of this address, never actually stated, was: “Get a life.”

But what prevents students from “getting a life,” especially between September and June? One answer is homework.

Favorable Working Conditions

As a history teacher at St. Andrew’s Episcopal School and director of the Center for Transformative Teaching and Learning, I want to be clear that I both give and support the idea of homework. But homework, whether good or bad, takes time and often cuts into each student’s sleep, family dinner, or freedom to follow passions outside of school. For too many students, homework is too often about compliance and “not losing points” rather than about learning. Continue lendo “HOMEWORK, SLEEP AND THE STUDENT BRAIN”