Semana pedagógica: discutindo a avaliação formativa

 

Semana pedagógica: discutindo a avaliação formativa

Maria Theresa de O. Corrêa

Compreender a avaliação, de maneira mais ampla, para além da correção de trabalhos, exercícios e provas, é um desafio que se impõe a cada momento não somente para os (as) professores (as) mas para a toda a escola, considerando a sua temporalidade e complexidade. Cada período letivo é único e no ambiente escolar, afirma Cerqueira (2006), inscrevem-se regras, histórias, fantasias, formalidades que afetam e contribuem para a produção de sentido na educação.

Assim, a “semana pedagógica” é uma oportunidade ímpar para se começar o ano discutindo o processo avaliativo, a partir das necessidades da própria escola, da sua complexidade.  Nessa ocasião, esforços diversos e em conjunto são empreendidos pela secretaria escolar, equipe gestora, agentes da limpeza, da portaria que, entre outros, matizam cores, sons e intenções para o ano escolar que se inicia. Essa dinâmica desenha, de forma ampla, o trabalho pedagógico que será desenvolvido durante o período letivo e que implicará as ações realizadas em sala de aula pelos (as) professores (as) com os (as) estudantes.

É oportuno que esse trabalho seja pensado pelo coletivo da escola, uma vez que, no ambiente escolar, os estudantes não se relacionam somente com seus professores e professoras, mas também com os responsáveis por recepcioná-los quando chegam e se vão, com os que realizam a limpeza da escola, com aqueles que servem a merenda, os que trabalham na secretaria, na biblioteca, entre outros espaços.

Dessa forma, o “pedagógico” deixa o restrito domínio docente e alcança os demais integrantes da escola que, direta ou indiretamente, se relacionam com os (as) estudantes. Essa perspectiva imprime no ambiente escolar a ideia de coletividade, de responsabilidade conjunta pelo trabalho pedagógico que, de forma ampla, será realizado durante o ano letivo escolar. Como um processo que perpassa esse trabalho, a avaliação é discutida pela escola em seu conjunto já no início do período letivo, considerando tanto a sua perspectiva formal, quanto a informal.

Na perspectiva formal, comumente realizada por meio de provas, questionários, entre outros procedimentos de avaliação, em que se atribuem notas ou menções, pode-se refletir acerca de ações que serão implementadas a partir dos resultados obtidos com o propósito de promover melhores condições de aprendizagens para os (as) estudantes.

 

Quanto à avaliação informal, que se dá por meio dos juízos de valor que professores e estudantes constroem entre si (VILLAS BOAS, 2001), as atenções poderão voltar-se para reflexões a respeito dos desdobramentos positivos ou negativos que a emissão desses juízos pode inscrever na vida dos (as) estudantes, tendo em vista a construção do seu autoconceito e autoestima.

 

A “semana pedagógica” pode ser assim um momento propício para se pensar coletivamente a avaliação a partir da complexidade própria de cada escola, articulando-a à construção de sentido da educação por meio da avaliação formativa, que possibilita as aprendizagens e o desenvolvimento dos estudantes e da escola de forma geral (VILLAS BOAS, 2001).

Referências

CERQUEIRA, T.C.S. O professor em sala de aula: reflexão sobre os estilos de aprendizagem e escuta sensível. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-73142006000100005. Acesso em Dez-2007.

CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre:ArtMed, 2000.

VILLAS BOAS, B.M.F. Avaliação Formativa: em busca do desenvolvimento do aluno, do professor e da escola. In: VEIGA, Ilma Passos. (org). As dimensões do projeto político pedagógico: novos desafios para a escola. Campinas: Papirus, 2001.

 

 

 

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