MEC lança relatório com 52 ações na educação básica

JC Notícias – 03/05/2022

Maioria dos trabalhos apresentados no documento continua em vigor

O Ministério da Educação (MEC) lançou ontem (2) o Relatório Anual da Secretaria de Educação Básica referente ao ano de 2021. O documento apresenta 52 ações realizadas pelo ministério, em atenção ao cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação referentes à educação básica. Essas ações envolvem educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos.

A educação básica abordada pelo relatório engloba um universo de 46 milhões de alunos, sendo 38 milhões da rede pública. São 178 mil escolas, sendo 137 mil públicas; e mais de 2,19 milhões de professores. Desses, 1,7 milhão estão na rede pública. “Essa entrega [do relatório] traz transparência e prestação de contas daquilo que a gente tem feito pela educação básica dos nossos estudantes”, disse o ministro Victor Godoy.

Políticas educacionais, uso pedagógico das tecnologias, ampliação do número de matrículas, preparação para o Novo Ensino Médio, formação docente, valorização de profissionais e apoio de plataformas digitais para a gestão educacional são alguns dos temas das iniciativas. Segundo o MEC, embora o documento se refira a 2021, a maioria do trabalho apresentado nele continua em vigor.

Segundo Godoy, o ministério tem trabalhado na recuperação das aprendizagens, uma ação para preencher lacunas de aprendizado nos estudantes. Para Godoy esse tópico é uma das prioridades na política do MEC. “Os nossos dois pilares aqui à frente do MEC são a recuperação das aprendizagens e a tecnologia na educação brasileira”, disse. “Estamos muito próximos de fazer a nossa grande entrega, que será uma política de recuperação das aprendizagens e nessa política trazemos esse componente da inovação e tecnologia para a educação brasileira”.

Formação Docente

No lançamento do relatório, o diretor de Formação Docente e Valorização de Profissionais da Educação Básica, Renato Brito, destacou a presença de 20 ações, das 52 do relatório, relativas à formação de professores.

“Educação Infantil, Bem-Estar no Contexto Escolar, Gestão Escolar, Educação em Tecnologia e Ensino Médio; só essas cinco formações atingiram 590 mil professores de um universo de quase 2,2 milhões de professores no país”, disse Brito.

Ele citou também que os cursos de formação oferecidos pelo MEC também são abertos a professores da rede privada.

Escolas Cívico-Militares

O diretor de políticas para escolas cívico-militares, Gilson Oliveira, tratou como bem-sucedido o projeto de escolas cívico-militares. Nesse formato, as secretarias estaduais de Educação continuam responsáveis pelos currículos escolares, que é o mesmo das escolas civis. Os militares, que podem ser integrantes da Polícia Militar ou das Forças Armadas, atuam como monitores na gestão educacional, estabelecendo normas de convivência e aplicando medidas disciplinares.

Foram implantadas 216 escolas em todos os estados da federação. Oliveira destacou o Paraná, com 14 escolas; o Rio Grande do Sul, com 13; o Pará, com dez; Santa Catarina, com nove; além de Minas Gerais e Tocantins, com oito cada. Segundo Oliveira, esse tipo de escola “não tem o objetivo de impor a cultura militar” e é voltada sobretudo para localidades com maior índice de violência.

“Tivemos uma melhoria das instalações, pela manutenção e zelo demonstrados pelos alunos e incentivado pelas nossas equipes. É uma iniciativa que não pode ser universalizada, mas se mostra como uma alternativa viável de um modelo de gestão escolar de excelência para áreas de vulnerabilidade social”, afirmou o diretor do ministério.

Agência Brasil

 

Fapesp e Secretaria da Educação de SP investirão R$ 30 milhões em pesquisas relacionadas à educação básica

JC Notícias, 16/02/2022

Iniciativa conjunta financiará estudos científicos com potencial para subsidiar políticas públicas na área e implementar abordagens pedagógicas inovadoras

A Fapesp e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) lançaram nesta terça-feira (15) o primeiro edital do PROEDUCA – programa de apoio a pesquisas em educação básica. A iniciativa tem como objetivo subsidiar o aprimoramento e o desenvolvimento de políticas públicas e de abordagens pedagógicas voltadas à melhoria do aprendizado e à redução das desigualdades educacionais. Será feito um aporte de R$ 30 milhões para o financiamento de projetos selecionados no edital – sendo R$ 20 milhões da Fundação e R$ 10 milhões da Secretaria.

O PROEDUCA deverá contribuir para a solução de problemas cruciais do ensino público, desde as desigualdades de acesso e de trajetória educacional até as altas taxas de abandono e de evasão escolar, passando pela baixa participação dos sistemas públicos de educação básica na educação técnica e profissional.

“Esta iniciativa será fundamental para termos evidências sobre o que dá certo e vale a pena ser replicado de uma escola para as outras. A comunidade científica gerar pesquisas sobre a riqueza de experiências pedagógicas e de aprendizagem, dialogando com a comunidade escolar, é muito importante. E é absolutamente necessário suprir essa demanda por diagnósticos, avaliações de políticas e outros subsídios”, afirma o secretário da Educação de São Paulo, Rossieli Soares.

“O projeto traz a importância da gestão baseada em evidências para o centro do debate no campo da educação. Isso significa utilizar os resultados de pesquisas, análises de dados e avaliações para qualificar a tomada de decisão dos gestores públicos, melhorando a formulação e a implementação de políticas, programas e projetos com repercussão na sala de aula e na aprendizagem dos estudantes”, diz o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago.

Estão previstos três editais do PROEDUCA entre 2022 e 2024. O primeiro edital, lançado agora, apoiará projetos de pesquisa com foco em seis eixos estratégicos: processo de ensino e aprendizagem na educação básica pública; formação e desenvolvimento profissional docente; gestão da aprendizagem e avaliação; gestão educacional: escolas e a rede de ensino; equidade, diversidade e redução das desigualdades na educação; e tecnologia, inovação e educação profissional no currículo da educação básica. Os projetos selecionados poderão abarcar uma ou mais das seis linhas prioritárias.

“Poucos temas têm a unanimidade da área de educação para o nosso avanço enquanto nação. Para a Fapesp, incentivar a produção de conhecimento e estimular a disseminação de melhores práticas, trabalhando de forma articulada com a Secretaria da Educação, representam uma oportunidade única. Em todas as áreas da atuação humana a etapa da implementação de melhores práticas é um elemento decisivo. Com a presente chamada, a Fapesp busca contribuir para que a implementação em educação leve em consideração as variáveis locais nas diferentes escolas, assim como outros fatores contextuais relevantes de forma que a educação possa ter sucesso em qualquer ambiente”, diz Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp.

Pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa do Estado de São Paulo, públicas ou privadas, poderão submeter os projetos ao primeiro edital do PROEDUCA até o dia 16 de maio.

Para esclarecer eventuais dúvidas sobre a chamada, a Fapesp vai organizar um diálogo virtual no dia 16 de março, às 16 horas. O encontro será transmitido pelo canal da Agência Fapesp no YouTube.

O evento de lançamento do PROEDUCA foi realizado na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo e contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen; dos reitores da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Junior, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antonio José de Almeida Meirelles; do representante do reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do reitor da Universidade Mackenzie, Marco Tullio de Castro Vasconcelos; além de gestores e professores de escolas estaduais de ensino.

A íntegra do edital está disponível em: https://fapesp.br/15317.

A cerimônia de lançamento do PROEDUCA está disponível no canal do Centro de Mídias da Educação de São Paulo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=uBX4KS7kFG4

Agência Fapesp

 

Conversas sobre avaliação

LIVRO PRODUZIDO POR INTEGRANTES DO GEPA

CONVERSAS SOBRE AVALIAÇÃO – 2019

Sumário

 

Apresentação

Esmiuçando a avaliação formativa – Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A avaliação na Educação Infantil – Maria Theresa de Oliveira Corrêa

Comportamento: cabe avaliá-lo? – Enílvia Rocha Morato Soares

Contribuições da avaliação para uma “nova forma de fazer EJA” – Benigna Maria de Freitas Villas Boas e Leda Bittencourt da Silva

Iniciando a disciplina Didática pela análise da avaliação – Maria Emilia Gonzaga de Souza

Avaliação: qual é o seu lugar? – Enílvia Rocha Morato Soares

Circularidade de saberes sobre avaliação – Benigna Maria de Freitas Villas Boas

O que muda na avaliação na escola em ciclos? – Rose Meire da Silva e Oliveira Continue lendo “Conversas sobre avaliação”

 

“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”

“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A pergunta acima foi feita por uma professora da rede pública de ensino do DF, muito comprometida com o trabalho que desenvolve. Como o DF mantém a organização da escolaridade em ciclos há algum tempo e suas escolas receberam documentos orientadores da sua implementação, fui consultá-los para entender a razão da pergunta da professora. Não encontrei a resposta para sua dúvida. Fiquei preocupada. Ela deveria constar das orientações. Tento aqui refletir sobre o tema.   Continue lendo ““O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?””

 

O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?

“O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”

Maria Susley Pereira

Pesquisadora do GEPA

A pergunta acima foi feita por uma professora da rede pública de ensino do DF muito comprometida com as aprendizagens dos estudantes. Este breve texto procura respondê-la.

Em primeiro lugar devo dizer que responder a esta pergunta em poucas linhas não é uma tarefa simples, pois falar sobre educação não nos permite discuti-la como uma ciência exata e, sendo assim, seria conversa “pra mais de metro”.

Sabemos que a reprovação e o abandono escolar são situações com as quais a educação brasileira convive há muito tempo e estão presentes desde os primeiros anos de escolaridade dos estudantes. No entanto, muito além desses dois efetivos problemas, enfrentamos um ainda mais complexo: muitos alunos seguem sua trajetória escolar com resultados inexpressivos em suas aprendizagens, resultando no que se tem chamado de “fracasso escolar”, mas que é possível ser denominado de um “fracasso da escola”, que produz a exclusão dentro dela mesma quando permite que o aluno ali permaneça sem aprender, inclusive contribuindo para o crescimento do fenômeno da defasagem série/idade. Continue lendo “O que prova que a organização em ciclos é melhor que seriação e não significa apenas diminuir os números de reprovação no sexto e no oitavo anos?”

 

A eficácia das propostas de Bolsonaro para a educação

JC Notícias – 12/11/2018

A eficácia das propostas de Bolsonaro para a educação

Presidente eleito quer cobrança de taxas nas universidades públicas e transferência de recursos do ensino superior para a educação básica. Estudo da Câmara dos Deputados e especialistas contestam efeitos das medidas

A cobrança de mensalidade nas universidades federais e a transferência de recursos do ensino superior para o ensino básico são algumas das propostas defendidas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe para a educação. Um estudo publicado pela Câmara dos Deputados concluiu, porém, que essas medidas não solucionam os gargalos da educação no país. A análise foi feita pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara, cujas publicações têm por objetivo informar os deputados federais sobre temas específicos.

A proposta de acabar com a gratuidade das universidades públicas para os estudantes que podem pagar pelo ensino foi apresentada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevistas durante a campanha eleitoral. Para levar adiante a ideia, seria necessária uma mudança na Constituição, o que depende de apoio elevado na Câmara e no Senado.

Leia na íntegra: Deutsche Welle

 

MARCAS DA AVALIAÇÃO

MARCAS DA AVALIAÇÃO

Profa. Dra. Enílvia Rocha Morato Soares

Segundo Villas Boas (2008), a avaliação deixa marcas. Resta a nós, educadores, definirmos que marcas queremos deixar em nossos estudantes. Inspirada pela pesquisadora, propus ao grupo de professores de uma escola pública, para a qual fui convidada para debater sobre a temática, o seguinte questionamento: ”A avaliação deixa marcas” (VILLAS BOAS, 2008). Que marcas a avaliação deixou em você? Continue lendo “MARCAS DA AVALIAÇÃO”

 

Só nove estados crescem em português e matemática no ensino médio

O governo faz um diagnóstico acertado, mas lança mão do remédio precário, afirma o professor Carrano, da Universidade Federal Fluminense, referindo-se à reforma do ensino médio.

JC Notícias – 30/08/2018

Só nove estados crescem em português e matemática no ensino médio

Notas ainda são distantes do adequado, mostra avaliação federal; ES se destaca

Somente 9 das 27 redes estaduais do país conseguiram no ano passado que seus alunos do ensino médio melhorassem os desempenhos em matemática e português na principal avaliação federal. São eles: Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Acre, Ceará, Tocantins, Sergipe e Alagoas.

Ainda assim, todas essas redes permaneceram em patamares distantes do adequado na etapa, considerada hoje um dos principais desafios da educação básica do país.

Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo

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Para especialistas, Brasil deve aprender com experiências bem sucedidas de alguns estados

O ensino médio está sendo considerado a etapa mais crítica da educação brasileira porque o MEC luta para que o CNE aprove a reforma proposta. O que os dados do SAEB mostram não é novidade. Se a situação está assim posta, é urgente analisar o que está ocorrendo no ensino fundamental, porque dele provêm os estudantes do ensino médio. O ministro da Educação afirmou: o ensino médio está “absolutamente falido”. O ensino fundamental não se apresenta em situação melhor. Tudo isso precisa ser analisado de forma contextualizada.

JC Notícias – 31/08/2018

Para especialistas, Brasil deve aprender com experiências bem sucedidas de alguns estados

Dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica mostram cenário caótico no ensino médio

A divulgação das notas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), nesta quinta-feira, trouxe más notícias para a educação brasileira. Com poucos avanços nos anos finais do ensino fundamental e médio e altos índices de aprendizado insuficiente, os dados do Saeb acenderam mais uma vez um alerta na área. Especialistas consultados pelo GLOBO defendem que o Brasil precisa valorizar e aprender com experiências de sucesso de alguns estados. Eles citam que, em geral, redes que apresentaram algum tipo avanço no desempenho apostam em ensino integral, participação da comunidade e da família na escola e gestão qualificada.

Até 2017, essa etapa do Saeb era conhecida como Prova Brasil e avaliava de maneira censitária alunos do 5º e do 9º anos do ensino fundamental, e do 3º ano do ensino médio nas disciplinas de português e matemática. No próximo ciclo, além dessas disciplinas, os estudantes do 9º ano também terão avaliações de Ciências da Natureza e Ciências Humanas. As notas no Saeb juntamente com dados de aprovação, reprovação e abandono compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2017, foram avaliados cerca de 5,4 milhões de estudantes em todo país.

Veja o texto na íntegra: O Globo

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