A fé nas avaliações

Por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas, em 29/10/2020

A mentalidade meritocrática que assola os meios educacionais encontra dificuldade para, em tempos de pandemia, lidar com a questão da avaliação. Determina esta mentalidade que as avaliações devem continuar, mesmo neste caos pandêmico, pois qualquer outra forma seria apoiar a implementação da “promoção automática”. A fé nas avaliações padronizadas é difícil de ser aplacada. É […]

Leia mais deste post

Luiz Carlos de Freitas | 29/10/2020 às 9:26 AM | Tags: Pandemia, política com evidência, Reformadores empresariais, Resistência, Revisões NEPC | Categorias: Ideb, Links para pesquisas, MEC sob Bolsonaro, Pastor Milton no MEC, Responsabilização/accountability, SAEB, Saresp, Segregação/exclusão | URL: https://wp.me/p2YYSH-7vo

 

Pandemia dá chance ao Brasil para reavivar seu sistema educacional, diz diretor da OCDE

JC Notícias, 27/10/2020

Para Andreas Schleicher, sociedade enxergou nova face da escola e deve cobrar seu fortalecimento

Ainda que a suspensão das aulas presenciais por causa do novo coronavírus tenha impacto negativo na educação, Andreas Schleicher, uma das maiores autoridades em avaliação do ensino do mundo, diz acreditar que a pandemia pode ter trazido uma nova chance ao país.

Para o diretor de educação da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), depois de um período de acomodação com os resultados educacionais, o Brasil tem a oportunidade de reavivar os investimentos e políticas para a área.

“Com a pandemia, as famílias enxergaram uma face das escolas que muitas vezes ficava escondida: seu papel social, emocional. Acredito que isso possa resultar em um ambiente mais colaborativo entre escola e famílias e, consequentemente, em uma maior cobrança dos pais por melhorias na educação”, disse à Folha.

Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo

O Grupo Folha não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.

 

POSICIONAMENTO DO GEPA QUANTO À VALIDAÇÃO DE AULAS REMOTAS COMO DIAS LETIVOS

A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal validará o ensino remoto emergencial a partir do dia 13 de julho de 2020

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) anunciou que o DF retomará o calendário letivo de 2020 a partir do dia 13/07/2020, por meio do ensino remoto emergencial. Para terem acesso às aulas, os estudantes precisarão se cadastrar na plataforma Escola em Casa, para acessarem asala de aula virtual que opera por meio do Google Sala de Aula. Para aqueles que não possuem acesso à internet, uma parceria da TV Justiça com o Governo do Distrito Federal (GDF) levará o conteúdo até a casa dos estudantes pela televisão, em quatro canais diferentes, e no canal @Educadf disponível no Youtube.

As atividades pedagógicas de ensino remoto emergencial, síncronas ou assíncronas, serão consideradas como efetivo trabalho escolar e a carga horária trabalhada será utilizada para a substituição de carga horária presencial. Esta decisão converge com o estabelecido no parecer do Conselho Nacional de Educação nº 5/2020 e no Parecer do Conselho de Educação do DF, nº 33/2020, que conferem autonomia aos sistemas de ensino para ajustar suas organizações pedagógica, administrativa e calendário escolar, abrindo possibilidade para que as atividades não presenciais sejam computadas para fins de cumprimento de dias letivos.

É preciso registrar que, desde o início do isolamento social, medida adotada para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional, decorrente do novo Coronavírus responsável pelo surto de 2019 – COVID-19, professores de escolas públicas e privadas têm interagido com estudantes e suas famílias em busca de maneiras de darem prosseguimento aos trabalhos escolares. Há relatos exitosos, mostrando a capacidade dos professores de se reinventarem, restabelecendo a fundamental parceria entre escola e família. Por outro lado, há depoimentos de professores e estudantes que ficaram totalmente desassistidos, por diferentes razões.

 A Subsecretaria de Educação Básica, da SEDF, está encarregada de readequar o currículo em movimento para o ano letivo de 2020, em todos os componentes curriculares e anos/séries, visando garantir a articulação entre as ferramentas pedagógicas disponibilizadas – plataforma, teleaulas e material impresso. Compete aos professores a elaboração de atividades pedagógicas não presenciais, tanto para disponibilizá-las nas salas de aula virtuais, quanto para usá-las como material impresso destinado aos estudantes que não tiverem acesso às aulas. A frequência escolar será computada por meio da entrega, aos estudantes, das atividades on-line ou impressas. Reforça-se a necessidade de trabalho colaborativo e o efetivo acompanhamento das Regionais de Ensino.

Há ainda a orientação de que “as atividades a serem entregues até o fim de cada bimestre/semestre, para efeitos de verificação de frequência e de avaliação para as aprendizagens, deverão ter caráter interdisciplinar, apresentar dinâmicas desafiadoras e partir das práticas sociais dos estudantes” (Plano de Gestão Estratégica para a Realização das Atividades Pedagógicas Não Presenciais da Rede Pública de Ensino, p. 15). Para isso, a Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE) promoveu, durante as duas semanas que antecederam o início do calendário de aulas remotas, a formação de professores e outros profissionais da educação para desenvolverem as aulas remotas. Mais de vinte mil professores foram atendidos em diferentes cursos: GSuit (ferramentas do google para a educação), Produção de Material Didático e Moodle on-line.

Todo esse esforço é válido, porém, conseguirá se estender, com a mesma qualidade, a todos os estudantes matriculados na rede pública de ensino? Certamente, não! Portanto, se a educaçãoé direito de todos, qualquer medida de segregação não pode ser aceita. Validar dias letivos, desconsiderando os milhares de estudantes que não conseguirão acompanhar as aulas remotas ou as atividades impressas, sendo, portanto, excluídos, é uma iniciativa descabida.

O que revelam as pesquisas?

Os números da Pesquisa TIC Kids Online Brasil, sobre o uso da Internet por crianças e adolescentes no Brasil, realizada em 2018, revelam que, entre crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, 66% não se conectam à Internet em ambientes privados, seja na própria residência ou na residência de amigos e familiares. Além disso, esse número atinge 82% dos/as estudantes na zona rural, 70% entre os das classes D e E; 67% entre os da classe C e 58% entre os das classes A e B.

As pesquisas do PNAD (2018) indicam outros dados relevantes e que precisam ser considerados, especialmente quando se defende o ensino a distância ou mesmo remoto, em caráter emergencial. Entre eles, destacamos: 17,3% das crianças de 0 a 14 anos moram em residências que não têm acesso à rede geral de abastecimento de água e 40,8%, em locais sem conexão com o sistema de esgoto. Nas casas em que não há internet, as condições de saneamento são ainda piores: 29,3% sem rede de água e 60% sem esgoto. A Pnad mostraainda, que 15,1% das residências abrigam seis ou mais pessoas e, em 40%, há mais de três moradores por dormitório. Os computadores portáteis continuam concentrados nas famílias mais ricas: na classe A, 90% têm notebook e 49%, tablet. Nas camadas D e E, os índices são de 3% e 4%, respectivamente. As diferenças, portanto, são assustadoras.

Ademais, uma pesquisa do Instituto Península, realizada entre os dias 13 de abril e 14 de maio de 2020, entrevistou 7.734 docentes de todo o país e concluiu que 83% deles ainda se sentem despreparados para ensinar a distância.

De acordo com o Blog da Boitempo, “mais da metade dos estudantes da rede básica do estado de São Paulo, dentre os 3 milhões e meio de matriculados, nunca acessou e nem deu login no sistema de aulas online montado para a continuidade pedagógica durante a pandemia. A muitos deles faltam tecnologia e infraestrutura mais básica do que conexão e aparelhos eletrônicos, como saneamento básico, alimentação e o mínimo necessário para sobreviver a uma crise sanitária”. Se essa é a realidade da maior cidade do Brasil, a situação é ainda pior em cidades e municípios das regiões Norte e do Nordeste.

Recente pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) indica números estarrecedores para a capital do Brasil: 26,27% dos 460 mil estudantes da rede pública de ensino do DF não têm condições materiais de assistirem e participarem de nenhum tipo de Educação a Distância (EaD). Isso significa que a adoção de EaD ou aulas remotas, neste período de pandemia, excluirá da educação mais de 25% dos estudantes.

Posicionamento do GEPA

Levando em conta as considerações anteriormente apresentadas, o Grupo de Pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico – GEPA –  se posiciona contrariamente ao cômputo das atividades remotas na recomposição do calendário letivo, ao mesmo tempo em que se mantém firme na defesa da educação pública de qualidade social e contra qualquer iniciativa que conduza a desigualdades de acesso às aprendizagens.

Compreender a organização do trabalho pedagógico no ensino remoto, proposto por diferentes sistemas e redes de ensino, nos remete a pensar sobre a relação intrínseca entre objetivos e avaliação. Ambos atuam em conjunto. A avaliação fornece elementos para iniciar o trabalho pedagógico, para garantir sua continuidade ou sua reorganização em atendimento aos objetivos previamente estabelecidos e outros surgidos enquanto ele se concretiza.

No caso do ensino remoto em desenvolvimento nas escolas públicas do DF, interessa-nos saber qual é a real finalidade do processo avaliativo: contribuir para a construção das aprendizagens ou comprovar a não aprendizagem, já que os que não puderem acompanhar o trabalho remoto não terão direito às aprendizagens?  

A realização de atividades sem a devida mediação pedagógica e acompanhamento sistemático de professores pode ser um recurso utilizado na tentativa de diminuir os impactos da pandemia. Entretanto, a validação dessas atividades como dia letivo potencializará a exclusão dos estudantes sem condições de acompanharem as aulas remotas, o que aumentará as desigualdades educacionais. Além disso, ampliará as possibilidades de avaliação informal negativa. Sem condições de mediar o ensino, pais e familiares podem reforçar avaliações desencorajadoras, contribuindo para um clima tenso e desanimador para os filhos/estudantes.    

O ensino remoto, na presente situação, corre o risco de não atender a um dos princípios básicos do trabalho pedagógico: a salutar relação pedagógica que se estabelece entre os estudantes e entre estes e os professores. A falta de interação empobrece o ensino e a avaliação. Perpetua-se a velha lógica:  conteúdo dado, conteúdo cumprido.

A máxima que vem sendo difundida: “a escola precisa se reinventar” ou “o professor/a precisa se reinventar” precisa ser vista com cautela. Estamos em período de crise sanitária. Não vamos usar esse momento para banalizar ou simplificar o trabalho escolar.

Portanto, não há pontos e contrapontos. Temos um país com imenso abismo social e um pobre investimento em educação. Neste momento de enormes sacrifícios, precisamos de ter cuidado com a cultura do “oportunismo”. Não precisamos de Estado mínimo! Ao contrário, queremos mais ações sociais e um Estado que consiga de fato alcançar quem mais necessita. As escolas não precisam de pacotes tecnológicos, mas de recursos, valorização da carreira docente e gestão pública comprometida com a construção de uma educação de qualidade social.

O que pode ser feito? Pensando em alternativas

Diante da situação de calamidade pública que vivemos, o GEPA entende que o número de dias letivos só pode ser considerado a partir do retorno às atividades presenciais, o que exigirá a integração dos anos letivos de 2020 e 2021.

E como fazer com os estudantes do 3º ano do Ensino Médio, os concluintes da Educação de Jovens e Adultos e os da Educação Profissional? Excepcionalmente, para estes grupos, a SEDF poderá complementar o ensino remoto emergencial com atividades síncronas e interativas, desde que providencie as devidas condições de acesso para todos.

E as demais etapas e modalidades da educação básica? Terão a reposição de forma gradativa. Para isso, indicamos que a organização curricular seja revista. Um “currículo de transição” (SILVA, 2020) organizado pelo coletivo escolar, considerando as especificidades de cada escola, reúne chances de que sua implementação se dê de maneira exitosa. Propostas integradoras e interdisciplinares são muito bem-vindas. Há tempo defendemos que o “ensino em caixinhas”, com foco no conteúdo, tem que ser superado. Não seria esse o momento de tornar real esse propósito?

E como ficam os professores nesse período? Várias iniciativas podem ser incentivadas, assim como o efetivo e contínuo investimento na sua formação, mas sem torná-la obrigatória nem usá-la como dia letivo.

Escolas e professores podem estabelecer contato com estudantes e famílias para apoiar esse momento tão singular que estamos vivendo. Atividades podem ser realizadas e mediadas quando possível, com o uso de diferentes recursos. Tudo isso por meio de um planejamento cuidadoso e de muita atenção à saúde mental de crianças, jovens e adultos, não aumentando a ansiedade e a pressão propondo excesso de atividades.

Por último, recomendamos que, neste momento de enfrentamento da pandemia do coronavírus, não seja esquecida a autonomia pedagógica das escolas e dos seus docentes e que as ações das equipes gestoras sejam sempre respaldadas pela participação de professores, estudantes e seus pais/responsáveis.

Referências: 

BLOG DA BOITEMPO. O trabalho de educar numa sociedade sem futuro.Disponível em < https://blogdaboitempo.com.br/2020/06/05/o-trabalho-de-educar-numa-sociedade-sem-futuro/ > Acesso em 05 de junho de 2020.

CARLA, Maria. Mais de 120 mil estudantes da escola pública do DF não conseguem acessar a EaD. SINPRO-DF, 2020. Disponível em:  https://www.sinprodf.org.br/mais-de-100-mil-estudantes-da-escola-publica-do-df-nao-conseguem-ter-acesso-a-ead/>. Acesso em 01 de junho de 2020.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – CNE. Parecer nº 5, de 28 de abril de 2020. DOU. 28/04/2020. Categoria: Especial Coronavírus.

GDF. SEEDF. Plano de Validação das Atividades Pedagógicas não presenciais. Brasília, 2020. Disponível em: <http://www.se.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/06/Plano_de_Validacao_das_Atividades_Pedagogicas_nao_Presenciais_versão final.pdf>. Acesso em 15 de junho de 2020.

SILVA, Francisco Thiago. Currículo de Transição: uma saída para a educação pós pandemia. Revista EDUCAmazônia – Educação Sociedade e Meio Ambiente, Humaitá. Ano 13, Vol XXV, Núm 1, Jan-Jun, 2020, pág. 70-77.

TENENTE, Luiza. 30% dos domicílios no Brasil não têm acesso à internet; veja números que mostram dificuldades no ensino a distância. G1, 26/05/2020. Disponível em: <

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/05/26/66percent-dos-brasileiros-de-9-a-17-anos-nao-acessam-a-internet-em-ca sa-veja-numeros-que-mostram-dificuldades-no-ensino-a-distancia.ghtml>. Acesso em 26 de maio de 2020.

 

A formação de professores pós-pandemia: limites e possibilidades

Sílvia Lúcia Soares

A situação conflituosa e o cenário inimaginável, ora descortinado, fazem aflorar inúmeras incertezas em nossa trajetória pessoal e profissional. E essas dúvidas vão para muito além da questão em voga:   como retomar as atividades pedagógicas na escola após a pandemia?  No bojo dessa questão, surgem muitas outras necessidades. Uma coisa é certa: não voltaremos os mesmos. Nem nós, tampouco os estudantes. A crise nos modificou, alterou nossas prioridades e necessidades e gerou um panorama de indeterminação, inclusive em relação à formação dos profissionais da educação que, durante a crise, foram e estão requisitados a desempenhar tarefas para as quais não tiveram a devida formação.  E, a partir do experienciado, como se organizará, a partir de então, o processo de formação desse professor frente às novas demandas? Como deve ser reorganizada a dinâmica curricular e pedagógica nos cursos de formação? Como se dará o retorno do professor dos cursos de formação e do estudante às atividades pedagógicas? Com prosseguir com o processo de formação do educador?

 Primeiramente, temos que ser cuidadosos com o acolhimento do professor e do estudante em formação. Precisamos ser compreensíveis   e atentos às mudanças ocorridas no sujeito educativo e, nesse processo de transição, precisamos exercitar a escuta sensível e o olhar compreensivo. Nesse momento, o diálogo entre pares, a troca e a elaboração de projetos coletivos constituirão estratégias relevantes para a geração de novas possibilidades e alternativas de fazer e refazer as ações pedagógicas. No caso das licenciaturas, as reuniões pedagógicas com toda a equipe docente serão fundamentais para a reestruturação do trabalho do curso, de forma geral, e das disciplinas/áreas de formação, em particular.  Na verdade, não cabem mais isolamentos pedagógicos no campo da formação, seja ela inicial ou continuada. Posturas coletivas sempre foram necessárias, no entanto, agora, são urgentes!

Todavia, outros pontos exigem também nossa atenção na remodelação da formação, como por exemplo: a urgência do abandono do modelo tradicionalista das aulas dos cursos com a utilização, por meio de metodologias ativas e de processos de avaliação mais participativos. Os professores em formação têm vivenciado novas perspectivas de ensino e de aprendizagens. Com isso, apresentarão, a partir desse momento, novas exigências e outras reivindicações. Têm percebido que, em tempo de avanço tecnológico, a mídia pode ser uma ferramenta de grande valia no desenvolvimento de metodologias interativas e na efetivação de novos espaços pedagógicos. Certamente têm repensado os papeis dos sujeitos do processo de ensinar e aprender.

Necessário se torna o repensar dos tempos e espaços da formação, a organização da carga horária e a noção de presencialidade que o perpassa. Os tempos de emergência mostram que novas dinâmica são possíveis, por meio do ensino híbrido, que se constitui na da combinação de aulas presenciais e a utilização de ferramentas tecnológicas online em atividades online e offline.

Outro ponto a ser repensado refere-se à carga horária destinada ao estágio, componente curricular considerado como campo de conhecimento próprio que se consolida em um momento de investigação, reflexão e intervenção na realidade das escolas.  Sua organização em horas presenciais deve ser retomada, visto que a participação dos estudantes nas aulas remotas e em atividades online e offline podem e devem ser contabilizadas como atividade pedagógica da formação.

Por fim, diante do exposto, deixo alguns questionamentos para o desencadeamento da discussão e da reflexão a respeito do tema em questão: Quais seriam as alternativas possíveis para o redimensionamento e prosseguimento dos cursos de formação inicial e continuada dos professores, por ocasião do retorno às aulas?   

 

Professores e pandemia

JC Notícias – 22/05/2020

Em meio à rotina de aulas remotas, professores relatam ansiedade e sobrecarga de trabalho

Com jornadas duplas e até triplas, educadores das redes pública e privada enfrentam desafios técnicos e emocionais para cumprir seu ofício em tempos de pandemia

Em meio a uma pandemia que confinou um terço da humanidade em casa e criou novas dinâmicas de relações afetivas e profissionais virtuais, à distância, o ofício dos professores e educadores foi um dos que sofreu mudanças mais profundas. Tendo como instrumentos essenciais de seu trabalho o próprio corpo e a própria voz, eles agora têm como ferramentas imprescindíveis os celulares, computadores e redes sociais. Em meio à adaptação a essa nova forma de trabalho, eles enfrentam maiores responsabilidades e cobranças em suas tarefas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Península com 2.400 professores da educação básica de todo o Brasil, das redes privada e pública, desde a educação infantil até o ensino médio, incluindo diferentes modalidades como a EJA (Educação de Jovens e Adultos) mostrou que, desde o início da pandemia, esses profissionais relatam ansiedade perante as aulas remotas e sobrecarga de trabalho. “Eles tiveram que transformar toda a sua rotina, em jornadas duplas ou até triplas, se somarmos os trabalhos domésticos e a educação em casa dos próprios filhos”, explica Heloísa Morel, diretora do Instituto Península.

“Acabamos dando aula para as crianças, para os pais e para os coordenadores pedagógicos, somos a ponte entre todo o sistema escolar”, relata Mari Souza, professora do ensino básico em uma escola particular de Salvador. Em 21 anos de carreira na educação, esta é a primeira vez que ela perdeu o contato direto com seus alunos. Além da saudade das crianças, Mari lamenta os problemas técnicos que as aulas remotas acarretam. “Outro dia mesmo tinha uma aula por Skype, mas perdi a conexão. Agora, gasto mais tempo para preparar as aulas, porque o que antes era passado presencialmente, de modo mais fácil, tem que ser preparado em powerpoint, em outras linguagens”.

Leia na íntegra: El País Brasil

 

Avaliação e pandemia: a avaliação em foco

Educação e Pandemia: a avaliação em foco

Enílvia Rocha Morato Soares

Em entrevista ao periódico El País (apresentada ao final deste texto), Andreas Schleicher, diretor de Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e principal responsável pelo relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), aponta consequências do prolongado afastamento de crianças e adolescentes do ambiente escolar em função da crise do coronavírus, bem como para mudanças que deverão ser introduzidas nas escolas após o final do isolamento, visando dirimir os efeitos negativos decorrentes dessa ruptura.

Medidas adotadas na China e dificuldades enfrentadas na Espanha para o enfrentamento do problema, citadas pelo pesquisador para exemplificar suas ideias, potencializam preocupações diante do contexto brasileiro de avassaladoras desigualdades sociais e investimento em políticas que, se não as ignoram totalmente, desconsideram o fato de que esforços pessoais não são suficientes para superá-las. Na esteira dessa realidade caminha a educação. Distante de ser uma prioridade do atual governo e conduzida por ideais meritocráticos, desigualdades de aprendizagem tendem a se fortalecer com e a partir da quarentena, elitizando oportunidades de ascensão educacional e social. Continue lendo “Avaliação e pandemia: a avaliação em foco”

 

CNE aprova Parecer – III

 

CNE aprova Parecer – III

por Luiz Carlos de Freitas

Também a imprensa tem comentado a aprovação do Parecer do CNE no dia de ontem. O site da UOLeducação teve acesso ao texto e comenta aspectos do mesmo. O parecer reconhece, como dias letivos, os arranjos não presenciais que os sistemas fizerem para conectar-se às residências dos estudantes. Ainda estabelece que cabe aos Estados e Municípios […]

Leia mais deste post

Luiz Carlos de Freitas | 29/04/2020 às 9:35 AM | Tags: Pandemia | Categorias: Assuntos gerais | URL: https://wp.me/p2YYSH-7dD

 

Volta às aulas

Volta às aulas

 Por Rose Meire da Silva e Oliveira- pesquisadora do GEPA

 Seria ironia se não fosse verdade o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro no dia anterior ao aniversário da capital, noticiar a intenção de reabertura das escolas cívico-militares da rede pública de ensino, em meio à pandemia do novo coronavírus, a partir da próxima semana.

Considerando que as escolas de gestão compartilhada da SEEDF apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e encontram-se em áreas de maior vulnerabilidade social, por que expor os profissionais da educação e da segurança, professores, principalmente os estudantes e seus familiares, pais/responsáveis, avós e cuidadores que residem exatamente em locais tão precários?  Continue lendo “Volta às aulas”

 

Em tempos de pandemia: banalização da educação a distância?

Em tempos de pandemia: banalização da educação a distância?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

Professora emérita da UnB

No momento em que enfrentamos o Novo Coronavírus, receio que a educação a distância (ead) esteja sendo banalizada, pelos motivos que se seguem.

Em primeiro lugar, ela vem sendo praticada pelos sistemas de ensino e escolas com um grande número de estudantes e professores, sem terem passado por nenhuma ou quase nenhuma preparação. Em muitos casos, foi implantada repentinamente. Tenho lido e ouvido comentários a seu favor e contra, por pessoas envolvidas no processo. Um dos comentários positivos é a possibilidade de os estudantes darem continuidade às atividades escolares. Um dos negativos é a dificuldade das famílias de enfrentarem esse desafio.

Em segundo lugar, a preparação para o seu uso deveria envolver não somente os professores e coordenadores pedagógicos, mas, também, estudantes e pais. Os estudantes não têm o hábito de estudar sozinhos e nem sempre conseguem organizar seu tempo para o trabalho. Parte deles está acostumada a jogos online e a se comunicar com amigos e colegas, em situações divertidas. Estudar pela internet requer postura apropriada para isso. Não é brincadeira para passar o tempo. Quanto aos seus pais, estão sendo envolvidos em uma sistemática de trabalho para a qual não receberam orientações. Já li reclamações de alguns deles dizendo não terem tempo para acompanhar as atividades dos filhos, principalmente os mais jovens, ou por não saberem o que lhes caber fazer. Permanecem junto aos filhos enquanto trabalham ou os deixam “se virando”? E os que não conhecem a dinâmica da ead? E os que não têm ou não usam computador? E os que não têm internet? Continue lendo “Em tempos de pandemia: banalização da educação a distância?”

 

Pais,defendam seus filhos

Pais, defendam seus filhos

por Luiz Carlos de Freitas

O governo de São Paulo vai enviar apostilas para a casa dos estudantes e disponibilizar aulas que poderão ser assistidas pelo celular ou TV. Segundo a secretaria, “os pais receberão também uma carta com orientações sobre a organização de rotinas de estudo e como podem auxiliar as crianças nas tarefas.” Leia aqui. Os pais vão […]

Leia mais

Leia mais deste post

Luiz Carlos de Freitas | 04/04/2020 às 10:09 AM | Tags: Boa educação, Plataformas de aprendizagem on line, Segregação | Categorias: Assuntos gerais, Doria no Estado de SP, Saresp, Segregação/exclusão | URL: https://wp.me/p2YYSH-7ce