STF: legislação antigênero é inconstitucional por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas, em 30/05/2020

O atual governo tem duas grandes áreas de ataque à escola pública de gestão pública: a agenda neoliberal que visa desmontar e privatizar a educação; e a agenda conservadora, com dois braços principais: o movimento Escola Sem Partido e a militarização das escolas. Por enquanto os tribunais estão dando conta de segurar um dos braços […]

Leia mais deste post

 

JC Notícias – 29/05/2020

Ensino remoto de emergência durante a pandemia: nossas inúmeras carências e o som das entranhas das nossas crianças e jovens

Blog Ciência & Matemática, do jornal O Globo, publica artigo assinado por Débora Foguel, professora da UFRJ e conselheira da SBPC

No mês passado, escrevi aqui sobre as condições de acesso à internet e à laptop e computadores nos domicílios brasileiros das Classes A, B, C D e E para dar uma ideia ao leitor em cima de qual terreno se assentariam as tendas das “salas de aula a distância” no país durante e após a pandemia. No meu entender, aqueles números são eloquentes, e, hoje, depois de tantos já terem chamado nossa atenção para essas carências materiais, já deve estar claro para todos que existem muitos milhares de crianças e jovens brasileiros que seriam deixados pelo caminho, se da implantação dessa forma de ensino, sem medidas concomitantes para mitigar essas carências. Nas ausências dessas últimas, certamente, assistiríamos ao alargamento das nossas já imensas desigualdades educacionais e sociais instaurando um isolamento social e educacional ainda mais perverso – e quiçá irreversível-, para toda essa geração, em especial para aqueles que terão dificuldades de aprender nessas salas de aula a distância ou mesmo evadir delas.

Alguns autores têm preferido chamar esse tipo de ensino implementado às pressas e sem suporte técnico como “ensino remoto de emergência”, para deixar claro que o que estamos implementando não se equipara àquele ensino online feito sob supervisão que utiliza recursos e estratégias cuidadosamente planejadas. Aqui não comentarei sobre a eficácia desse último, até porque não tenho leitura suficiente para isso.

Alguns poderão falar que qualquer aula é melhor que aula nenhuma…Mas, talvez entre “qualquer aula e aula nenhuma” haja uma miríade de possibilidades, a serem exploradas pelos professores e pelos seus alunos.

Veja o texto na íntegra: Blog Ciência & Matemática/O Globo

 

JC Notícias – 29/05/2020

Sem parecer com orientações para educação na pandemia homologado, MEC deixa instituições à deriva

Atraso de um mês na assinatura do documento gera impasse do ensino básico ao superior

Um mês após a aprovação do parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) com diretrizes para a área durante a pandemia, o Ministério da Educação (MEC) ainda não homologou o documento, provocando insegurança nas redes de ensino.

O texto aprovado pelo CNE em 28 de abril traça parâmetros para reorganização do ano letivo 2020 e sugere iniciativas a serem adotadas nos diferentes níveis de ensino, da educação infantil ao ensino superior, para mitigar os danos da suspensão de aulas.

Veja o texto na íntegra: O Globo

O Globo não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.

 

Avaliação formativa e uso de provas: um descompasso?

Elisângela T. Gomes Dias

Publicado, pela primeira vez, em http://gepa-avaliacaoeducacional, em 2013

Com esse tipo de avaliação formativa nas escolas, sem ter prova, os alunos não ficarão despreparados para fazer concursos públicos ou vestibular por conta do ‘medo’ da prova?”  A pergunta foi dirigida à professora Benigna de Freitas Villas Boas, após sua fala sobre os desafios da avaliação na organização da escolaridade em ciclos, na aula inaugural do ano letivo de 2013 da Secretaria de Educação do DF. É possível percebermos alguns equívocos nesse questionamento e que são recorrentes quando se discute a necessidade de romper com a avaliação classificatória para dar espaço a práticas de avaliação formativa.

O primeiro é confundir avaliação com procedimentos de testagem. Muitas vezes o professor avalia para “dar notas”, “aprovar” ou “reprovar”. Avaliar para classificar, selecionar e excluir está tão impregnado na cultura escolar que reduz o ato de avaliar ao de medir. Mas “medir não é avaliar, ainda que avaliar suponha algum tipo de medida” (FREITAS, 2006, p. 90). Avaliação é um processo mais amplo e não se destina somente ao estudante. Seu propósito não pode ser selecionar, medir, julgar ou comparar, mas conhecer a realidade e o trabalho realizado para repensar, reorientar, replanejar, reorganizar, renovar e orientar a tomada de decisão.

O segundo equívoco é achar que a prova é um instrumento que não pode ser utilizado na perspectiva da avaliação formativa. O cerne da questão está no propósito e efeito, e não no instrumento utilizado. A prova pode ser útil, desde que os dados fornecidos sirvam para promover a aprendizagem do estudante e do professor. Isso acontece quando o objetivo é identificar o que cada estudante aprendeu e o que ainda é necessário fazer para que venha aprender, o que gera mudanças na organização do trabalho pedagógico. Além disso, o professor desenvolve estratégias de comunicação dos resultados que não se reduzem a uma nota, pois considera o feedback como elemento chave para a aprendizagem. Assim, a avaliação é voltada para o estudante e não para o conteúdo e há critérios claros e de conhecimento de todos, o que oportuniza a autoavaliação.

   O que defendemos é que o processo de avaliação ocorra de forma dinâmica, frequente, abrangente e interativa, considerando as especificidades de cada estudante e tomando cada um como referência. Para isso, é necessário que a avaliação seja versátil – não se efetivando sempre da mesma forma – e que o professor faça uso de instrumentos coerentes com o propósito de ensino. Portanto, a prova pode ser um bom recurso, mas não deve ser o único.

O último equívoco que destaco refere-se à função da avaliação. Seu propósito não pode ser o de “preparar o aluno para fazer vestibular e concurso público”. O estudante certamente não terá medo de realizar prova se tiver confiança em sua aprendizagem e se tiver desenvolvida a capacidade de se avaliar. O que a escola precisa assegurar é que as necessidades de cada um sejam atendidas durante o todo o processo e que a avaliação não seja uma ameaça para o seu avanço. Por isso a avaliação, formal e informal, deve ser encorajadora, contínua, integrada e cooperativa. Compreender a avaliação a partir dessa perspectiva é promover aprendizagens sólidas e fortalecer o trabalho coletivo. 

Referência:

FREITAS, L. C. de. A “progressão continuada” e a “democratização” do ensino. In: VILLAS BOAS (Org.). Avaliação: políticas e práticas. Campinas, SP: Ed. Papirus, 2006. 3ª ed. 

 
Projeto de Lei tenta regulamentar volta às aulas por Luiz Carlos de Freitas

PL 2949/2020 de Idilvan Alencar (PDT), apresentado hoje à Câmara dos Deputados, visa criar uma Estratégia para o Retorno às Aulas no âmbito do enfrentamento da pandemia do coronavírus (Covid-19), envolvendo a participação da União, Estados, o Distrito Federal e os Municípios. O PL determina que a “Estratégia para o Retorno às Aulas será constituída […]

Leia mais deste post

Luiz Carlos de Freitas | 28/05/2020 às 4:07 PM | Tags: Pandemia | Categorias: Assuntos gerais | URL: https://wp.me/p2YYSH-7gt

 

A formação de professores pós-pandemia: limites e possibilidades

Sílvia Lúcia Soares

A situação conflituosa e o cenário inimaginável, ora descortinado, fazem aflorar inúmeras incertezas em nossa trajetória pessoal e profissional. E essas dúvidas vão para muito além da questão em voga:   como retomar as atividades pedagógicas na escola após a pandemia?  No bojo dessa questão, surgem muitas outras necessidades. Uma coisa é certa: não voltaremos os mesmos. Nem nós, tampouco os estudantes. A crise nos modificou, alterou nossas prioridades e necessidades e gerou um panorama de indeterminação, inclusive em relação à formação dos profissionais da educação que, durante a crise, foram e estão requisitados a desempenhar tarefas para as quais não tiveram a devida formação.  E, a partir do experienciado, como se organizará, a partir de então, o processo de formação desse professor frente às novas demandas? Como deve ser reorganizada a dinâmica curricular e pedagógica nos cursos de formação? Como se dará o retorno do professor dos cursos de formação e do estudante às atividades pedagógicas? Com prosseguir com o processo de formação do educador?

 Primeiramente, temos que ser cuidadosos com o acolhimento do professor e do estudante em formação. Precisamos ser compreensíveis   e atentos às mudanças ocorridas no sujeito educativo e, nesse processo de transição, precisamos exercitar a escuta sensível e o olhar compreensivo. Nesse momento, o diálogo entre pares, a troca e a elaboração de projetos coletivos constituirão estratégias relevantes para a geração de novas possibilidades e alternativas de fazer e refazer as ações pedagógicas. No caso das licenciaturas, as reuniões pedagógicas com toda a equipe docente serão fundamentais para a reestruturação do trabalho do curso, de forma geral, e das disciplinas/áreas de formação, em particular.  Na verdade, não cabem mais isolamentos pedagógicos no campo da formação, seja ela inicial ou continuada. Posturas coletivas sempre foram necessárias, no entanto, agora, são urgentes!

Todavia, outros pontos exigem também nossa atenção na remodelação da formação, como por exemplo: a urgência do abandono do modelo tradicionalista das aulas dos cursos com a utilização, por meio de metodologias ativas e de processos de avaliação mais participativos. Os professores em formação têm vivenciado novas perspectivas de ensino e de aprendizagens. Com isso, apresentarão, a partir desse momento, novas exigências e outras reivindicações. Têm percebido que, em tempo de avanço tecnológico, a mídia pode ser uma ferramenta de grande valia no desenvolvimento de metodologias interativas e na efetivação de novos espaços pedagógicos. Certamente têm repensado os papeis dos sujeitos do processo de ensinar e aprender.

Necessário se torna o repensar dos tempos e espaços da formação, a organização da carga horária e a noção de presencialidade que o perpassa. Os tempos de emergência mostram que novas dinâmica são possíveis, por meio do ensino híbrido, que se constitui na da combinação de aulas presenciais e a utilização de ferramentas tecnológicas online em atividades online e offline.

Outro ponto a ser repensado refere-se à carga horária destinada ao estágio, componente curricular considerado como campo de conhecimento próprio que se consolida em um momento de investigação, reflexão e intervenção na realidade das escolas.  Sua organização em horas presenciais deve ser retomada, visto que a participação dos estudantes nas aulas remotas e em atividades online e offline podem e devem ser contabilizadas como atividade pedagógica da formação.

Por fim, diante do exposto, deixo alguns questionamentos para o desencadeamento da discussão e da reflexão a respeito do tema em questão: Quais seriam as alternativas possíveis para o redimensionamento e prosseguimento dos cursos de formação inicial e continuada dos professores, por ocasião do retorno às aulas?   

 

E agora, José?

Sílvia Lúcia Soares

A escolha do título não se deu por acaso. Lembrei, propositalmente, de José, o personagem do poema de Carlos Drummond de Andrade, grande poeta brasileiro, nascido em Itabira, Minas Gerais. A meu ver, José apresenta-se como um sujeito assustado, carregado de emoções contraditórias e sem enxergar, no imediato, uma solução para a situação na qual se encontra. Assim como ele, convivemos, hoje, com o medo e com diversas angústias que afloram no movimento desenfreado e insano da realidade.  Como o cenário muda, assim, nessa rapidez tão estúpida e assustadora? Como nossas certezas, concepções e conceitos  podem  ter sido abalados em tão pouco tempo? E a solidez do futuro? O que se percebe é que são exigidas de nós  novas compreensões e ressignificações imediatas e urgentes.  Nessa confusão do cenário desconfortante, inúmeras contradições emergem e configuram-se numa realidade mesclada de contradições entre o velho e o novo, o lucro e a vida, os interesses sociais e os políticos, o individual e o coletivo, a morte e a vida, a solidariedade e o egoísmo, entre tantos outras.

Na verdade, não estamos simplesmente vivendo uma época de mudanças aceleradas,  mas um tempo de reconceituação  dos sentidos  da  dimensão   do humano e da humanidade. Como nos diz Freire (1987, p. 21): “os homens são porque são em uma situação. E serão mais, quanto mais não apenas refletirem criticamente sobre sua existência, mas atuarem criticamente sobre ela”. Mas como agir envolto em meio a esse turbilhão de dúvidas e incertezas?

A única possível certeza é que, apesar de ainda não termos conseguido entender o acelerado e agudo processo de transformação, admitimos que nossas evidências foram abaladas e nossas convicções estremecidas. E nesse vaivém de contrapontos, em que rapidamente temos de nos recolocar, centramos mais especificamente nossa atenção à instituição escola. Sabemos da organização, função social e a manutenção histórica e rígida de sua estrutura, no entanto, frente ao conjunto de circunstâncias a que teve de se adaptar em tempo de pandemia, como se dará sua organização pedagógica a partir de então?  Mas atenção, necessário se faz, deixar claro para vocês que não tenho resposta para essa inquietação. Todavia,  gostaria imensamente de dividir essas e outras indagações, como também  propor buscarmos juntos algumas  possíveis possibilidades e alternativas de respostas para essa e algumas outras questões. Esclareço, portanto, não serem elas  parte de algum questionário, mas apenas pretexto para o início de uma coletiva e produtiva prosa pedagógica. Vamos lá: tendo como ponto de partida o vivido, o lido e o sentido,  como você acha que será a instituição escola pós-pandemia? Observamos que na organização e realização das aulas remotas foi dada muita ênfase ao ensino. Como ficam as aprendizagens, nesse contexto? E a avaliação, qual  a função por ela desempenhada?  Como organizar o trabalho pedagógico da escola para atender às demandas estimuladas pelo uso de tecnologias e de metodologias mais participativas?

 

66% dos brasileiros de 9 a 17 anos não acessam a internet em casa; veja números que mostram dificuldades no ensino a distância

Formação deficitária de professores, falta de equipamentos tecnológicos e condições precárias de saneamento básico são barreiras para educação remota durante a pandemia. Pesquisas do IBGE e do Cetic comprovam obstáculos

Desde que as aulas presenciais foram suspensas, por causa da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), as redes de ensino buscam alternativas de educação remota. Pesquisas mostram, no entanto, que há obstáculos para o ensino à distância, principalmente pelas limitações de acesso a tecnologias.

Entre crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, 66% não se conectam à internet em ambientes privados – seja na própria residência ou na de amigos e familiares.

Veja o texto na íntegra: G1

 
UFSCAR : 42% de alunos sem condições de ensino remoto por Luiz Carlos de Freitas, no blog do Freitas

Pesquisa conduzida na UFSCAR campus Sorocaba, sob responsabilidade dos professores Marcos Francisco Martins; Luciana Cristina Salvatti Coutinho e Maria Carla Corrochano mostra que 41,86% dos estudantes daquela região metropolitana não estão aptos para o trabalho remoto por problemas estruturais e psicopedagógicos. O documento ainda apresenta 25 medidas de implementação tanto imediata como também para quando […]

Leia mais deste post

Luiz Carlos de Freitas | 26/05/2020 às 9:02 AM | Tags: Pandemia, Plataformas de aprendizagem on line, política com evidência, Segregação | Categorias: Assuntos gerais, Segregação/exclusão | URL: https://wp.me/p2YYSH-7gj

 

Professores e pandemia

JC Notícias – 22/05/2020

Em meio à rotina de aulas remotas, professores relatam ansiedade e sobrecarga de trabalho

Com jornadas duplas e até triplas, educadores das redes pública e privada enfrentam desafios técnicos e emocionais para cumprir seu ofício em tempos de pandemia

Em meio a uma pandemia que confinou um terço da humanidade em casa e criou novas dinâmicas de relações afetivas e profissionais virtuais, à distância, o ofício dos professores e educadores foi um dos que sofreu mudanças mais profundas. Tendo como instrumentos essenciais de seu trabalho o próprio corpo e a própria voz, eles agora têm como ferramentas imprescindíveis os celulares, computadores e redes sociais. Em meio à adaptação a essa nova forma de trabalho, eles enfrentam maiores responsabilidades e cobranças em suas tarefas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Península com 2.400 professores da educação básica de todo o Brasil, das redes privada e pública, desde a educação infantil até o ensino médio, incluindo diferentes modalidades como a EJA (Educação de Jovens e Adultos) mostrou que, desde o início da pandemia, esses profissionais relatam ansiedade perante as aulas remotas e sobrecarga de trabalho. “Eles tiveram que transformar toda a sua rotina, em jornadas duplas ou até triplas, se somarmos os trabalhos domésticos e a educação em casa dos próprios filhos”, explica Heloísa Morel, diretora do Instituto Península.

“Acabamos dando aula para as crianças, para os pais e para os coordenadores pedagógicos, somos a ponte entre todo o sistema escolar”, relata Mari Souza, professora do ensino básico em uma escola particular de Salvador. Em 21 anos de carreira na educação, esta é a primeira vez que ela perdeu o contato direto com seus alunos. Além da saudade das crianças, Mari lamenta os problemas técnicos que as aulas remotas acarretam. “Outro dia mesmo tinha uma aula por Skype, mas perdi a conexão. Agora, gasto mais tempo para preparar as aulas, porque o que antes era passado presencialmente, de modo mais fácil, tem que ser preparado em powerpoint, em outras linguagens”.

Leia na íntegra: El País Brasil