RONDÔNIA: ENSINO MÉDIO “ON LINE”

Iniciativa preocupante. O ensino médio requer ações que o fortaleçam e levem em conta as necessidades de estudantes e professores

 

Rondônia: ensino médio “on line”

Publicado em 24/01/2016 por Luiz Carlos de Freitas

Em 2013, Deputada do PT propôs projeto para implantar ensino médio com mediação tecnológica em Rondônia. Neste ano de 2016, o programa terá início. A proposta é chamada de “ensino médio presencial com mediação tecnológica”, ou seja, os alunos têm que se dirigir até uma determinada sala de aula onde assistem às transmissões. Assistidas as aulas, eles podem fazer perguntas. Cada aluno tem direito a fazer três perguntas que serão encaminhadas à Secretaria de Educação para serem respondidas. Em 2013, quando era também Ministro da Educação, Mercadante andou por lá apoiando a iniciativa. Continue lendo “RONDÔNIA: ENSINO MÉDIO “ON LINE””

 

HÁ MUITA RESISTÊNCIA EM APOIAR A EDUCAÇÃO BÁSICA, DIZ RENATO JANINE

‘Há muita resistência em apoiar a educação básica’, diz Renato Janine

Nexo

  • Kaluan Bernardo(atualizado 21/Jan 14h26) Foto: José Cruz/Agência Brasil
  •  A passagem de Janine pelo cargo durou pouco a fim de que Dilma, em meio a uma crise política, reacomodasse os aliados na Esplanada dos Ministérios. Dessa forma, Aloizio Mercadante voltou à cadeira da Educação, que já havia ocupado anteriormente.
  • Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), publicado em 2014 mas com dados de 2011, mostra que, no Brasil, um aluno de ensino superior recebia quatro vezes mais investimento do que um de ensino fundamental. O ex-ministro também comentou a Base Curricular Nacional Comum, uma proposta de unificar o currículo educacional no Brasil. Segundo críticos, entre eles Janine, o documento tem falhas “ideológicas” no ensino de História. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:  Renato Janine Ribeiro. Essa resistência vem justamente de grupos que se dizem de esquerda, o que é ainda mais paradoxal. A educação básica é a que mais traz benefícios sociais. O problema do ensino superior é que ele é muito fácil de privatizar. As pessoas consideram o diploma universitário como um bem privado para fazer uso como quiserem sem sentirem dívida com o país.  De forma prática, como você pretendia mudar esse cenário?  Em um momento de crise econômica você tem que fazer o melhor rendimento possível do dinheiro que tem. É necessário economizar nos mais variados itens e motivar os mais diferentes parques de universidades e institutos federais para a educação.  É preciso pegar esses que não estão sendo alfabetizados e garantir que esse número de analfabetos caia muito. Quando resolvermos isso, aí puxamos a prioridade para as crianças entre zero e três anos, que é quando se forma a maior parte das sinapses. A criança que até os três anos não teve incentivos bons e educacionais não irá ter o mesmo nível de desenvolvimento de quem teve essas condições de educação. O governo, quando teve recursos para isso, e teve durante dez a doze anos, interveio em todas as faixas: da educação infantil ao pós-doutorado. Para Janine, houve inclusão, mas qualidade não foi na mesma direção .Como você avalia esses 12 anos de interferência. Os resultados ficaram aquém do que poderiam? Em 12 anos houve um avanço significativo na inclusão. Praticamente todos os alunos do ensino fundamental estão na escola. É quase universal. No caso do ensino infantil a proporção de alunos é alta. Já no ensino médio é menor, mas a evasão é muito grande. O governo também investiu muito em questões que são de suporte, como alimentação e permanência. Haviam escolas até que não tinham banheiro e o governo federal interveio construindo. Ao mesmo tempo, o Brasil é um dos países da OCDE que investe maior porcentagem do PIB na educação. Proporcionalmente, colocamos uma parte do PIB maior do que vários países da OCDE, como a Alemanha, que têm índices de educação melhores que o nosso. Só que o PIB per capita deles é mais alto. Para melhorar a educação, estamos condenados a crescer economicamente. E batemos em um problema sério. Como a economia começou a recuar, o investimento na educação também diminuiu. Há problema de gestão nas universidades. Você tem instituições federais que têm gestão muito ruins. A Universidade Federal do Rio de Janeiro é famosa por isso. Ela gasta muito sem critério. Há toda uma série de vícios do sistema que devem ser reduzidos.
  • Renato Janine Ribeiro – Há outros problemas. O ministro Mercadante atentou que no currículo de português não há gramática. Meu receio é que, tornando mais fácil o aprendizado, ou adequando-o muito às modas do momento, acaba deixando as pessoas muito limitadas.
  • Renato Janine Ribeiro – Você não pode negar a escravidão e seu caráter opressivo e odioso. Mas varia como o aluno irá entender tudo isso. Ele deve ser encorajado e capacitado a procurar suas interpretações. Isso não quer dizer que todas sejam iguais. Vamos pegar um caso específico da Física: Criacionismo não é ciência. Não é para ser ensinado nas escolas; lá só deve se ensinar o que é ciência.
  • Renato Janine Ribeiro. O professor precisa abrir espaço para o aluno ter visões de todos os lados e ter seu pensamento próprio. Não se trata de deixar cada um achar o que quer, precisa pensar. Escola é lugar de pensar. Isso é muito diferente de cada um continuar com seus preconceitos anteriores. Os alunos têm que vencer preconceitos e aprenderem lidar com a realidade.
  • Renato Janine Ribeiro – Esse assunto foi superestimado. É um entre muitos da escola e acabou virando “O” grande assunto. Grupos considerados de esquerda quiseram colocar a discussão de gênero no Plano Nacional de Educação e, como isso não iria passar, o presidente da comissão de educação, o deputado Chalita, propôs uma formulação que satisfaria todos, que é o combate a todos os preconceitos. Por um grande erro de todos os setores que defendiam a discussão de gênero, quiseram manter o princípio e perderam o voto. A interpretação que o Chalita deu, que o governo dá e que a lei diz é que todo e qualquer preconceito é ilícito, inclusive o de gênero. Todos são todos. Frente a tudo isso que discutimos, como você avalia o episódio das ocupações das escolas em São Paulo contra a proposta de reorganização escolar? Qual o marco que fica?Penso que o governo do estado tinha duas medidas que podem ser corretas. Por um lado estabelecer a distinção etária em grupos escolares pode se justificar porque facilita a gestão e permite que o diretor foque em questões essenciais, como o aprendizado. Você ter escola com pessoas de seis a 17 anos é difícil. A medida não é errada. Também não é errado juntar salas e escolas. Espero que em 2016 tenha mais aprendizado e discussões. Que corrijam erros e não deixem nenhuma criança em escola afastada. O erro gigantesco foi na aplicação. Várias escolas que iam ser fechadas não deveriam ser fechadas. A reorganização escolar podia ser uma grande oportunidade de mobilizar a juventude. Como o governo não o fez, a juventude fez por si. Resta saber se no ano seguinte o movimento deixará legado ou se será um fogo de palha. A manifestação de 2013 foi fogo de palha, não deixou nenhum líder, nada.
  • Renato Janine Ribeiro – Como você analisa a continuidade do Mercadante? Mercadante manteve praticamente toda a equipe e projetos. Penso que o fato de ele ter um respaldo político muito forte no Planalto favorece a área. No entanto, é importante fazer uma distinção importante entre o que aconteceu na Saúde e na Educação: na Saúde, saiu um médico de alta qualidade, o Arthur Chioro, e que foi substituído por um político. No caso da Educação, eu não tive nenhum pedido de loteamento político. E o Mercadante também não está fazendo nenhum loteamento. O MEC está sendo preservado. Nesse sentido, não tenho nenhuma crítica. Renato Janine Ribeiro

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CICLOS PARA AS APRENDIZAGENS NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO DF: DESAFIOS PARA OS ANOS FINAIS

CICLOS PARA AS APRENDIZAGENS NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL: DESAFIO PARA OS ANOS FINAIS

Erisevelton Silva Lima

Doutor em Educação pela UnB, atualmente é Diretor de Formação Continuada, Pesquisa e Desenvolvimento Profissional na EAPE/SEDF

 

A formação dos professores, a organização secular da escola, os normativos que distribuem ou regulam a forma como a escola funciona são elementos pautados na lógica da seriação. Refazer este caminho vai requerer de todos os atores a compreensão de que outra lógica será erguida no lugar dessa que veio pensada desde o século XVIII. A escola passa pela necessidade de criação e recriação de outras estruturas (pedagógica e administrativa) que possibilitem nova forma de pensar, fazer e avaliar a educação das crianças, jovens e adultos. Continue lendo “CICLOS PARA AS APRENDIZAGENS NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO DF: DESAFIOS PARA OS ANOS FINAIS”

 

PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Primavera estudantil

Todos pela educação

18 de dezembro de 2015

Tentativa de reorganização escolar produziu efeito inesperado e deu um nó na gestão pública

Pricilla Kesley/Todos Pela Educação

Bruna Rodrigues, Mariana Mandelli e Pricilla Kesley Mal planejada, mal debatida e mal comunicada, a reorganização da rede escolar proposta pelo governo estadual de São Paulo acabou por atingir um objetivo que certamente não estava previsto por técnicos da secretaria, mas que especialistas em Educação vêm aconselhando há um bom tempo: o incentivo ao protagonismo juvenil. Ao ocupar 205 escolas estaduais (segundo o Sindicato do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), os estudantes secundaristas pareciam estar se livrando de mordaças. A garotada mostrou que quer e pode fazer parte da gestão escolar da rede. Meninos e meninas revelaram que entendem perfeitamente o conceito de instituição pública, deram aulas de administração e de mobilização e ainda forneceram dicas explícitas a quem planeja o ensino, sobre qual é o tipo de Educação que fará aumentar o interesse de todos pela escola.   Continue lendo “PROTAGONISMO ESTUDANTIL”

 

ANPED E ABdC criticam Base Nacional Comum Curricular

ANPED e ABdC criticam base comum

Publicado em 08/12/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

A Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação e a Associação Brasileira de Curriculum divulgaram posicionamento sobre a base nacional comum em desenvolvimento, enviando ofício ao Conselho Nacional de Educação, órgão que deverá examinar os trabalhos que estão sendo feitos pela Secretaria de Educação Básica do MEC.

Baixe o documento aqui.

 

 

 

A AVALIAÇÃO PODE CONTRIBUIR PARA A FORMAÇÃO DA CIDADANIA?

A AVALIAÇÃO PODE CONTRIBUIR PARA A FORMAÇÃO DA CIDADANIA?

Benigna Maria de Freitas Villas Boas

A avaliação pode e deve contribuir para a formação da cidadania. Porém, é preciso analisar que tipo de cidadão está sendo formado por meios das ações educativas: o subserviente, que tudo acata, sem questionamento, ou o que luta por seus direitos? Ontem me foi relatada uma situação preocupante: um/a professor/a de uma disciplina da área de Matemática, de uma renomada universidade, aplicará amanhã (dia 30/11/2015) a terceira e última prova do semestre. Contudo, fui informada que os estudantes não conhecem as notas das duas primeiras provas. Justificativa: o/a docente entende ser esta a forma de eles serem obrigados a estudar. Quem obteve nota alta inicialmente poderá não se esforçar por mantê-la. Continue lendo “A AVALIAÇÃO PODE CONTRIBUIR PARA A FORMAÇÃO DA CIDADANIA?”

 

A CULTURA DA VALORIZAÇÃO DA NOTA E DO “PASSAR DE ANO”

A CULTURA DA VALORIZAÇÃO DA NOTA E DO “PASSAR DE ANO”

Opinião: Aulas-fantasmas

Todos pela Educação – 25 de novembro de 2015

“ONG vai denunciar casos de alunos que ganharam notas no boletim mesmo sem terem tido professores em algumas disciplinas”, afirma Antônio Gois

Fonte: O Globo (RJ)

 

“Estudei na instituição de ensino público escola estadual Zilton Bicudo [em Franco da Rocha-SP]. Não tive aulas, por mais de cinco meses, de ciências, geografia e português. Isto ocorreu nas séries 8ª, 7ª e 6ª. Neste ano [já em outra escola estadual paulista], ocorreu a greve e ficamos quatro meses sem aulas de biologia, história, física, química, educação física, geografia e inglês. Tive notas forjadas no boletim, pois os professores não queriam ter problemas.” Continue lendo “A CULTURA DA VALORIZAÇÃO DA NOTA E DO “PASSAR DE ANO””

 

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: NÓ GÓRDIO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA?

Base Nacional Comum Curricular: nó górdio da educação brasileira?

Editorial do site Pensar a Educação

Quem acompanha com atenção o debate público sobre educação no Brasil percebe que a discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tomou vulto de maior problema, ou maior questão a ser enfrentada e disputada por todos aqueles que defendem uma educação pública de qualidade no País. A elaboração da BNCC, determinada pelo  Plano Nacional de Educação, extrapolou o restrito reduto do MEC e dos especialistas em educação, e tem mobilizado de forma crescente sujeitos posicionados nos mais diversos movimentos e espectros político-ideológicos.

Só aos desavisados esse parece ser mais um capítulo de nossa velha tradição jurídica e legislativa (e popular!) que nos induz a pensar que, no Brasil, certas leis pegam e outras não. Esse contexto demonstra, isso sim, que, mais uma vez, o cumprimento ou não da lei – sim, é do cumprimento do PNE, e, portanto, de uma lei de que se fala! – é sempre objeto e resultado de um jogo de forças por meio do qual os sujeitos buscam modificar ou manter uma dada situação social, política e, neste caso, educacional. Continue lendo “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: NÓ GÓRDIO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA?”

 

SOBRAL: O “FEIJÃO COM ARROZ” DE VEVEU DO PT

Sobral: o “feijão com arroz” de Veveu do PT

Publicado em 16/11/2015 por Luiz Carlos de Freitas no blog do Freitas

O Brasil deverá passar pelo encantamento com índices de desempenho dos estudantes pelo qual outros países já passaram. Quando o índice baixar, isso será caracterizado como um caos. Quando subir será considerado melhoria da qualidade da educação. De fato, eles não são nem uma coisa, nem outra. Mas até que aprendamos isso, muita gente vai ganhar rios de dinheiro vendendo soluções mágicas para os índices baixos subirem.

O caso do “efeito demonstração Sobral” no Ceará é ilustrativo. Ele é muito parecido com o papel que o Texas cumpriu nos Estados Unidos, conhecido como “milagre do Texas”. Era o governo Bush (filho) que estava à época naquele Estado. Tendo implantado políticas de responsabilização do tipo que foram aplicadas em Sobral, o Estado melhorava nos índices. Esta melhora de índice foi vendida para o Congresso (neste momento Bush já era Presidente) como “melhoria da qualidade da educação” e como uma solução que poderia ser aplicada para todos os Estados americanos. Aí nasceu a fracassada lei de responsabilidade educacional americana em 2001. Seu Secretário de Educação no Texas, virou Ministro da Educação. Continue lendo “SOBRAL: O “FEIJÃO COM ARROZ” DE VEVEU DO PT”

 

BECOMING A TEACHER IN THE AGE OF REFORMATION

Becoming a Teacher in the Age of Reformation

Posted: 02 Nov 2015 03:14 PM PST

Susan M. Tran is a young, second generation Vietnamese-American woman who completed a Bachelors degree in Spanish at the University of Colorado Boulder in 2010. She will soon complete a masters program and be certified as an elementary school teacher at the University of Northern Colorado. Susan is mature and intelligent; she recognized early in her career that becoming a teacher in the Age of Reformation is forcing idealistic young teachers to resolve contradictions — contradictions between 1) messages from reformers who believe that teaching is a low level trade that has no right to organize on its own behalf and for which six weeks of indoctrination are adequate training, and 2) messages from university-based teacher trainers who believe that good teaching is rooted in children’s unique interests and capabilities and treats them as individuals, not as replicates of a governmentally defined template. Continue lendo “BECOMING A TEACHER IN THE AGE OF REFORMATION”