Só 19% se formam na educação básica na idade certa e com a aprendizagem suficiente

JC Notícias – 28/05/2024

Novo índice evidencia também a enorme desigualdade educacional do Brasil; os formados com qualidade minimamente satisfatória vão de 6,5%, no Amapá, a 27%, em SP

Um novo índice joga luz no drama educacional brasileiro: apenas 2 de cada 10 (ou 19%) dos jovens do país se formam no ensino médio na idade certa e com o aprendizado considerado suficiente.

Os dados evidenciam também a enorme desigualdade do país, com os piores desempenhos educacionais concentrados nas regiões Norte e Nordeste.

A taxa dos que se formam com a aprendizagem suficiente varia de 6,5%, no Amapá, estado com o pior desempenho, a 27%, em São Paulo, que tem a melhor performance. Ou seja, mesmo a educação paulista, líder no ranking, não forma nem um terço dos jovens na idade correta e com a aprendizagem minimamente satisfatória.

Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo

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Entidades da Educação repudiam militarização de escolas em São Paulo

JC Notícias – 27/05/2024

Além de sinalizarem riscos inerentes à proposta, como a transposição de princípios que regem a área de segurança para a escola, as organizações que assinam a nota criticam a violenta repressão praticada pela polícia contra estudantes que queriam acompanhar a votação na Assembleia Legislativa paulista

Um grupo de entidades da área da educação, entre elas a ANPEd, divulgou uma nota contrapondo-se à aprovação do projeto de lei que institui as escolas cívico-militares na rede estadual de ensino de São Paulo, na última terça-feira (21/5).

Além de sinalizarem riscos inerentes à proposta, como a transposição de princípios que regem a área de segurança para a escola, as organizações que assinam a nota criticam a violenta repressão praticada pela polícia contra estudantes que queriam acompanhar a votação na Assembleia Legislativa paulista.

Leia a nota a seguir ou baixe o documento:

NOTA DAS ENTIDADES CONTRA O PROGRAMA DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES DE SÃO PAULO

As entidades abaixo assinadas repudiam e comunicam sua indignação com a aprovação do PL que cria escolas cívico-militares na rede estadual de São Paulo.

A medida, além de ineficaz para a melhoria da educação, conforme demonstram análises e pesquisas sobre a implementação desse tipo de programa em outros estados, transpõe para o ambiente escolar princípios que regem a área da segurança e as corporações militares, criando uma ilusão de segurança e disciplina.

No entanto, o que se observa com a militarização é o controle sobre e as/os estudantes, impendindo-as/os de expressarem suas identidades étnico-culturais e suas organizações. Controle que se estende às/aos profissionais da educação, limitando a liberdade de cátedra. Contraria, portanto, os princípios constitucionais que regem a educação brasileira, os quais preconizam o direito à educação para todas/os em condições de igualdade de acesso e permanência na escola, liberdade de aprender e ensinar, pluralismo de ideias e a valorização das/os profissionais das escolas.

Também são questionáveis as motivações citadas pelo secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, para justificar a proposta – o “enfrentamento da violência” e a “promoção da cultura de paz” –, bem como a adoção do “índice de vulnerabilidade social” como critério de seleção das escolas candidatas ao programa. Essas justificativas sinalizam para o direcionamento da iniciativa às escolas das regiões periféricas, podendo reforçar os estigmas e preconceitos que envolvem as comunidades vulneráveis.

Com mais esta medida, que abandona os objetivos de melhoria da qualidade da educação em troca de um discurso populista e ineficiente, se implementadas as escolas cívico-militares apenas aumentarão a exclusão escolar, a violência e a desvalorização de duas categorias profissionais: de um lado, perdem os profissionais da educação pública que perderão recursos, que deveriam ser destinados exclusivamente a sua valorização e para despesas que possam melhorar a formação ofertada pelas escolas. De outro, também perdem os policiais militares da reserva que, ao invés de serem valorizados com salário e condições dignas de trabalho quando estão na ativa, são iludidos com desvio de função, do trabalho precário/”bico”, além de assumirem responsabilidades para as quais não possuem qualquer preparo.

A educação pública brasileira tem uma história e merece respeito! Além disso, senhor governador e secretário de educação exigimos apuração e providências quanto à força excessiva e violência que marcaram a atuação da polícia na Assembleia Legislativa durante a votação da lei que deu origem ao programa de escolas cívico-militares.

Assinam:

  1. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd
  2. Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais – ABECS
  3. Associação Nacional de Política e Administração da Educação – ANPAE
  4. Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – ANFOPE
  5. Associação Brasileira de Currículo – ABdC
  6. Associação Brasileira de Ensino de Biologia – SBEnBio
  7. Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação – Fineduca
  8. Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências – Abrapec
  9. Adufscar Seção Sindical – ANDES SN
  10. Associação dos Docentes da UNIFESP – ADUNIFESP- Seção Sindical
  11. Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial – ABPEE
  12. Campanha Nacional pelo Direito à Educação – Campanha
  13. CAJUEIRO – Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude
  14. Centro de Estudos Educação e Sociedade – CEDES
  15. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
  16. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE
  17. Fórum Nacional de Diretores de Faculdades, Centros de Educação ou Equivalentes das Universidades Públicas Brasileiras – FORUMDIR
  18. Fórum Nacional de Coordenadores Institucionais dos Programas Pibid e Residência Pedagógica – Forpibid-rp
  19. Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico – PROIFES-Federação
  20. Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional – GREPPE
  21. Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais e Juventude – GEPEJ/UFG
  22. Observatório do Ensino Médio da UFPR
  23. Observatório Juventudes na Contemporaneidade
  24. Rede Nacional EMPesquisa
  25. Rede Nacional de Pesquisa sobre Militarização da Educação – RePME
  26. Rede Escola Pública e Universidade – REPU
  27. Sindicato de Trabalhadores das Universidades Federais do ABC – SinTUFABC
  28. Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES – SN
  29. Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE / SP)
  30. Sociedade Brasileira do Ensino de Química – SBEnQ

Anped

 

Militarização de escolas põe São Paulo na retaguarda do atraso

JC Notícias – 24/05/2024

“Entregar educação a PMs da reserva é desistir de criticidade e inovação”, comentam Salomão Ximenes, professor da UFABC, Catarina de Almeida Santos, professora da UnB e coordenadora da Rede Nacional de Pesquisa sobre Militarização da Educação (REPME), e Miriam Fábia Alves, presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), em artigo para a Folha de S. Paulo

Quem acompanha o debate de políticas educacionais no país sabe bem das dificuldades do consenso quanto aos rumos da educação, decorrente da pluralidade de concepções possíveis sobre os objetivos da escola e sobre os meios de realizá-los.

Apesar da legislação estabelecer as balizas, há uma miríade de interpretações sobre o que significam “qualidade”, “gestão democrática”, “avaliação” etc. A crítica à crescente militarização da educação básica é um fato raro, pois tem sido capaz de formar consenso no campo, reunindo de um mesmo lado entidades científicas, organizações sindicais e estudantis, filantropia empresarial, ONGs, pesquisadores e educadores que parecem discordar sobre todo o resto.

Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo

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Retratos do atraso educacional no Censo

JC Notícias – 20/05/2024

Taxa de analfabetismo brasileira em 2022 é superior à dos Estados Unidos em 1920 e igual à de Uruguai e Argentina em 1970. E ainda temos o desafio do analfabetismo funcional”, comenta o colunista do jornal O Globo, Antônio Gois

O fato de o IBGE ainda divulgar, em 2024, taxas de analfabetismo adulto no Brasil já é um demonstrativo de nosso atraso. Os dados do Censo 2022, divulgados na sexta-feira, mostram que 7% dos brasileiros com 15 anos ou mais não sabem ler e escrever um simples bilhete. Em perspectiva histórica, nossa defasagem é gritante. Os Estados Unidos, por exemplo, registravam em 1920, segundo o Centro Nacional de Estatísticas Educacionais (equivalente ao nosso Inep), um percentual de 6% de analfabetos. A partir de 1980, quando as taxas por lá ficaram inferiores a 1%, o foco nas divulgações passou a ser no analfabetismo funcional.

De acordo com o site Our World in Data, os 7% do Brasil atual foram verificados em 1970 na Argentina e no Uruguai. Uma base de dados da Harvard Business School mostra que a Coreia do Sul, que teve impressionante avanço no século passado, já em 1980 apresentava taxa inferior à do Brasil de 2022. De acordo com a mesma fonte, na França a barreira dos 7% foi ultrapassada entre 1920 e 1925. Em resumo, são 100 anos de atraso em relação aos EUA e França, 50 anos comparados a Uruguai e Argentina, e 40 ante a Coreia do Sul.

No caso brasileiro, o analfabetismo adulto está concentrado nas populações idosas. Na faixa de 65 anos ou mais, por exemplo, vai a 20%. Mas é preocupante constatar certa inércia demográfica nesse indicador, pois o principal motor de queda na taxa é meramente um efeito de substituição de uma geração mais velha por outra mais nova, e não o fato de mais adultos estarem aprendendo a ler e escrever.

Veja o texto na íntegra: O Globo

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Papel do professor no ensino superior cresce e influencia seleção de faculdade

JC Notícias – 20/05/2024

Para 97% dos estudantes, a faculdade de seus sonhos une ensino e pesquisa e se espera que os docentes dela também sejam pesquisadores, mostra o Instituto Semesp

O modelo ideal de universidade, na visão dos estudantes, tem corpo docente com perfil múltiplo, que possui atuações que vão além da docência. Este é um dos resultados apontados por uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp no ano passado. O levantamento mostrou que a maioria dos universitários (60,8%) espera que os professores também sejam pesquisadores, e outros 15% apontaram que têm uma expectativa de que os docentes possam aconselhá-los. Outro dado é que, para 97% dos estudantes, a faculdade de seus sonhos une ensino e pesquisa.

Para Gabriela Fonseca, coordenadora e professora da graduação em Economia da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (EESP), quando os professores se dedicam à pesquisa, seja acadêmica ou aplicada, concomitantemente à sala de aula, trazem muitas vantagens para o ambiente universitário. “Os professores que estão próximos às pesquisas ajudam a manter as ementas dos cursos atualizadas. Muitas inovações e resultados de pesquisas chegam primeiro aos artigos científicos e conferências, e demoram para afetar as universidades.”

Gabriela atua como coordenadora e professora de graduação, mas pesquisa a área da Economia da Educação, se concentrando em estudar como a expectativa dos professores afeta efetivamente o desempenho escolar. Para ela, quando o professor segue carreira como pesquisador, isso proporciona benefícios para toda a sua sala de aula, mesmo que a maioria dos alunos queira ir para o mercado de trabalho e não para a vida acadêmica.

Veja o texto na íntegra: Estadão

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Professores fazem mobilização contra uso de plataformas digitais em SP

JC Notícias – 13/05/2024

Sistema foi implementado nas escolas no ano passado

Os professores da rede pública estadual de São Paulo fazem a partir de segunda-feira (13) uma mobilização contra as plataformas digitais nas escolas. No ano passado, o governo estadual implementou um sistema de ensino baseado em aplicativos, com conteúdo e atividades pré-estabelecidas.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirma que o método tira autonomia dos professores e convocou os profissionais a não usarem as plataformas ao longo da próxima semana. O sistema, no entanto, registra se o material foi usado ou não em sala de aula. Os acessos à plataforma se tornaram um dos fatores medidos para avaliar escolas e profissionais.

Falta de autonomia

“Você não pode padronizar uma rede do tamanho do estado de São Paulo, com a diversidade e com a especificidade que cada escola, cada região tem. O aplicativo faz isso. E o professor, se ele não estiver seguindo o aplicativo, o próprio sistema já comunica à direção da escola e o diretor é obrigado a ir até a sala de aula, chamar a atenção do professor”, critica o presidente da Apeoesp, Fábio Moraes.

O método, segundo ele, provocou praticamente o abandono dos livros didáticos e impede que o professor busque formas diferentes de abordar os conteúdos em sala de aula. “Nós queremos tecnologia, escolas estruturadas, profissionais valorizados e nós queremos resguardar a nossa liberdade de cátedra. Se eu achar que a plataforma é melhor, eu uso a plataforma. Se eu achar que aquele assunto, o livro, aborda melhor, eu uso o livro. Se eu quiser, eu elaboro o meu material com os meus alunos. Quantas vezes não fizemos isso? Então hoje, esse direito do professor está sendo ceifado”, acrescenta o sindicalista.

Material com erros

Em 2023, o governo de São Paulo chegou a anunciar que iria deixar de participar do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) do Ministério da Educação (MEC), que fornece gratuitamente livros para serem usados pelas redes de ensino. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou à época que não usaria livros físicos em sala de aula e que os alunos teriam apenas material digital.

Após a repercussão negativa e uma decisão judicial contrária à saída da rede estadual do PNLD, o governo informou que continuaria a receber os livros do programa nacional. Na ocasião, também foram identificados erros grosseiros de informação no material elaborado pela secretaria estadual.

Em um dos trechos, era dito que, em 1888, Dom Pedro II assinou a Lei Áurea, quando, na verdade, a lei que encerrou a escravidão institucionalizada no Brasil foi assinada pela filha do monarca, a Princesa Isabel. Em outro trecho se afirmava, também de forma equivocada, que o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é transmissível pela água.

Moraes diz que a falta de qualidade continua sendo uma crítica ao material didático que tem sido oferecido pela secretaria de educação. “Nós temos material melhor. Nós podemos criar material melhor. Nós temos livros didáticos melhores que a rede”, diz.

Neste ano, o governo de São Paulo anunciou que vai usar ferramentas de inteligência artificial para elaboração do material didático para a rede estadual. “As aulas que já foram produzidas por um professor curriculista, e já estão em uso na rede, são aprimoradas pela IA [inteligência artificial] com a inserção de novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula”, afirmou a secretaria de educação em abril.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação sobre a mobilização contras plataformas digitais e aguarda resposta.

Agência Brasil

 

Por meio do Sinaes é que o Brasil compreende onde e em quais áreas do conhecimento deve investir, defende presidente da SBPC

JC Notícias – 29/04/2024

Integrante da primeira composição da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior, Renato Janine Ribeiro participou de evento que comemorou os 20 anos do sistema de avaliação do MEC

O Ministério da Educação (MEC) promoveu, na última quinta-feira (25/04), uma cerimônia em Brasília para comemorar os 20 anos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), completados neste mês de abril. O evento contou com as presenças do ministro da Educação, Camilo Santana, da presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho e de membros históricos da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), como o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro.

Em sua fala, Janine Ribeiro destacou que o objetivo da avaliação não é apontar os problemas do ensino superior brasileiro, mas sim identificar iniciativas de sucesso, além de ajudar na estruturação das políticas educacionais.

“A pós-graduação no Brasil tem a qualidade que tem em função, sobretudo, das avaliações da Capes e do fomento essencialmente federal. Mas nós sabemos também que esse fomento é baseado em critérios de avaliação, que supõem tanto você medir a qualidade quanto fazer a política adequada: saber quais as áreas de conhecimento que você tem que estimular, quais são as regiões do País que precisam de mais estruturas, entre outros aspectos.”

O presidente da SBPC integrou a primeira composição da Conaes, durante o período em que coordenou a Capes. “Quando eu assumi a Capes, em 2004, ela vinha de avaliações anteriores que geraram o fechamento de 5% dos cursos analisados, e nós conseguimos baixar essa taxa para 1,5%. Por quê? Porque transformamos a avaliação em um procedimento eminentemente pedagógico. Quando encontrávamos uma proposta inadequada de curso, pagávamos uma visita de consultores para orientar os proponentes a melhorarem o programa em questão”, complementou.

Durante o evento, Janine Ribeiro e Isaac Roitmann, professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), receberam uma placa de homenagem do MEC por conta de seus trabalhos realizados nos últimos anos.

A presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, reforçou os pontos apresentados por Janine Ribeiro. “A educação superior não seria o que é hoje e não teria a qualidade que tem em muitas instituições sem o Sinaes.”

Segundo dados do Ministério da Educação, quando o Sinaes foi criado, o Brasil passava por uma expansão da educação superior, com um crescimento no número de universidades e, posteriormente, nos institutos federais. Hoje, o Sistema Nacional da Educação Superior conta com 2.595 instituições e oferece 44.951 cursos, o que corresponde a 9,4 milhões de matrículas.

Em sua fala, o ministro da Educação, Camilo Santana, destacou na prática as mudanças que ocorreram com a chegada do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. “Ao longo dessas duas décadas, o Sinaes tem sido fundamental para aprimorar a qualidade e a relevância dos cursos e instituições de ensino superior no Brasil. Antes de sua implementação, a avaliação era baseada principalmente em uma prova para medir o desempenho dos estudantes, um método limitado, que não capturava toda a complexidade do processo educacional.”

Santana afirmou que, com o Sinaes, o Ministério da Educação passou a adotar um sistema mais abrangente de mensuração do ensino superior, que não considera só o desempenho dos estudantes, mas que também avalia as instituições e os cursos:

“Essa abordagem do Sinaes permite entendermos melhor as necessidades e os desafios enfrentados pelo nosso sistema educacional e, consequentemente, trabalharmos de forma mais eficaz para promovermos melhorias.”

O ministro concluiu sua fala afirmando que o Sinaes representa a base de uma boa gestão governamental. “Nenhuma política pública pode ser construída sem metas, sem dados, sem resultados e sem avaliação – até porque a avaliação é o que nos permite corrigir os rumos dessa política”, concluiu.

A cerimônia de comemoração dos 20 anos do Sinaes está disponível na íntegra no canal do MEC no YouTube.

Rafael Revadam – Jornal da Ciência, com informações da Capes

 

20% dos jovens do País não têm ensino básico

JC Notícias – 25/04/2024

Especialistas discutem caminhos para mudar essa realidade

Dois a cada dez jovens brasileiros de 15 a 29 anos não concluíram o ensino básico. São 9,8 milhões de pessoas que terão mais dificuldade de inserção no mercado de trabalho e de acompanhar as inovações tecnológicas, num ciclo de exclusão que, além das privações individuais, resulta em menos produtividade nas empresas e menos desenvolvimento para o país.

Os dados da pesquisa sobre o perfil do jovem que abandona os estudos – divulgada no mês passado pela Fundação Roberto Marinho e pelo Itaú Educação e Trabalho -, os prejuízos ocasionados por essa evasão e os caminhos para mudar essa realidade foram discutidos na live “Y20 no Brasil e as juventudes fora da escola, uma conversa sobre os anseios e desafios”, feita pelo Valor em parceria com o Valor Social – área de responsabilidade social da Globo.

Veja o texto na íntegra: Valor

O Valor Econômico não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra.

 

Registros de Desenvolvimento Individual da Criança (RDIC) e Registro de Avaliação (RAv) nos Anos Iniciais: da documentação pedagógica ao processo de elaboração do relatório

Professora Elisângela T. Gomes Dias

Pesquisadora do GEPA

Publicado no blog do GEPA em 19/04/2024

gepa-avaliacaoeducacional.com.br

          Avaliar no contexto educacional, especialmente quando nos referimos à educação infantil e aos anos iniciais do ensino fundamental, vai muito além de testar ou medir conhecimentos por meio de provas ou testes padronizados. Avaliar é um processo complexo e contínuo que busca compreender, de maneira holística, o desenvolvimento integral da criança, abrangendo não apenas o aspecto cognitivo, mas também o social, emocional e físico.

          Nessa perspectiva, avaliar implica observar, registrar, refletir e analisar o processo de aprendizagem de forma ampla. A avaliação considera as múltiplas dimensões do desenvolvimento infantil e se interessa tanto pelo percurso quanto pelo ponto de chegada. Ela é formativa, contínua e reflexiva, visando impulsionar esse desenvolvimento.

          Diante da necessidade de acompanhar o desenvolvimento integral das crianças, o relatório individual emerge como um instrumento de avaliação particularmente adequado. Isso se deve a várias razões, as quais destacamos:

  1. Personalização – O relatório permite uma avaliação personalizada, que leva em conta as características únicas de cada criança, seus interesses, ritmos de aprendizagem, pontos fortes e áreas a desenvolver;
  2. Integralidade – Por meio do relatório, é possível registrar não apenas avanços cognitivos, mas também progressos emocionais, sociais e físicos, oferecendo uma visão completa do desenvolvimento da criança;
  3. Processualidade – O relatório individual favorece o acompanhamento do processo de aprendizagem, permitindo identificar avanços, dificuldades e momentos significativos na trajetória educacional da criança. Essa documentação processual é fundamental para ajustes metodológicos e pedagógicos;
  4. Diálogo – Serve como um canal de comunicação entre a escola e a família, promovendo um diálogo construtivo sobre o desenvolvimento da criança. Os relatórios podem ajudar a alinhar expectativas e ações entre professores e pais/responsáveis;
  5. Reflexão e Planejamento – Para os educadores, o ato de elaborar relatórios individuais é também um momento de reflexão sobre suas práticas e sobre como estas impactam cada criança. Além disso, esses relatórios ajudam no planejamento de estratégias pedagógicas mais eficazes e personalizadas.

          Portanto, o relatório individual, ao contrário de testes ou medidas isoladas, oferece uma ferramenta rica e dinâmica para a avaliação na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Ele respeita a complexidade do processo educativo, valorizando todas as dimensões do desenvolvimento humano e fortalecendo a aprendizagem significativa.

          Mas, como esse relatório pode ser elaborado?

          O primeiro passo é a coleta e a organização dos dados. Para tanto, identifique quais objetivos definidos no planejamento guiarão o processo avaliativo. Colete dados de diferentes fontes, como observações em sala de aula, avaliações formais e informais, trabalhos escritos, projetos de arte, interações sociais e feedback dos pais. Essa avaliação é critério-referenciada, isto é, avalia a partir de critérios predefinidos ao invés de compará-lo com o desempenho de outros alunos. Esta abordagem foca no que a criança já sabe e é capaz de fazer, considerando os objetivos de aprendizagem específicos. Sua contribuição para a organização do relatório individual é significativa e multifacetada, oferecendo uma estrutura clara para a documentação e reflexão sobre o desenvolvimento e o processo de aprendizagem. Isso significa que o educador pode documentar de forma precisa em que medida cada criança atingiu esses objetivos, proporcionando uma base sólida para observações e análises.

          Segundo Ostetto (2009), a documentação pedagógica não é apenas um registro das atividades realizadas, mas um processo que envolve a observação atenta, a escuta sensível e a interpretação dos processos de aprendizagem das crianças. Ela propõe uma organização da documentação pedagógica que pode ser estruturada em várias etapas, contemplando a complexidade e a riqueza das experiências vividas, especialmente na educação infantil. Essa documentação pode incluir:

  1. observação direta das atividades das crianças, anotações sobre suas interações, diálogos, expressões, gestos e brincadeiras. Fotografias, vídeos e gravações de áudio também podem ser utilizadas para capturar momentos significativos;
  2. coleção de desenhos, escritas, construções, entre outras produções realizadas pelas crianças, que evidenciam seus processos de aprendizagem e criatividade;
  3. criação de portfólios individuais ou coletivos, que reúnem uma seleção de registros e produções, organizados de forma a evidenciar o desenvolvimento e aprendizagem das crianças ao longo do tempo;
  4. organização de exposições ou murais na escola que tornam visíveis as experiências, descobertas e aprendizagens das crianças para toda a comunidade escolar.

          Importante destacar que a documentação pedagógica é um processo dinâmico e contínuo, que deve estar integrado ao cotidiano educativo, contribuindo para a construção de uma prática pedagógica reflexiva, responsiva e baseada nas experiências concretas das crianças. Ao tornar a aprendizagem visível, a documentação pedagógica não só valoriza o trabalho das crianças e dos educadores, mas também promove uma cultura de investigação, reflexão e diálogo na educação infantil (OSTETTO, 2009).

          Em seguida, agrupe os dados por categoria: organize os dados coletados em categorias relevantes, como aspectos cognitivos (desempenho acadêmico), desenvolvimento corporal, aspectos socioemocionais. Você também pode agrupar os objetivos por campos de experiências ou áreas de conhecimento.  

          Analise os dados para identificar os pontos fortes da criança e as áreas em que ela pode melhorar. Reflita sobre os registros e produções, buscando compreender os processos de aprendizagem, as hipóteses das crianças, suas formas de expressão e interesse. Essa etapa é fundamental para a construção de significados a partir da documentação coletada.  Isso ajudará a fornecer um feedback completo e equilibrado no relatório. Ademais, a análise detalhada proporcionada pelos relatórios individuais, baseada em critérios específicos, auxiliará no planejamento de intervenções pedagógicas mais direcionadas. Isso pode incluir a adaptação de estratégias de ensino, a personalização de atividades de aprendizagem e o desenvolvimento de planos de apoio para atender às necessidades individuais das crianças. Ostetto (2009) sustenta que a utilização dos insights obtidos por meio da documentação pedagógica permite aos educadores o planejamento de novas experiências de aprendizagem, projetos e atividades que respondam aos interesses, necessidades e potencialidades das crianças.

          Estruture o relatório nas seguintes etapas:

  1. Introdução – após incluir informações básicas sobre a criança, como nome, idade, turma e período abrangido pelo relatório, descreva brevemente o propósito do relatório e o contexto em que a criança está sendo avaliada.
  2. Desenvolvimento – faça uma síntese em relação ao processo de aprendizagem da criança ao longo do bimestre ou semestre letivo. Importante relatar o que foi observado em relação ao trabalho pedagógico desenvolvido. Lembre de registrar, além dos aspectos cognitivos e psicomotores, os aspectos socioemocionais (como a criança interage com os colegas, com as regras e rotinas escolares; como participa das atividades e lida com conflitos e desafios propostos). Ao descrever, destaque os pontos fortes e áreas de melhoria, usando exemplos específicos sempre que possível.
  3. Considerações finais – Conclua o relatório com sugestões para apoiar o desenvolvimento contínuo da criança. Isso pode incluir recomendações para atividades específicas em casa, estratégias de apoio adicional na escola ou áreas de foco para o próximo período. Sugiro um parágrafo breve retomando o aspecto central que precisa de investimento, sendo finalizado com uma perspectiva propositiva, encorajadora.
  4. Em caso de necessidade de algum encaminhamento, como o atendimento por equipes de apoio à aprendizagem ou a realização de avaliações específicas, é necessária uma abordagem cuidadosa e sensível. O objetivo é assegurar que a comunicação seja feita de maneira positiva e construtiva, sem antecipar diagnósticos ou criar estigmas em torno da situação observada. A título de exemplo – A professora observa que uma criança apresenta dificuldade de leitura. No relatório, pode ser registrado: “Observamos que João parece esforçar-se para visualizar detalhes em ilustrações ou textos projetados, aproximando-se frequentemente para uma melhor visão.” Ou “Para apoiar ainda mais o desenvolvimento de João e garantir que ele aproveite ao máximo as atividades propostas, sugerimos acompanhamento da equipe de apoio à aprendizagem. Acreditamos que uma avaliação detalhada, realizada por profissionais especializados, pode oferecer insights valiosos sobre como melhor apoiar João, garantindo que ele continue a prosperar em um ambiente de aprendizado inclusivo e estimulante.” Se houver necessidade de maior apoio familiar, pode ser acrescentado ainda: “Valorizamos a parceria entre a escola e a família e convidamos vocês a se juntarem a nós nesta jornada, explorando juntos as melhores formas de apoiar o desenvolvimento integral de João.” E finalize reafirmando seu compromisso com o bem-estar e o sucesso da criança, expressando confiança em sua capacidade de superar desafios com o apoio adequado. Exemplo: “Estamos comprometidos em oferecer um ambiente de aprendizado acolhedor e estimulante para João e confiamos em sua capacidade de alcançar seu pleno potencial com o apoio e compreensão de todos nós.”

Utilizando essa estrutura e linguagem, é possível comunicar recomendações de encaminhamentos de forma positiva e eficaz, assegurando que os pais e responsáveis compreendam a intenção de promover o interesse e desenvolvimento da criança.

          Após a elaboração, é preciso ler o relatório cuidadosamente para garantir que todas as informações estejam corretas e que a linguagem seja clara e compreensível.

          De acordo com Hoffman (2002), é preciso responder quatro questões para compreender que o relatório individual atende a sua real necessidade. Essas questões são: 1) Os objetivos norteadores da análise do desenvolvimento da criança transparecem nos relatórios? 2) Percebe-se o caráter mediador do processo avaliativo? 3) Privilegia-se, ao longo do relatório, o caráter evolutivo do processo de desenvolvimento da criança? 4)  Percebe-se o caráter individualizado no acompanhamento da criança?

          Se possível, peça a outros educadores para revisarem o relatório e oferecerem sugestões de melhoria.

Como deve ser a linguagem utilizada?

          A adoção de uma linguagem cuidadosa, reflexiva e construtiva nos relatórios individuais é um passo fundamental para a construção de ambientes educacionais mais inclusivos, respeitáveis e democráticos. Ao refletir sobre a escolha das palavras, os educadores podem contribuir significativamente para o desenvolvimento positivo das crianças, promovendo um clima de respeito, encorajamento e apoio mútuo.

          A linguagem não é apenas um meio de comunicação; ela reflete e molda percepções, atitudes e valores. No contexto educacional, a escolha das palavras e expressões tem o poder de influenciar significativamente o desenvolvimento da criança, a percepção dos pais e cuidadores sobre seus filhos e a maneira como os próprios estudantes se veem. Portanto, é crucial adotar uma linguagem que seja ao mesmo tempo precisa, sensível e construtiva.

          Essa linguagem dos relatórios deve ser clara e objetiva, evitando ambiguidades que possam levar a interpretações errôneas. Descrever comportamentos e conquistas de forma específica ajuda a comunicar de maneira efetiva o progresso da criança e as áreas que necessitam de atenção. Isso contribui para uma abordagem mais equilibrada e positiva e fomenta o diálogo e a colaboração entre educadores, estudantes e famílias.

          Assim, escreva o relatório em linguagem clara e acessível, evitando jargões técnicos. Mantenha um tom positivo e encorajador, mesmo ao abordar áreas de melhoria.

          O que NÃO pode conter a escrita do relatório?

          O objetivo principal do relatório é documentar o progresso da criança em várias dimensões, incluindo a cognitiva, a física, a emocional e a social. Desse modo, ao escrever relatórios individuais, é crucial não utilizar termos e expressões que possam ser considerados preconceituosos, discriminatórios ou que perpetuem estereótipos.

          Focar em aspectos comportamentais negativos pode levar à rotulagem da criança, o que pode afetar sua autoestima e seu comportamento futuro. Rotular uma criança como “problemática”, “indisciplinada” ou “difícil” pode criar estigmas que influenciam a maneira como ela é vista e tratada por educadores, colegas e até mesmo pela família. Portanto, qualquer termo que denote preconceito ou discriminação não deve ser utilizado no relatório.

          Rotular as crianças com palavras que definem sua identidade com base em comportamentos ou desempenho acadêmico limita e prejudica a percepção sobre suas capacidades reais e potencial de crescimento. A linguagem dos relatórios deve refletir a compreensão de que todos os estudantes são capazes de aprender e evoluir.

          Em vez de escrever “a criança não participa das atividades em sala de aula”, prefira “a criança mostra-se reservada durante as atividades em grupo, podendo se beneficiar de estratégias que a encorajem a se expressar mais livremente”. De modo semelhante, substitua observações como “a criança é distraída” por “a criança demonstra interesse variável, sugerindo a necessidade de explorar diferentes abordagens para manter sua atenção”.

          Mas, atenção: a maioria dos quadros e listas de “palavras e expressões” para uso em relatórios individuais de estudantes, que circulam na internet e sugerem substituições eufemísticas para comportamentos considerados negativos, refletem uma prática pedagógica que necessita de uma revisão crítica profunda. Embora a intenção por trás dessas sugestões possa ser a de suavizar a linguagem usada para descrever dificuldades ou desafios enfrentados pelas crianças, elas podem inadvertidamente perpetuar uma abordagem superficial e estereotipada da avaliação do comportamento e do desenvolvimento das crianças.

           Comportamentos descritos pejorativamente como “bagunceiro, relaxado e porco” refletem não apenas uma visão negativa e estigmatizante, mas também ignoram as múltiplas causas subjacentes que podem influenciar tais ações. Além disso, as expressões recomendadas nesses quadros muitas vezes reforçam estereótipos e expectativas sociais rígidas sobre como as crianças devem se comportar, aprender e interagir. Ao invés de reconhecerem e valorizarem a diversidade de comportamentos e estilos de aprendizagem, tais abordagens promovem a conformidade a normas muitas vezes arbitrárias e restritivas.

          Desse modo, este tipo de material deve ser banido do espaço escolar. Afinal, cada criança é única, com suas próprias experiências, desafios e conquistas. O uso de expressões genéricas e padronizadas falha em capturar a individualidade da criança, reduzindo a riqueza de sua personalidade e desenvolvimento a frases feitas que pouco dizem sobre suas reais necessidades e potenciais.

          É igualmente importante frisar que, ao descrever comportamentos específicos observados, preferencialmente contextualizando-os e sugerindo estratégias de apoio ou melhorias, não os associe a “possíveis causas”. Em nada contribui relatar fatos como a separação dos pais na tentativa de justificar determinado comportamento ou mesmo dificuldade no processo de aprendizagem, assim como não deve ser registrado que “a família é desestruturada”, que “a criança sofre com a falta da figura paterna” ou algo neste sentido. O foco deve ser o processo de aprendizagem. Portanto, deve-se priorizar comentários que reconheçam o progresso, as conquistas e os pontos fortes da criança, oferecendo uma visão equilibrada que inclua desafios e áreas para crescimento de maneira construtiva.

          Por fim, saliento que o relatório individual deve ser uma ferramenta de reflexão e planejamento educacional, não apenas para os educadores, mas também para as famílias, contribuindo para uma visão holística do desenvolvimento da criança. É essencial adotar uma abordagem equilibrada que reconheça as complexidades do comportamento e do aprendizado, evitando simplificações que possam prejudicar a percepção e o tratamento das crianças no ambiente educacional. A professora Benigna Vilas Boas, ao revisar e ler este texto, acrescenta:  assim compreendido e praticado, o relatório individual se insere na função formativa da avaliação.

Referência

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. 10.ed. Porto Alegre: Mediação, 2002.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Documentação pedagógica na Educação Infantil: prática reflexiva, pesquisa e formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2009.

publicação variável conforme a edição.

 

Pedagogia e licenciaturas: CNE define limite de horas para ensino a distância

JC Notícias – 19/04/2024

Texto lembra que em uma carta conjunta em novembro, o Todos pela Educação, a SBPC, o Consed e outras organizações pediram medidas urgentes na regulação da educação a distância para a formação de professores

O Conselho Nacional da Educação (CNE) definiu que os cursos de formação para professores, como Licenciaturas e Pedagogia, terão de ser oferecidos com 50% da sua carga horária presencial. A educação a distância (EAD) para formar docentes no País tem crescido nos últimos anos, com muitos questionamentos sobre a qualidade.

Hoje, 64% dos estudantes em Licenciaturas estão em cursos a distância e não há controle sobre o que é feito presencialmente. Universidades privadas – que têm a maioria da EAD – oferecem cursos em que os futuros professores estudam, muitas vezes, apenas por vídeos e apresentações em Power Point. As atividades presenciais, como provas por exemplo, ocupam cerca de 10% do total.

No entanto, a modalidade é vista como opção para alunos mais pobres, que trabalham e buscam baixas mensalidades. Além disso, facilita o acesso para quem mora fora dos grandes centros.

Veja o texto na íntegra: Estadão

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