Bolsonaro muda edital e passa a permitir erros e propagandas em livros didáticos

JC Notícias – 09/01/2019

Não será mais necessário que os materiais tenham referências bibliográficas

O governo de Jair Bolsonaro mudou em 2 janeiro o edital para os livros didáticos que serão entregues em 2020. Não será mais necessário que os materiais tenham referências bibliográficas. Também foi retirado o item que impedia publicidade e erros de revisão e impressão.

O Ministério da Educação (MEC) compra livros didáticos para todas as escolas públicas do País, o que garante o faturamento de muitas editoras. As mudanças foram feitas no programa cujos livros serão comprados para o ensino fundamental 2 (6º a 9º ano).

Veja o texto na íntegra: O Estado de S. Paulo

O Estado de S. Paulo não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra para quem não é assinante. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.

 

Leia também:

Folha de S. Paulo – Gestão Bolsonaro retira violência contra mulher e quilombo de edital de livros

 

 

1,6% das instituições de ensino superior têm nota máxima em avaliação do MEC

 

Onde está o problema?

JC Notícias – 19/12/2018

1,6% das instituições de ensino superior têm nota máxima em avaliação do MEC

De 2.066 universidades, faculdades e centros universitários que tiveram o Índice Geral de Cursos (IGC) divulgado nesta terça-feira, só 35 tiveram nota 5, e 278 ficaram com nota 1 ou 2, consideradas ‘insuficientes’

O Brasil tem mais de 2 mil instituições de ensino superior, mas só 35 (1,6%) delas conseguiram atingir o conceito máximo do Índice Geral de Cursos (IGC), segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta terça-feira (18). Por outro lado, 278 faculdades ficaram com conceitos abaixo do limite de qualidade estabelecido pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes).

O IGC, assim como os demais indicadores do Sinaes, classifica as instituições, cursos e estudantes universitários em uma escala de 1 a 5, sendo que a nota máxima é 5 e as notas 1 e 2 são consideradas “insuficientes”.

Veja o texto na íntegra: G1

Leia também:

UOL – Menos de 2% das universidades do país têm nota máxima em avaliação do Inep

Agência Brasil – Inep: quase 300 instituições têm “nota baixa” de qualidade

 

 

Conclusão no ensino fundamental estaciona abaixo da meta

JC Notícias – 18/12/2018

Conclusão no ensino fundamental estaciona abaixo da meta

Os dados são de um estudo feito pelo movimento Todos Pela Educação

O Brasil não está conseguindo ampliar a fatia de jovens que concluem o ensino fundamental apesar da redução da população em idade escolar, mostra um estudo do Movimento Todos Pela Educação. Em 2018, 75,8% dos jovens de 16 anos haviam concluído o ensino fundamental, taxa praticamente estável ante 2017 (75,9%) e ainda distante da meta de 95% que consta no Plano Nacional de Educação (PNE), prevista para ser atingida em 2022.

No mesmo período, o número de brasileiros nesta faixa etária caiu em 275,4 mil, enquanto o número de concluintes foi menor em 212,2 mil. Em tese, a demografia mais favorável deveria ajudar a aumentar as taxas de conclusão na educação básica. De maneira inversa, só não houve queda porque a população total encolheu em ritmo mais intenso do que os formandos.

Veja o texto na íntegra: Valor Econômico

O Valor Econômico não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra para quem não é assinante.

 

Livro: “Tempos difíceis, mas não impossíveis”

 

Livro: “Tempos difíceis, mas não impossíveis”

por Luiz Carlos de Freitas

Organizado por Nora Krawczyk, o livro “Escola Pública: tempos difíceis, mas não impossíveis” já está disponível. Participam da edição: Celia Kerstenetzky, Dermeval Saviani, Reginaldo Moraes, David Beliner, Paulo Carrano, José Claudinei Lombardi, Renato Janine, Dirce Zan e Débora Mazza. Os textos foram debatidos durante Seminário Internacional realizado na Faculdade de Educação da UNICAMP em outubro de […]

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Luiz Carlos de Freitas | 18/12/2018 às 4:48 PM | Tags: Indicações de Leitura, Resistência | Categorias: Links para pesquisas, Meritocracia, Privatização, Responsabilização/accountability | URL: https://wp.me/p2YYSH-6I1

 

Encontro do GEPA para analisar suas atividades de 2018

Encontro do GEPA para analisar suas atividades de 2018

Reunimo-nos no dia 15 de dezembro para analisar as pesquisas concluídas e as que estão em andamento.

1 – Pesquisas sob a responsabilidade de Simone Braz F. Gontijo:

REPROVAÇÃO ESCOLAR NO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS/ESPANHOL DO INSTITUTO FEDERAL DE BRASÍLIA: PERCEPÇÕES DOCENTES – concluída em 2017

– EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR: QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS ESTUDANTES EVADIDOS DO CURSO DE LETRAS/ESPANHOL DO IFB – finalizada em 2018

– A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA? ANÁLISES PRELIMINARES ACERCA DO PERFIL DOS ESTUDANTES INGRESSANTES NO CURSO DE LETRAS/ESPANHOL (fase de análise de dados finais –  com finalização em 2018).

– PERMANÊNCIA E ÊXITO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO: AÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO (fase de análise de dados finais, com finalização em 2018).

– CARGOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: O LUGAR DA MULHER NO IFB (fase de análise de dados quantitativos –  com finalização em 2019). Continue lendo “Encontro do GEPA para analisar suas atividades de 2018”

 

PRODUÇÕES DO GEPA – SIMONE BRAZ FERREIRA GONTIJO – 2018

SIMONE BRAZ FERREIRA GONTIJO

VIII Semana de Produção Científica – Instituto Federal de Brasília

 

Evasão no ensino superior: quem são e o que pensam os estudantes evadidos do curso de letras/espanhol do IFB. Simone Braz Ferreira Gontijo, Juliana Harumi Chinatti Yamanaka, Mariana Rocha Fortunato

(1º Lugar na categoria Ciências Humanas – Iniciação Científica, na Sessão de Pôsteres da VIII Semana de Produção Científica).

24º Congresso de IC da UnB e 15º do DF

WorkIF 2018 – Cuiabá

As instituições de ensino, principalmente as públicas, são frequentemente questionadas pela sociedade sobre a qualidade de seus serviços e a garantia de bons resultados, sendo este último aspecto, segundo dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), associado ao número de pessoas certificadas por ano para o ingresso no mercado de trabalho. Relacionado a isso, em diversas organizações educacionais mundiais, a evasão tem sido identificada como um fenômeno que afeta não somente os resultados institucionais do ensino superior, mas também agrava os problemas sociais e econômicos. Por esse motivo, a discussão sobre os resultados do trabalho das Instituições de Ensino Superior (IES) tem sido conduzida, com frequência, por uma lógica economicista, na qual a eficiência é compreendida a partir do nexo existente entre custo-benefício expresso na exigência de maior produtividade das IES. Assim, diante das reivindicações pela garantia de resultados satisfatórios no ensino público, feitas pelos distintos grupos de interesses que compõem a sociedade, a Andifes criou uma Comissão Especial de Estudos sobre Evasão a qual destacou a necessidade uma investigação contextualizada e acurada em relação à evasão escolar no Brasil. Apesar da evasão ser um fenômeno social complexo definido como a interrupção definitiva por um estudante do curso, sem concluí-lo, suas causas podem ser distintas. Nesse sentido, esta pesquisa buscou identificar fatores intervenientes no processo de evasão de estudantes do curso de Licenciatura em Letras/Espanhol do Instituto Federal de Brasília, a partir da percepção desses estudantes. A metodologia quali-quantitativa foi empregada na coleta e análise dos dados. Aos estudantes evadidos no período de 2013-2016 foi encaminhado um questionário eletrônico composto por 48 questões com o objetivo de traçar o perfil socioeconômico, identificar os fatores externos e internos à instituição, bem como os fatores individuais que motivaram a evasão. Responderam ao questionário 59,67% dos estudantes evadidos. Quanto ao perfil socioeconômico 59,5% são mulheres; 70,3% se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas e declararam ter cursado o ensino médio integralmente em escola pública; 53% trabalham oito horas por dia e 51% já tem outro curso superior. Ressalta-se que 77% dos respondentes evadiram ao longo do 1º semestre do curso. Apesar disso, 56% declararam ser muito importante fazer um curso de graduação; 80% contavam com o apoio da família e 97% afirmaram estar preparados para os desafios de cursar a graduação. Os principais aspectos motivadores da evasão estão relacionados a problemas pessoais (22%); ingresso em outro curso de graduação (22%); problemas com a instituição (19%) necessidade de trabalhar (16%) e falta de assistência e acesso ao campus (8%). Para os evadidos, o IFB poderia contribuir para a permanência efetiva do estudante com a implantação de políticas voltadas ao acompanhamento individualizado (30%), horários de aulas diversificados (30%), número maior de auxílios financeiros para assistência estudantil (14%). Ainda quanto à contribuição do IFB para a permanência do estudante na graduação 19% não souberam responder ao questionamento ou o fizeram de forma genérica (5%). É fundamental destacar que 78% dos evadidos informaram interesse em voltar ao ensino superior. Continue lendo “PRODUÇÕES DO GEPA – SIMONE BRAZ FERREIRA GONTIJO – 2018”

 

PRODUÇÕES DO GEPA EM 2018 – ENÍLVIA ROCHA MORATO SOARES

 

PRODUÇÕES DAS GEPANIANAS 

Apresentações em eventos – 2018

Enílvia Rocha Morato Soares

 

  1. Nome do evento: Seminário sobre Marxismo e Formação do Educador: O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO NAS PESQUISAS EDUCACIONAIS

Período de realização: 14 a 17/08/2018

Local: Brasília – DF

Tipo de participação: Apresentação de comunicação oral: AVALIAÇÃO ESCOLAR E SOCIOEDUCAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA DO DF

Resumo:

A relevância da educação escolar em contexto socioeducativo e a essencialidade da avaliação para a organização de um trabalho pedagógico que permita aos socioeducandos aprender para reaver o pleno exercício de seus direitos e seus projetos de vida, instigaram a realização do estudo originário desta comunicação. Compreender as implicações da avaliação escolar como elemento do trabalho pedagógico desenvolvido em um Núcleo de Ensino de uma Unidade de Internação do DF, para a conquista de aprendizagens que possibilitem aos socioeducandos interpretar o mundo e nele viver criticamente, foi o objetivo central da pesquisa. Fundamentadas pelo materialismo histórico-dialético, as análises foram construídas a partir da articulação entre as categorias metodológicas (CURY, 2000) e as categorias conceituais emersas do movimento de constituição de núcleos de significação (AGUIAR et al, 2015). O estudo de caso foi a estratégia investigativa utilizada e a observação, a aplicação de questionários e a realização de entrevistas, os procedimentos adotados para levantamento de informações em campo. O diálogo destas com o arcabouço teórico possibilitou identificar contradições que colocam o tempo vivenciado pelos socieducandos na Unidade de Internação como aspecto comprometedor da avaliação e do trabalho pedagógico desenvolvido no Núcleo de Ensino. A primazia da segurança sobre a educação e a desarticulação entre o trabalho escolar e os demais setores da Unidade foram também apontados como capazes de pôr em risco a formação integral e emancipadora demandada nos documentos orientadores das escolas públicas do DF. Espaços dialógicos e democráticos de participação mostraram-se prementes para a instauração de uma política educacional intersetorial, de planejamento e avaliação conjunta do processo de ressocialização dos jovens internos, o que inclui rever a condescendência ao avaliar demonstrada pelo Núcleo de Ensino, que extrai desse processo o caráter classificatório, mas não o excludente.

Palavras-chave: Avaliação. Socioeducação. Organização do trabalho pedagógico. Tempo. Integração. Continue lendo “PRODUÇÕES DO GEPA EM 2018 – ENÍLVIA ROCHA MORATO SOARES”

 

MEC inclui luta por democracia em novos parâmetros para educação infantil

JC Notícias – 14/12/2018

MEC inclui luta por democracia em novos parâmetros para educação infantil

Recém-finalizado, documento traz ensino de valores democráticos entre as prioridades para crianças de até 5 anos

Em meio à atual onda conservadora no país, o Ministério da Educação (MEC) atualizou os Parâmetros Nacionais de Qualidade da Educação Infantil e incluiu, entre eles, o respeito a valores democráticos. Na versão anterior desse documento, que data de 2006, não havia sequer menção a democracia ou a valores democráticos.

Os Parâmetros têm o objetivo de estabelecer padrões de referência para a organização e o funcionamento de creches e pré-escolas no país. Antes divididos em dois volumes, eles foram agora reunidos em um só documento. A edição acaba de ser finalizada pelo MEC.

Leia na íntegra: O Globo

O Globo não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra para quem não é assinante. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.

 

SBPC se manifesta frente à aprovação iminente da BNCC do Ensino Médio

JC Notícias – 03/12/2018

SBPC se manifesta frente à aprovação iminente da BNCC do Ensino Médio

Com o texto, a entidade reafirma suas reinvindicações junto ao CNE

A SBPC publica carta para manifestar sua preocupação com a iminente aprovação da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC-EM), pelo Conselho Nacional de Educação, sem levar em consideração as principais críticas e sugestões que foram apresentadas pela SBPC e por outras entidades científicas. “Queremos com essa carta reafirmar nossas reinvindicações que apresentamos ao CNE”, afirma Eduardo Mortimer, conselheiro da SBPC e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Não entendemos o açodamento do CNE em aprovar o texto num final de governo. Sabemos que o CNE sofre pressão, mas não entendemos essa pressa que vai impactar a reforma do Ensino Médio”, afirma. Mortimer lembra que no dia 28 de agosto a SBPC promoveu uma  reunião  em sua sede, que contou com a participação do presidente do CNE, de vários conselheiros do órgão e de 12 sociedades científicas, onde foram elencados alguns pontos importantes para a BNCC-EM. “E participamos ainda, em setembro (dia 14) de uma audiência pública para discutir o assunto, e lá entregamos o documento ‘A SBPC e a BNCC’. Deixamos claras as nossas sugestões”, comenta.

Mortimer explica que a SBPC considera que o CNE incorporou alguns pontos que haviam sido levantados nos documentos apresentados pela SBPC e pelas sociedades científicas, como, por exemplo, os relacionados à natureza das ciências experimentais, ligados à realização de investigações e ao uso da experimentação. “No entanto, a observância dos outros pontos é fundamental para garantir que a BNCC-EM cumpra seu papel de fornecer a base para o desenvolvimento de currículos de Ensino Médio compatíveis com as demandas da sociedade em relação à introdução da Física, Química e Biologia e ao desenvolvimento de Geografia, História, Filosofia e Sociologia”, ressalta.

Para o conselheiro da SBPC, a Reforma do Ensino Médio e a proposta da BNCC esconde debaixo do tapete o grande problema da carência de professores no ensino médio, principalmente nas áreas de física e química. “Uma vez que as escolas não são mais obrigadas a oferecer todos os itinerários, elas poderão simplesmente optar por não oferecer, por exemplo, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, o que ‘resolve’ o problema da falta de professores nessa área”, comenta. “A Reforma do Ensino Médio é excludente porque não obriga a escola a oferecer todos os percursos formativos. Isso é uma tragédia. A BNCC precisa ser reformulada, com ampla discussão”, defendeu. Outro problema que ele aponta é que quando se solapa disciplinas de uma base, torna-se impraticável criar interdisciplinaridade sem que haja conhecimentos disciplinares.

Mortimer criticou ainda a abordagem multidisciplinar sugerida no novo projeto. “A proposta do MEC está muito superficial e os professores não conseguem identificar o que eles têm de fazer. Não há menção a nenhuma competência exclusivamente disciplinar, na BNCC, tanto na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias quanto na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas”, explicou. Segundo ele essa é uma questão muito importante. “No Brasil, todos os cursos de formação de professores estão separados disciplinarmente”, ressalta.

Mortimer também ressalta que outro problema reside no fato de as diretrizes relativas a 60% de toda a carga horária prevista pela Reforma estabelecerem como obrigatórios apenas os componentes Português e Matemática. Disciplinas como História, Geografia, Química, Física, Filosofia e Artes aparecem agrupadas em “áreas do conhecimento”, como Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. “O texto estabelece de forma genérica itinerários formativos, mas não os conteúdos e práticas. Um ponto importante, e que pode gerar uma exclusão muito grande, é que as escolas não são obrigadas a oferecer todos os itinerários formativos”, afirma.

Leia a carta abaixo na íntegra: 

Manifestação da SBPC frente à aprovação iminente da BNCC-EM sem acatar as sugestões que foram apresentadas

A SBPC vem a público manifestar sua preocupação com a iminente aprovação da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC-EM) pelo Conselho Nacional de Educação sem levar em consideração as principais críticas e sugestões que foram apresentadas pela SBPC e por outras entidades científicas, por ocasião da Audiência Pública realizada em Brasília em 14 de setembro de 2018. Além disso, o texto a ser aprovado não garante a oferta de todos os itinerários formativos, previstos na Reforma do Ensino Médio, aprovada em 2017, por todas as escolas ou, onde couber, por grupos distritais de escolas.

Há que se ressaltar que a SBPC tem procurado intervir no processo de elaboração da BNCC-EM, reivindicando ao MEC e ao CNE a realização de reuniões com a participação de sociedades científicas. Ao contrário do que ocorreu com o MEC, conseguíamos manter um bom diálogo com o CNE, como testemunha a reunião  que foi realizada na sede da SBPC e contou com a participação do presidente do CNE, de vários conselheiros do órgão e de 12 sociedades científicas, além da SBPC. Nessa reunião, várias propostas das sociedades científicas e da SBPC tiveram por objetivo realçar o caráter disciplinar de uma proposta curricular para o Ensino Médio, sugerindo a inclusão de diversos pontos que resultariam nesse enfoque disciplinar para a BNCC-EM. A SBPC defende a interdisciplinaridade, mas entende que esta deve ter por base uma sólida formação disciplinar.

Frente a essas constatações, nos parece inadequado que o CNE queira aprovar, no final do governo, uma proposta de base para o currículo nacional que recebeu críticas incisivas da SBPC e de outras sociedades científicas.

Tomamos conhecimento da última versão da BNCC-EM em 29/11/2018, juntamente com a notícia de sua aprovação iminente na próxima semana e constatamos que não houve mudanças substanciais que contemplassem pelo menos 3 dos 4 itens que arrolamos naquele documento, a saber:

1) Argumentávamos que “inexiste, na atual BNCC do Ensino Médio, qualquer detalhamento de cada um dos cinco itinerários formativos previstos na Lei no 13.415 da Reforma do Ensino Médio (REM). A grande novidade da REM – um ensino médio diversificado – não é detalhada no documento da BNCC, o que, por si só, justificaria a devolução do documento ao MEC.” Isso, no entanto, não foi contemplado na nova versão e se continua sem saber que competências e habilidades compõem cada um dos itinerários formativos propostos.

2) Questionávamos que “a abordagem multidisciplinar sugerida no novo projeto não se coaduna com a demanda por ensino disciplinar nessa etapa da escolarização e com a formação tradicionalmente disciplinar do professor do Ensino Médio.” Argumentávamos que “a idade na qual os jovens chegam ao EM é a mais propícia à introdução das disciplinas científicas, como a Química, a Física e a Biologia. Isso se dá em todo o mundo e querer instalar a interdisciplinaridade, sem um mínimo de base disciplinar, é um risco que o Brasil não deve assumir.” E que “é muito pouco em termos de um programa mínimo de Física, Química e Biologia. O conjunto é muito fraco.” No entanto, a nova versão da BNCC continua a não mencionar nenhuma competência disciplinar, tanto na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias quanto na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

3) Questionávamos, ainda, que “as DCN/EB organizam a escolaridade em disciplinas também no Ensino Médio e que também dispomos de uma legislação própria para os cursos de licenciatura recentemente aprovada pelo Conselho Pleno do CNE (Resolução No 2/2015), não há razoabilidade que o MEC priorize apenas as disciplinas de Português e de Matemática, colocando em risco a formação científica das futuras gerações de brasileiros.” No entanto, a nova versão da BNCC-EM continua a considerar que apenas Português e Matemática são disciplinas obrigatórias.

A SBPC considera que o CNE incorporou alguns pontos que haviam sido levantados nos documentos apresentados pela SBPC e pelas sociedades científicas, por exemplo, os relacionados à natureza das ciências experimentais, ligados à realização de investigações e ao uso da experimentação. No entanto, a observância dos outros pontos é fundamental para garantir que a BNCC-EM cumpra seu papel de fornecer a base para o desenvolvimento de currículos de Ensino Médio compatíveis com as demandas da sociedade em relação à introdução da Física, Química e Biologia e ao desenvolvimento de Geografia, História, Filosofia e Sociologia.

Continue lendo “SBPC se manifesta frente à aprovação iminente da BNCC do Ensino Médio”